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Império da Luz | Confira nossa crítica

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O clássico “Cinema Paradiso” (1988) tinha como pano de fundo a magia de um local de cinema, onde os protagonistas principais se conheciam e partir dali testemunhávamos os seus “eus” verdadeiros e suas jornadas que se seguiram a partir dali. O cinema em si era uma forma de aproximar essas pessoas, mesmo em situações críticas, pois essa arte sempre moveu montanhas. Império da Luz (2022) segue uma cartilha parecida, em que um velho cinema, ainda em funcionamento, serve como um belo cenário na apresentação sobre os dramas humanos e dos quais nos identificamos.

Ficha Técnica
Título: Império da Luz
Ano de Produção: 2022
Dirigido Por: Sam Mendes 
Estreia: 23 de fevereiro de 2023
Duração: 119 min
Classificação: 16 anos
Gênero: Drama. Romance. 
País de Origem: Estados Unidos da América, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte
Sinopse: Império da Luz é uma história de amor ambientada em um belo cinema antigo na costa sul da Inglaterra na década de 1980. Um filme sobre a conexão humana e a magia do cinema. Seguimos Hilary (Olivia Colman), uma gerente de cinema deprimida, que trabalha no cinema Império (Empire) enquanto no plano de fundo há a recessão britânica de 1981, causando desemprego e racismo gratuito ao longo do país. Apesar de tudo, ela tem um emprego simples, vender ingressos, checar os ingressos, limpar as salas e etc. Ao seu lado, outros empregados: um gerente mal-humorado e pomposo, Sr. Ellis (Colin Firth), o dedicado projecionista Norman (Toby Jones) e os assistentes Neil (Tom Brooke) e Janine (Hannah Onslow). Mas Hilary cada vez mais entra em um profundo estado de solidão e tristeza, mesmo em tratamento. Mas então o Império contrata um novo vendedor de ingressos, Stephen (Micheal Ward), um jovem negro que tem uma conexão instantânea com Hilary. Esta, é a história deles.


Dirigido por Sam Mendes, a história é sobre o amor e amizade ambientada em um belo cinema antigo na costa sul da Inglaterra na década de 1980. Seguimos Hilary (Olivia Colman), uma gerente de cinema deprimida, que trabalha no cinema Império (Empire) enquanto no plano de fundo há a recessão britânica de 1981, causando desemprego e racismo gratuito ao longo do país. Ao lado de Hilary há os outros empregados: um gerente mal-humorado e pomposo, Sr. Ellis (Colin Firth), o dedicado projecionista Norman (Toby Jones) e os assistentes Neil (Tom Brooke) e Janine (Hannah Onslow). Mas Hilary cada vez mais entra em um profundo estado de solidão e tristeza, mesmo em tratamento. Mas, então, o Império contrata um novo vendedor de ingressos, Stephen (Micheal Ward), um jovem negro que tem uma conexão instantânea com Hilary.

Sam Mendes não tem exatamente uma visão autoral da qual podemos identificar toda vez que assistimos aos seus filmes. Porém, ele filma como ninguém, desde nos pegar desprevenidos na cena final de “Estrada da Perdição” (2002), como também filmar um dos planos-sequências mais surpreendentes do cinema recente que foi “1917” (2019). Aqui não é diferente, principalmente na sua abertura, onde conhecemos aos poucos o cenário principal da trama, que nos dá uma ligeira sensação de que o local esteja abandonado, mas logo ganhando brilho no momento em que entra em cena a protagonista Hilary. Com promessas de tempos mais dourados, o filme é sobre uma época de transformações, começos e fins e o filme procura nos passar isso, seja através do cinema ou pelos seus respectivos protagonistas.

Neste último caso, por exemplo, Olivia Colman dá novamente um verdadeiro show de interpretação, onde a sua personagem transita entre momentos de depressão e fúria, mas dos quais são contidos quando surge em cena Stephen, interpretado de forma eficaz por Micheal Ward. Ambos têm uma química perfeita em cena, sendo que os seus respectivos personagens começam com um caso, mas que logo se enveredando mais para um laço forte de amizade, pois eles compartilham de uma dor similar, que vai desde a opressão e o preconceito. Estamos no início dos anos oitenta, época em que a mulher ainda era oprimida e os negros ainda eram mortos pelo preconceito ensandecido.

Ao longo do percurso eles tentam compreender um ao outro, onde conhecemos os seus sonhos, assim como a falta de perspectiva para um futuro melhor em meio as mudanças constantes daqueles tempos. Ao menos, o cenário do cinema em si serve como uma forma de não nos esquecermos de tempos mais esperançosos, dos quais a coletividade das pessoas era mais constante e cujo cinema servia, e ainda serve, para que todos possam compartilhar do mesmo sentimento quando testemunham uma trama que nos desperta as mais diversas sensações como um todo. Portanto, a cena em que Hilary apresenta para Stephen um local do cinema que estava abandonado, também serve como simbolismo de que todos os segredos guardados precisam obter uma nova luz para assim alcançar um novo significado.

O filme possui momentos até mesmo de pura tensão, principalmente quando Hilary coloca para fora as suas dores e não tolerando mais as injustiças que são colocadas para debaixo do tapete. A cena em que ela faz um discurso dentro do cinema, além de uma na recepção, nos desperta até mesmo apreensão, pois ficamos nos perguntando o que ela fará em seguida. Mas nada se compara a insanidade vinda do homem irracional e preconceituoso daqueles tempos e que, infelizmente, eram raízes que se mantiveram fortes até mesmo nos dias de hoje.

Uma vez abatidos os protagonistas, o cinema serve para que possamos relaxar e permitir que a gente possa exorcizar os nossos demônios interiores e para que assim possamos nos sentirmos renovados após a sessão. Após isso, os protagonistas sabem muito bem para quais caminhos deveram trilhar, mesmo com as adversidades em sua frente, mas nada como uma boa cultura e verdadeiras amizades para que nos mantenhamos fortes. Com uma bela homenagem ao clássico “Muito Além do Jardim” (1979), “Império da Luz” é uma carta de amor a todos os amantes do cinema, assim como também uma lição de como essa arte pode nos ajudar nos momentos mais conflituosos e que faz a gente voltarmos aos trilhos.

Obs.: O filme está disponível no Star+. 

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