IA generativa amplia as possibilidades de interações e reações dos jogos eletrônicos às ações dos jogadores e transformam o gameplay em algo cada vez mais único para cada usuário
A inteligência artificial (IA) está presente nos games desde o início da indústria, já em jogos clássicos como Pac-Man, por exemplo. O papel principal dessa tecnologia nos games é criar a ilusão de que personagens, como os famosos fantasmas do jogo de arcade, pareçam estar ‘vivos’, conscientes de suas ações e com “vontades próprias”. Com a evolução constante das ferramentas de IA, tal qual o revolucionário ChatGPT, os desenvolvedores têm uma oportunidade única para explorar outras formas de integrar a inteligência artificial. Diante da importância cada vez maior dessa tecnologia, a HyperX, equipe da HP Inc. dedicada a periféricos gamer e líder em produtos para games e eSports, aproveita o Dia do Orgulho Nerd, celebrado nesse 25 de maio, para destacar como a IA pode tornar as experiências de games ainda mais realistas e imersivas para os jogadores.
Impacto da IA nos games
Embora muitas vezes “imperceptível” aos olhos dos gamers, a IA tem um papel fundamental nos jogos. Em muitos casos, os “non-playable characters” (NPCs), por exemplo, são controlados pela tecnologia e reagem “automaticamente” ao comportamento do jogador real. Na maioria dos jogos, como em The Last of Us, tanto os personagens aliados (Ellie) como os inimigos (os infectados) são controlados pela IA. Já em jogos multiplayer, a ferramenta é usada para que a disputa contra o computador se torne o mais próximo possível da experiência de jogar contra um adversário humano.
Em relação à inteligência artificial generativa – evolução da tecnologia que possibilita a criação de textos, artes e outras formas de conteúdo – ainda existem muitas incógnitas sobre seu impacto no processo de desenvolvimento, mas há alguns indícios de como ela poderia melhorar a maneira de criar, desenvolver e até jogar. Entre novas e interessantes possibilidades, esse recurso, em tese, permitiria a um NPC, por exemplo, evoluir a partir do autoaprendizado. Ou seja, os jogos “interpretariam” e responderiam às ações do jogador e à criação de mundos virtuais sem a necessidade de interfaces humanas. Outro benefício seria o de tornar os games mais intuitivos, com ajustes de níveis de dificuldade em tempo real, de acordo com a habilidade do jogador, e criações de experiências totalmente novas por meio de comportamentos não deterministas. Em resumo, o uso de IA oferecerá maior realismo e longevidade aos jogos.
Ainda que essas possibilidades não estejam completamente implementadas na indústria, alguns games já deixam claro como a IA está sendo utilizada para melhorar a experiência dos jogadores:
1 – Alien: Isolation: Lançado pela Creative Assembly em 2014, é um excelente exemplo de como a IA generativa pode melhorar significativamente a experiência de jogo, tornando o gameplay mais emocionante e interativo. Nesse game, o jogador deve sobreviver em uma nave espacial invadida por uma criatura xenomorfa. Porém, em vez de seguir um padrão predeterminado, o xenomorfo utiliza algoritmos de aprendizado automático para se adaptar ao comportamento do jogador e tomar decisões em tempo real. Isso significa que cada encontro com a criatura é único e pode ser imprescindível, o que aumenta a tensão e a sensação de perigo constante. Além disso, o jogo utiliza IA generativa para criar ambientes e sons dinâmicos que mudam de acordo com o comportamento do jogador, o que faz com que a experiência seja ainda mais envolvente.
2 – Middle-Earth: Shadow of Mordor: Lançado pela Monolith Productions em 2014, é outro jogo que se destaca pelo uso inovador da Inteligência Artificial generativa. Este jogo de mundo aberto, inspirado na franquia Senhor dos Anéis, utiliza um sistema chamado “Nemesis” que permite aos inimigos e aliados do jogador relembrarem interações passadas e evoluírem em função delas. Cada personagem tem suas próprias personalidades, habilidades e fortalezas, e suas ações e decisões afetam diretamente a jogabilidade e a trama. O sistema Nemesis também cria a ilusão de que os inimigos de baixo ranque, que matavam o jogador em algum momento, acabam ganhando força e ficando mais fortes. À medida que o jogo continua, esse sistema Nemesis, gerado de forma procedural, se converte em personagens rivais originais, criados de forma completamente orgânica dentro do jogo.
3 – No Man’s Sky: O game de exploração espacial utiliza IA generativa para criar um universo enorme e diverso. O título conta com algoritmos de geração procedural para criar planetas, sistemas solares e espécies alienígenas únicas em tempo real. Isso significa que os jogadores nunca vão experimentar dois mundos idênticos e a exploração do universo é completamente única para cada jogador. A IA generativa também é utilizada para gerar missões, eventos e encontros aleatórios, o que mantém a experiência renovada e emocionante mesmo depois de muitas horas de jogo. A implementação bem-sucedida da geração procedural e IA generativa em “No Man’s Sky” foi amplamente elogiada e estabeleceu um novo padrão para os jogos de exploração espacial.
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