
Desenvolvido por: Warhorse Studios |
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Publicado por: Deep Silver |
Gênero:: RPG de ação |
Série:Kingdom Come |
Lançamento: 4 de Fevereiro |
Classificação indicativa: 18 anos |
Modos: Um jogador |
Disponível para: PC, PS5 e Xbox Series |
Essa review está bem atrasada do período de lançamento mas finalmente chegou! É com muito prazer que pude escrever esse texto de um dos melhores jogos que joguei em 2025, confira minha análise completa de Kingdom come: Deliverance 2 abaixo:
História
Kingdom Come: Deliverance 2 dá continuidade direta aos eventos do primeiro jogo, colocando novamente o jogador na pele de Henry, o humilde filho de ferreiro que agora se vê mais envolvido do que nunca nas intrigas políticas e militares da Boêmia do século XV. A narrativa permanece um dos maiores destaques da franquia, com uma abordagem madura, realista e historicamente comprometida, expandindo o contexto do Sacro Império Romano Germânico e aprofundando conflitos que vão além da simples luta entre nobres.
Se no primeiro jogo Henry era, muitas vezes, arrastado pelos eventos, nesta sequência ele assume um papel mais ativo, sendo obrigado a tomar decisões políticas, estratégicas e morais complexas. As escolhas narrativas foram aprimoradas, resultando em ramificações mais perceptíveis e consequências mais duradouras. Ainda assim, o tom sóbrio e a recusa em introduzir elementos fantasiosos permanecem como marcas registradas da série, o que pode afastar jogadores que buscam uma fantasia medieval tradicional.
A qualidade da escrita, das dublagens e das cenas de corte é superior ao do antecessor, com maior dinamismo e produção mais cinematográfica, mas sem abrir mão da imersão e do realismo.
Jogabilidade
O sistema de combate, um dos aspectos mais polêmicos e únicos do primeiro título, foi revisado e aprimorado. Mantendo a abordagem baseada em física e técnica, o combate corpo a corpo está mais responsivo, com novos movimentos, maior variedade de armas e armaduras, e um sistema de postura mais acessível, mas ainda desafiador. Duas novidades importantes são as batalhas montadas, agora mais fluidas, e a introdução de cerco a castelos, com sequências de larga escala que impressionam pelo escopo.
Além disso, as mecânicas de sobrevivência e de simulação medieval retornam, como a necessidade de comer, dormir, manter o equipamento e o corpo limpos. Contudo, o equilíbrio dessas mecânicas foi ajustado para torná-las menos punitivas, embora ainda essenciais para a imersão proposta pelo jogo.
A exploração do mundo aberto é outro ponto forte, com uma Boêmia ainda maior e mais detalhada. Vilas, florestas, castelos e mosteiros oferecem um espaço vivo, cheio de atividades secundárias, personagens interessantes e histórias paralelas que reforçam a sensação de estar vivendo no século XV.
Sistemas
O sistema de progressão permanece robusto e orgânico. As habilidades evoluem conforme são utilizadas, incentivando o jogador a experimentar diferentes abordagens. Um destaque é a expansão do sistema de alquimia, que ganhou novos ingredientes e receitas, além de um minigame reformulado que equilibra desafio e diversão.
A furtividade foi significativamente melhorada, com mecânicas mais refinadas de detecção e novas ferramentas, como dardos envenenados e armadilhas. Além disso, há maior ênfase na diplomacia e na persuasão, com novos sistemas de reputação que variam conforme a região, o que confere ainda mais profundidade à interação social.
O crafting também foi ampliado, permitindo não apenas a forja de armas, mas também a customização estética de equipamentos, incluindo brasões e ornamentos, algo muito apreciado pelos fãs da ambientação medieval.
Gráficos
Visualmente, Kingdom Come: Deliverance 2 representa um salto notável em relação ao primeiro jogo. Utilizando uma versão atualizada da CryEngine, o título apresenta cenários deslumbrantes, com uma impressionante fidelidade histórica na arquitetura, trajes e armamentos.
A iluminação natural é um espetáculo à parte, com ciclos de dia e noite e condições climáticas dinâmicas que influenciam não apenas a estética, mas também o gameplay — por exemplo, combates sob chuva se tornam mais escorregadios e perigosos.
Os modelos de personagens foram melhorados, com expressões faciais mais convincentes e animações corporais mais naturais, embora ainda haja pequenas rigidezes ocasionais. O mundo é densamente povoado, com vegetação realista, vida selvagem ativa e ambientes ricos em detalhes.
Aspectos técnicos
No aspecto técnico, Kingdom Come: Deliverance 2 supera as limitações do primeiro jogo, notório por seus bugs no lançamento. Embora ainda apresente pequenos problemas, como glitches de colisão e eventuais travamentos, o jogo está consideravelmente mais estável e polido.
O desempenho é sólido nas plataformas de nova geração, mantendo 60fps em consoles e taxas ainda mais altas no PC, dependendo do hardware. A otimização é satisfatória, embora a qualidade gráfica máxima exija uma máquina potente.
O áudio merece destaque: a trilha sonora orquestrada eleva a atmosfera épica e melancólica da narrativa, enquanto os efeitos sonoros — como o tilintar de espadas ou o trotar de cavalos — são capturados com esmero. A dublagem, majoritariamente em inglês, é competente, mas alguns jogadores podem estranhar o contraste entre o idioma e o contexto histórico da Europa Central.
Vale a pena?
Kingdom Come: Deliverance 2 é, sem dúvida, uma evolução em praticamente todos os aspectos em relação ao seu predecessor. Mantém-se fiel à proposta de um RPG medieval realista, mas corrige e melhora elementos que foram criticados anteriormente, como o combate truncado, a interface pouco amigável e os bugs frequentes.
É um jogo indicado para quem busca uma experiência imersiva, rica em narrativa e profundamente enraizada na História, sem concessões ao escapismo típico de outros RPGs medievais. Por outro lado, sua cadência mais lenta, a complexidade de seus sistemas e o foco no realismo podem não agradar aos que preferem experiências mais ágeis e fantasiosas.
Para fãs do primeiro jogo, é uma compra obrigatória. Para novos jogadores, recomenda-se experimentar o título anterior ou se preparar para um RPG atípico, exigente e recompensador.
Em suma: Kingdom Come: Deliverance 2 não só vale a pena, como consolida a franquia como uma das experiências medievais mais autênticas e memoráveis já criadas nos videogames.

Cópia de imprensa disponibilizada gratuitamente para PC (Steam) pela Deep Silver para a elaboração desta análise.
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