Globetrotter – O Cartucho Viajante | Aventura Retrogamer

Bola (Pânico) e Yatta

Poucos objetos na história dos videogames conseguem unir nostalgia, aventura e comunidade de forma tão intensa quanto o Globetrotter – o Cartucho Viajante. Um Atari, uma fita, e uma ideia: viajar pelo mundo, registrar memórias e conectar fãs, colecionadores, músicos e celebridades em uma história viva do retro gaming.

A origem do Globetrotter

A história do cartucho começa na infância de Weston Hilton, seu criador. Weston tinha um Atari 2600 e um Atari 800XL, um computador da Atari, e passava horas tentando programar seu próprio jogo em BASIC, ainda como iniciante.

A ideia de criar algo especial persistiu ao longo dos anos. Inspirado por fóruns de jogos caseiros e motivado pelo desejo de apresentar algo na Classic Gaming Expo de 2003, Weston dedicou dois meses e meio ao projeto. Com o tempo limitado, precisou reduzir seu plano inicial de jogo completo para um demo, algo mais simples, mas ainda cativante.

Inspirações para o jogo

  • “Flat Stanley” – livro infantil no qual crianças enviavam versões de papel do personagem para amigos ao redor do mundo.

  • “Onde está Carmen Sandiego?” – jogo que explorava viagens e investigação.

A meta de Weston era criar um cartucho único, que tocasse as pessoas de forma simbólica e não material, mesmo sabendo que sua viagem pelo mundo seria lenta e imprevisível.

Viagens internacionais

Globetrotter na Korea do Norte

O Globetrotter percorreu diversos países ao longo de uma década:

  • Coreia do Norte – considerada uma das fotos favoritas de Weston devido à dificuldade de acesso ao país.

  • Egito – durante um eclipse solar, o cartucho foi registrado em fotos transformadas em cartões postais para fãs.

  • Diversos outros países – o cartucho foi recebido por fãs, que o levaram a pontos turísticos e registraram fotos e vídeos.

O objetivo era simples: tocar pessoas e registrar memórias, mais do que gerar lucro ou popularidade.

João Rafael, Henrique Yatta e Larry Ahern com o Globetrotter no Brasil

O Globetrotter no Brasil

O cartucho chegou ao Brasil e percorreu diversas cidades e colecionadores:

  • Marcus Garret – Campos dos Goytacazes (RJ), registrou o cartucho e destacou a responsabilidade de cuidar de um item tão icônico.

  • Claudio Henrique Picolo – Campinas (SP), além de fotos em pontos turísticos, criou um vídeo com o meme Harlem Shake e fez um unboxing do cartucho.

  • Randolph Laterca – também registrou a passagem e fotos em sua cidade, mantendo viva a história do cartucho.

  • Outros colecionadores, como Henrique Takimoto Jasa e Marcus Vinicius Garret Chiado, ajudaram a documentar a viagem no país.

A fase atual: preservação e eventos

Diferente das etapas anteriores, em que o cartucho era enviado de colecionador para colecionador, Henrique decidiu levar pessoalmente o cartucho para eventos, garantindo que ele não se perderia novamente.

O Globetrotter foi registrado em fotos com:

  • Desenvolvedores de games, incluindo Larry Ahern (Full Throttle, Day of the Tentacle, Monkey Island 2), Yuri D’Avila (Davila Games).

  • Celebridades e músicos, como Nino Megadriver, Gilão (Mr Games, Piracicaba), Bola (Pânico na TV), e o próprio Henrique.

Henrique é o único que recebeu o cartucho em sua residência, antes de enviar para o próximo da viagem, e após várias mãos, ao encontrar para venda, comprou, integrando-o à sua coleção pessoal. Durante sua posse, ele conquistou o autógrafo de Nolan Bushnell, criador do Atari, em sua primeira visita ao Brasil durante a BGS (Brasil Game Show).

Diego Ramirez “Ucolecionador”, em busca do mais raro!

Ofertas de até R$300.000,00 já foram feitas por colecionadores e lojas, mas Henrique optou por não vender o cartucho, preservando seu valor histórico e simbólico.

Globetrotter no Canal 3 Expo

Recentemente, Henrique levou o cartucho ao Canal 3 Expo, em São Paulo, continuando a tradição de registrar o Globetrotter com desenvolvedores, músicos e colecionadores. Esse método garante que o cartucho continue viajando pelo mundo de forma simbólica, mesmo permanecendo sob sua guarda pessoal.

Yatta e Gilão com o Globetrotter

Impacto cultural e legado

O Globetrotter representa:

  1. Preservação histórica – Mantém viva a memória do Atari 2600 e do retro gaming.

  2. Conexão entre gerações – Aproxima fãs, músicos, desenvolvedores e colecionadores.

  3. Aventura contínua – De viagens internacionais a eventos no Brasil, sua história mostra a paixão pela cultura gamer.

  4. Símbolo de valor – Cultural, afetivo e histórico, além do interesse monetário.

João Rafael, Yatta, Son Daniel, Raul Tabajara e Renato Degiovani

Conclusão

O Globetrotter – O Cartucho Viajante é mais que um jogo: é uma lenda viva do universo retro, criada por Weston Hilton, que viajou por continentes, desapareceu misteriosamente e agora está nas mãos de Henrique Yatta, que garante que a saga continue viva.

De fotos em países exóticos a registros em eventos brasileiros, o cartucho continua viajando, sendo fotografado e celebrando a memória dos videogames clássicos, provando que nem tudo que é valioso se mede apenas por preço: alguns tesouros viajam no tempo e no coração das pessoas.

Bola (Pânico) e Yatta