In a Violent Nature | Confira nossa crítica

“In a Violent Nature” (2024) é uma produção canadense que está dando o que falar, ao reunir ingredientes de sucessos já vistos no passado, mas colocando em um novo degrau para se criar algo novo.

Ficha Técnica
Título: In a Violent Nature
Ano de Produção: 2024
Dirigido Por: Chris Nash (II)
Estreia: Sem data definida no Brasil
Duração: 1h 34min
Classificação: 14 anos
Gênero: Terror, Suspense, Drama
País de Origem: EUA
Sinopse: Em In A Violent Nature, um monstruoso morto-vivo causa uma chacina entre um grupo de campistas que acabaram perturbano seu túmulo.

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Narrativa

O filme “Slasher” é um subgênero que surgiu a partir do clássico “O Massacre da Serra Elétrica” (1974) e atingindo o seu auge em filmes como “Halloween” (1978), “Sexta Feira 13” (1980) e “A Hora do Pesadelo” (1984). Nestes filmes há sempre um assassino mascarado tentando matar um grupo de jovens que estão a procura sempre de drogas, sexo e diversão. Analisados hoje esses filmes se tem uma espécie de metáfora dos tempos do auge da AIDS, sendo que se determinados personagens fizessem sexo os mesmos seriam mortos, enquanto a jovem virgem inocente sempre sobrevivia no ato final da trama.  
Após diversas continuações dos filmes já citados esse subgênero entrou enfraquecido na década de noventa, mas ganhando a sua revitalização através do já clássico “Pânico” (1996), que não somente prestava uma homenagem aos clássicos desses tipos de filmes, como também quebrava algumas regras e fazendo da trama se tornar ainda imprevisível. Em tempos em que alguns filmes de gêneros, ou subgêneros, se encontram desgastados pela falta de ideias mais criativas, é sempre bom prestarmos maior atenção para algum filme que nos diga algo de diferente e que traga um novo frescor. “In a Violent Nature” (2024) é uma produção canadense que está dando o que falar, ao reunir ingredientes de sucessos já vistos no passado, mas colocando em um novo degrau para se criar algo novo.

In A Violent Nature 02

Direção

Dirigido por Chris Nash (II), o filme conta a história de um ser monstruoso morto-vivo que causa uma chacina entre um grupo de campistas que acabaram perturbando seu túmulo. Acompanhamos o personagem em busca sempre de algo e ao mesmo tempo buscando ferramentas para utilizar durante a chacina. Mas será que é somente a morte que o ser deseja?

Não digo que Chris Nash (II) esteja renovando o subgênero a partir desse filme, mas sim nos mostrando uma outra perspectiva, pois a narrativa em si não é muito diferente do que já foi vista em clássicos como o já citado “Sexta Feira 13”. Porém, é curioso observar que essa perspectiva é vinda através do próprio assassino, já que as vítimas da trama somente as ouvimos no primeiro enquadramento, enquanto o ser é o primeiro personagem que testemunhamos ao surgir em cena. A partir daí o acompanhamos em planos-sequências, como se a câmera representasse o nosso olhar observador sobre essa criatura e fazendo até mesmo a gente se perguntar o que ela está procurando na medida em que ele vai avançando pela mata.

In A Violent Nature 03

Anos 80 na veia

Chris Nash (II) cria um filme cuja sua estética remete aos filmes desse subgênero dos anos oitenta. É como estivéssemos assistindo-os novamente, mas através pelo olhar do assassino e fazendo com que as suas vítimas fiquem em segundo plano, mesmo quando cada um é apresentado em uma determinada cena em volta de uma fogueira e sendo revelado ainda mais a natureza sobre a criatura. A partir desse ponto as mortes começam a correr solto, mas de uma forma ainda mais grotesca do que imaginamos.

Neste último caso, por exemplo, Chris Nash (II) usa e abusa na realização de cenas fortíssimas, fazendo das vítimas do assassino meros bonecos para serem destroçados ou moldados da maneira como ele quer e fazendo desses momentos algo não recomendado para estômagos fracos. Ao que me parece o realizador tinha a intenção de renovar neste ponto, pois ao longo das décadas o subgênero nos apresentou tantas mortes realizadas de forma tão absurda que fica até mesmo difícil de nos convencermos que há algo de novo vindo delas. Aqui, ao que me parece, a intenção do realizador foi tentar torná-las mais explícitas como algum significado, pois no mundo real já há mortes o suficiente e que ocorrem sem o menor sentido da palavra.  

E se há algum subtexto nas entrelinhas, atenção para a máscara que o assassino encontra e logo em seguida a usa. Sinceramente me remeteu aos personagens Minions da franquia “Meu Malvado Favorito”, que para mim são uma representação da alienação da juventude atual, que somente servem pessoas grotescas e que se tornam mitos para elas. Melhor metáfora sobre isso impossível e só quem é cego não percebe isso.  

Contudo não é um filme que irá agradar a todos, principalmente devido ao seu ato final que irá dividir muitas pessoas após o seu encerramento. No meu entendimento, Chris Nash (II) buscou quebrar a nossa perspectiva neste ponto, mas nos dando a sensação de que fomos enganados e fazendo surgir em nós aquela sensação genuína de que faltou algo a ser explicado. O minuto final talvez nos dê alguma resposta mais plausível, mas não aliviando essa sensação e fazendo com que o filme gere diversos debates após a sessão.  

Veredito


“In a Violent Nature” é uma tentativa de revitalização ao subgênero “Slasher”, mas que fará muitas opiniões ficarem divididas, mesmo com algumas qualidades bem nítidas dentro da obra. 

Observação: Filme ainda inédito nos cinemas ou Streaming brasileiro. 

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