Apesar da grande falta de valorização do cinema nacional, o Brasil já emplacou diversas indicações ao prêmio mais importante da sétima arte. Sendo cinco delas na consagrada categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
O Quatrilho
Provavelmente o membro menos conhecido da seleção, esse interessante longa nos apresenta um verdadeiro salseiro em tela. Mostrando como dois casais dividindo a mesma casa, pode se tornar uma péssima ideia.
Ambientada no Rio Grande do Sul, nas primeiras décadas do Século XX, a trama acompanha a vida num assentamento rural de imigrantes italianos. Lugar onde tanto os cônjuges Massimo (Bruno Campos) e Teresa (Patrícia Pillar), quanto Pierina (Gloria Pires) e Angelo (Alexandre Paternost), decidem morar juntos. Contudo, tal decisão tem desdobramentos bastante inesperados, mudando definitivamente o destino dos quatro.
O Que É Isso, Companheiro?
Primeira produção baseada em fatos reais da lista, temos aqui a adaptação de um dos movimentos mais ousados da militância armada durante a Ditadura Militar. Algo absolutamente surpreendente, ainda mais pela importância da figura envolvida no caso.
O ano era 1969, quando dois grupos de guerrilheiros da esquerda se uniram visando a mais arriscada das jogadas: sequestrar o Embaixador dos Estados Unidos. Contra todas as probabilidades, a ação obteve êxito e Charles Burke Elbrick (Alan Arkin) acabou prisioneiro deles. Isso dá início a uma caçada dos militares aos sequestradores, enquanto negociam a libertação de companheiros na troca pela soltura do americano.
O Pagador de Promessas
Existem lançamentos tão marcantes, que mesmo o inclemente passar do tempo é incapaz de apagar o seu brilho. Tal qual esse legítimo clássico tupiniquim! Dono de um enredo simples, mas deveras memorável.
Após fazer uma promessa para salvar o amado animal de carga, Zé do Burro (Leonardo Villar) tenta cumpri-la levando uma pesada cruz até a igreja de Santa Bárbara. Entretanto, como tal compromisso foi assumido num terreiro de Candomblé, o intolerante Padre Olavo (Dionisio Azevedo) lhe impede de adentrar o santuário. Gerando, assim, revolta popular e atraindo a atenção da carniceira imprensa local.
Central do Brasil
A realidade triste e sofrida de grande parte dos brasileiros, ganhou a atenção mundial graças a essa aclamada película. Causando pela primeira vez a indicação de uma artista nacional, ao prestigiado Prêmio de Melhor Atriz.
Depois dos longos anos enganando pessoas ingênuas na movimentada Central do Brasil, escrevendo mas não enviando as correspondências delas, a ex-professora Dora (Fernanda Montenegro) se vê diante de uma situação inusitada. Pois o filho de uma das clientes, cuja qual morreu num trágico acidente, ficou sozinho na estação. Tocada, ela parte junto do arredio Josué (Vinicius de Oliveira) em busca do pai dele, cruzando juntos a vastidão das perigosas e desoladas estradas do país.
Ainda Estou Aqui
Sob aplausos efusivos do mundo todo, o outro representante baseado em fatos reais dessa coletânea carrega consigo um enorme simbolismo. Afinal, recentemente, quase caímos na mesma armadilha que provocou 21 anos de tirania no Brasil.
Expondo de maneira explícita os porões da Ditadura Militar, onde milhares foram torturados e desapareceram nas mãos dos carrascos fardados da época, divisamos atordoados o sofrimento da advogada Eunice Paiva (Fernanda Torres). Cujo marido, o deputado Rubens Paiva (Selton Mello), foi uma das vítimas daquele terrível regime. Não atoa, o longa disputa o Oscar em três categorias, inclusive na inédita para nós de Melhor Filme.
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