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Grande Sertão (2024) | Confira nossa crítica

Nova adaptação de Grande Sertão de Guimarães Rosa chega aos cinemas brasileiros com Caio Blat no elenco.

Ficha Técnica
Título: Grande Sertão (Original)
Ano de Produção: 2023
Dirigido Por: Guel Arraes
Estreia: 6 de Junho de 2024 ( Brasil )
Duração: 108 minutos
Classificação: 18 – Não recomendado para menores de 18 anos
Gênero: Drama Nacional
País de Origem: Brasil
Sinopse: Numa grande comunidade da periferia brasileira chamada “Grande Sertão”, a luta entre policiais e bandidos assume ares de guerra e traz à tona questões como lealdade, vida e morte, amor e coragem, Deus e o diabo. Riobaldo entra para o crime por amor a Diadorim, mas nunca tem a coragem de revelar sua paixão. A história, narrada por Riobaldo, é marcada pela presença de um personagem enigmático, Diadorim, que se torna um grande amigo dele e desperta sentimentos complexos. A identidade de Diadorim é um mistério constante para Riobaldo, que lida com escolhas morais e dilemas éticos, enquanto busca entender seu lugar no mundo e sua própria natureza. Nesse percurso transcorre as batalhas e escaramuças da grande guerra do Sertão.

 

Vamos falar de nível Técnico?

A adaptação de “Grande Sertão” por Guel Arraes é uma obra que transita entre o teatro e o cinema, com uma direção que explora a narrativa de forma poética e visceral. A cinematografia é robusta, capturando a essência do sertão transposto para um cenário urbano distópico, e a trilha sonora complementa a atmosfera com maestria, mesmo tendo momentos em que o filme fica um pouco arrastado.

Caio Blat se destaca com uma atuação memorável, encarnando Riobaldo com uma intensidade que honra o personagem literário. A química entre os protagonistas é palpável, e a narrativa mantém-se fiel ao espírito da obra de Guimarães Rosa, mesmo com as liberdades criativas tomadas.

O que o tempo acaba mudando

Alguns puristas podem encontrar descontentamento na modernização da história e na escolha de um cenário urbano para a trama. A complexidade da obra original pode ter sido diluída para se adaptar ao formato cinematográfico, o que pode não satisfazer os fãs mais ardorosos do livro.

O filme faz um trabalho louvável em capturar a essência do livro de Guimarães Rosa, apesar das diferenças inerentes ao meio. A prosa rica e complexa do autor é transformada em diálogos e monólogos que ressoam com o público contemporâneo.

Distante do Filme de 1965

Esta nova adaptação se distancia do filme de 1965 ao optar por uma abordagem mais moderna e estilizada. Enquanto o filme anterior pode ser visto como um produto de seu tempo, em que sua maior qualidade é o fato de ser “datado”, e com isso mostrar bem o que era antes, o “Grande Sertão” de 2024 busca dialogar com as questões atuais através de sua releitura, em alguns momentos bem direta, e em outros, um pouco falha.

Caio Blat entrega uma performance multifacetada, alternando entre o Riobaldo jovem e o narrador maduro com uma transição suave e convincente. Luísa Arraes como Diadorim traz uma presença enigmática e forte, complementando a dinâmica entre os personagens principais.

Veredicto Final

Baseando-se na idéia de ser uma releitura, e não uma cópia direta do livro e do filme mais antigo, “Grande Sertão” chega aos cinemas refletindo um consenso geral positivo com ressalvas pontuais quanto à adaptação da obra literária para o cinema.

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