Desenvolvido por: Rogue Factor |
---|
Publicado por: Nacon |
Gênero::Ação e aventura |
Série:Hell is Us |
Lançamento: 4 de setembro |
Classificação indicativa: 16 anos |
Modos: Um jogador |
Disponível para: PC, Xbox Series S|X e PS5 |
Desde o seu anúncio inicial, Hell is Us já despertava minha curiosidade. A proposta ousada de reinventar o gênero de ação e aventura, aliada a uma atmosfera carregada de suspense e tensão constante, fez com que o título se destacasse no meu radar. Mas será que ele entrega tudo o que promete? É isso que vamos descobrir nesta review.
Vale ressaltar que esta review só foi possível graças ao envio antecipado de uma cópia pela Nacon, com o objetivo de viabilizar a produção de conteúdo. Nosso agradecimento à Nacon pelo apoio!
História e narrativa
Hell is Us apresenta uma proposta narrativa diferente do padrão dos jogos de ação contemporâneos. Em vez de conduzir o jogador por meio de longas cutscenes explicativas ou diálogos extensos, o jogo aposta na ambiguidade e no silêncio. A história se passa em um país fictício devastado por guerra civil e tomado por criaturas sobrenaturais, conhecidas como manifestações do ódio humano.
O protagonista, um ex-militar em busca de suas próprias origens, é colocado nesse cenário fragmentado, onde a narrativa se constrói mais pela interpretação do jogador do que por explicações claras. Esse estilo pode agradar a quem gosta de preencher lacunas com a própria imaginação, mas também pode frustrar aqueles que esperam uma trama mais direta e desenvolvida.
Exploração sem guia
Um dos pontos centrais de Hell is Us é a escolha consciente dos desenvolvedores de eliminar indicadores visuais e marcadores de mapa. Não há minimapa, bússola ou setas luminosas guiando o jogador. O objetivo é criar uma imersão real na exploração, forçando a observação atenta do ambiente, a leitura das paisagens e o reconhecimento de pontos de referência.
Essa abordagem torna a jornada mais lenta e contemplativa, mas também muito mais autêntica. Por outro lado, em alguns momentos, a ausência total de orientação pode gerar frustração e até mesmo desmotivação, principalmente para quem não tem paciência de revisitar áreas em busca de pistas.
Jogabilidade e dificuldade
A jogabilidade mistura combate corpo a corpo com exploração livre. O protagonista conta com armas de curto alcance que podem ser usadas contra inimigos humanos e criaturas sobrenaturais. O combate é propositalmente pesado e exige precisão, sem espaço para botões esmagados. Os inimigos punem erros de cálculo, e a curva de dificuldade pode surpreender logo nas primeiras horas.
Essa dureza no sistema de combate é coerente com a proposta geral do jogo, mas pode afastar jogadores acostumados com experiências mais fluidas e acessíveis. A dificuldade não se resume apenas ao combate, mas também à própria progressão, já que encontrar o caminho certo muitas vezes se torna parte do desafio.
Aspectos técnicos e artísticos
No aspecto visual, Hell is Us aposta em um estilo artístico sombrio e minimalista. Os cenários transmitem bem a sensação de um país devastado, com ruínas, florestas densas e áreas urbanas destruídas que funcionam quase como personagens da história. A direção de arte se sobressai justamente por trabalhar o vazio, o silêncio e a solidão.
A trilha sonora é discreta, muitas vezes deixando apenas os sons do ambiente conduzirem a imersão. Tecnicamente, no entanto, o jogo não está isento de problemas. Há quedas de performance em momentos mais pesados, animações que poderiam ser mais polidas e colisões que atrapalham a experiência. Ainda assim, é visível que a prioridade da equipe foi manter a atmosfera, mesmo que à custa de um acabamento mais refinado.
Hell is Us: Vale a pena jogar?
Hell is Us é um título que não se encaixa no perfil de jogo para todos os públicos. Sua proposta é ousada, focada na exploração livre, no combate metódico e em uma narrativa intencionalmente vaga. Para jogadores que valorizam experiências experimentais, reflexivas e desafiadoras, a obra pode ser um prato cheio.
Porém, para quem prefere uma narrativa mais clara, objetivos bem marcados e fluidez na jogabilidade, a experiência pode se tornar frustrante. Em última análise, vale a pena jogar se você estiver disposto a enfrentar um jogo que prioriza atmosfera e imersão sobre convenções tradicionais, mesmo que isso signifique aceitar momentos de frustração e dificuldade.