Jurassic World: Recomeço | Confira nossa crítica

Cinco anos após os eventos de Jurassic World Dominion, o ambiente do planeta se mostrou, em grande parte, inóspito para os dinossauros e outros animais pré-históricos. As criaturas sobreviventes agora vivem em regiões tropicais remotas, onde as condições são semelhantes às de seus habitats originais. Zora Bennett, uma agente secreta, é contratada para trabalhar com o paleontólogo Dr. Henry Loomis e o líder da equipe, Duncan Kincaid, em uma missão ultrassecreta. Eles se infiltram na Ilha Saint-Hubert, uma ilha proibida no Oceano Atlântico, usada pela InGen como um centro de pesquisa de dinossauros. O objetivo deles é localizar nas áreas tropicais as três maiores espécies pré-históricas restantes da terra, do mar e do ar, e coletar seu DNA, que contém a chave para um medicamento revolucionário capaz de salvar inúmeras vidas humanas de forma milagrosa.

Ficha Técnica
Título: Jurassic World Recomeço
Ano de Produção: 2025
Dirigido Por: Gareth Edwards
Estreia: 3 de Julho de 2025
Duração: 133 minutos
Classificação: PG-13
Gênero: Aventura, Suspense
País de Origem: Estados Unidos
Sinopse: Agentes habilidosos viajam para uma instalação de pesquisa em uma ilha para obter DNA que pode salvar vidas de dinossauros. À medida que a missão ultrassecreta se torna cada vez mais perigosa, eles logo fazem uma descoberta sinistra e chocante que tem sido escondida do mundo por décadas.

 

Jurassicamente Estranho

Em um momento em que blockbusters disputam nossa atenção com explosões a cada cinco minutos, Jurassic World: Recomeço faz justamente o oposto. Ele escolhe o silêncio. A tensão. E, surpreendentemente, funciona.

Diferente de seus antecessores na franquia, o novo filme dirigido por Gareth Edwards (Rogue One, Godzilla) abre mão do espetáculo constante para entregar algo mais atmosférico — quase claustrofóbico. É como se estivéssemos assistindo a um híbrido entre Alien: O Oitavo Passageiro e Cloverfield, mas com uma criatura que, por mais bizarra que pareça, ainda se mantém crível dentro do universo da saga. O tal Distortus Rex, um T-Rex mutante com seis membros, é grotesco na medida certa — assustador sem soar ridículo.

Uma Nova Visão

O elenco entrega o que promete, e Scarlett Johansson, no papel de Zora Bennett, segura bem o protagonismo. Mas confesso: se em algum momento ela tivesse se transformado num velociraptor loiro, como nos memes gerados por IA, o filme teria alcançado um nível de entretenimento absolutamente sublime. Fica a ideia para o multiverso, Universal.

Recomeço acerta ao construir uma narrativa de suspense mais contida. A trama se passa cinco anos após os eventos de Domínio, e gira em torno de uma missão para recuperar material genético de três espécies de dinossauros — terrestre, marinha e aérea — em busca de uma cura revolucionária. No entanto, a missão logo se transforma em um dilema de sobrevivência, com uma família presa em uma ilha cheia de criaturas mutantes e instáveis.

Sim, há poucos momentos de ação. Sim, os dinossauros aparecem menos do que o fã médio gostaria. E mesmo assim… eu gostei. Justamente por isso. E, admito, eu AMO filmes de dinossauros e kaijus, com muitas cenas de briga dos enormes monstros, mas, aqui, o suspense sem eles fala mais alto.

Colorido ou Cinza Escuro?

O tom mais sombrio, quase experimental em certos trechos, não é uma tentativa de reinventar a franquia, mas de lembrá-la de onde veio: da tensão. Do medo do desconhecido. De quando o som de um passo no mato valia mais do que uma explosão em tela verde.

Ainda assim, não é um filme isento de falhas. Algumas decisões narrativas soam formulaicas, e o roteiro, apesar de assinado por David Koepp (roteirista do Jurassic Park original), às vezes caminha por atalhos fáceis. Mas no saldo geral, Recomeço mostra coragem ao trilhar um caminho menos populista dentro de uma franquia marcada pelo excesso.

Veredicto Final

No fim das contas, talvez não seja o Jurassic que todo mundo esperava.
Mas pode ser exatamente o Jurassic que a franquia precisava.