Forspoken I Confira nossa review

Forspoken

Forspoken é aquele livro de capa feia, mas que traz um conteúdo divertido.

Forspoken - Capa
Ficha Técnica
Desenvolvido por: Luminous Productions
Publicado por: Square Enix
Gênero: RPG de Ação
Série: Forspoken
Lançamento: 24 de janeiro de 2023
Classificação indicativa: 14 anos
Modos: 1 Jogador
Disponível para: PlayStation 5 e PC

 

Tem algo mais triste do que ver um jogo com uma alma tão bonita não fazer jus a sua essência? Forspoken tinha tudo pra ser uma IP de sucesso, mas falhou amargamente em prometer aproveitar o máximo do hardware do PlayStation 5, e trazer momentos que mais lembram a capacidade de um PlayStation 3.

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A Frey consegue inclusive nos assustar as vezes com as caras e bocas que faz nas capturas. (Ilustração: Créditos/Ígara Ferreira)

Mas, será que esse pecado tem perdão?

Vai depender do jogador aturar as duas primeiras horas, que apesar de já oferecerem um vislumbre de uma história emocionante, evidencia todos os seus problemas e dá um tapa na cara do jogador que esperava muito mais.

Verdade seja dita, é bem possível que você deteste o jogo nas primeiras horas, pois é possível listar uma série de defeitos: péssima sincronização labial, expressões faciais ruins, texturas pobres, telas pretas de transição excessivas e demoradas, cenários com pouca personalidade e principalmente, o fato de qualquer fala, travar você no chão.

No entanto, apesar de tudo isso, se você tiver paciência, vai conseguir se divertir. Após a longa apresentação e tutorial, finalmente podemos aproveitar o melhor de Forspoken.

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Além de Athia, também temos alguns trechos do jogo em Nova York. (Ilustração: Créditos/Ígara Ferreira)

História Intrigante

A história provavelmente vai te conquistar, pois a nossa protagonista — Frey — possui uma receita infalível de sucesso. Ela é aquela heroína que quer fugir de suas obrigações a todo custo e vê-la ser jogada na parede e forçada a tomar uma atitude, é bem divertido de acompanhar. Afinal, quem não gosta de um bom desenvolvimento de personagem? Ainda mais de uma tão teimosa.

Mas o melhor da história de Frey, é você se surpreender com as guinadas na trama, revelações que geram ódio, ressentimento, mas também alegria e surpresa. O que é incrível, pois as expressões faciais e corporais, deixam muito a desejar, mas o roteiro, sonoplastia e equipe de dublagem, conseguiram se superar a tal ponto, que podem te arrancar algumas lágrimas – temos localização de legendas e interface em PT-BR.

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A performance vai muito bem, pois mesmo no modo qualidade, não perde o ritmo com a tela repleta de inimigos. (Ilustração: Créditos/Ígara Ferreira)

Visuais de PlayStation 3?

Não exatamente. Mas, Forspoken sofreu um downgrade absurdo, se você comparar o que nos foi apresentado nos primeiros trailers com o que foi entregue em seu lançamento. Os cenários abertos conseguem despistar melhor — quando estamos correndo em alta velocidade —, mas as batalhas e cenários fechados, nem tanto.

O mais bizarro é que existem objetos destoantes no ambiente que deixam claro a diferença entre gerações. O jogador pode estar num quarto, onde todo o cenário é genérico, e sem vida, mas um quadro na parede possuir uma qualidade tão grande que dá a impressão que só ele carregou a textura.

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Por um momento eu achei que as texturas ruins fossem causadas pela ruptura. (Ilustração: Créditos/Ígara Ferreira)

O mesmo pode se dizer dos personagens não jogáveis, que mostram uma vestimenta muito mais sofisticada em termos visuais. A Frey inclusive, inicia com roupas de Nova York extremamente estáticas, e melhora absurdamente quando recebe sua primeira capa e essa possui movimentação.

Curiosidade: O modo foto está presente aqui, e pela primeira vez acredito que seria melhor pra credibilidade do jogo, não estar. Enquanto tudo está se movimentando, existe beleza, mas se você para pra fotografar, o resultado pode deixar muito a desejar.

O amor é cego

Apesar da decepção em termos de qualidade visual, a direção de arte fez um bom trabalho e temos regiões bem boladas – principalmente se a virmos de longe. Todas essas regiões possuem terrenos variados que podem ser sentidos na palma da sua mão, o resultado no DualSense foi realmente incrível e é muito gostoso de correr com o parkour arcanohabilidade de corrida mágica – por todo o vasto cenário.

Essa sensação no DualSense também é sentida nos confrontos que são bem divertidos. Forspoken possui uma jogabilidade criativa na qual você solta magias de apoio com o gatilho esquerdo, e magias de ataque com o direito – os botões L1 e R1 permitem ao jogador estar escolhendo essas magias. A princípio parece estranho, e até confuso, mas você verá que funciona e permite um controle bem fluído da situação.

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Frey possui 3 itens estéticos que também fornecem habilidades: pinturas de unha, capas e colares. (Ilustração: Créditos/Ígara Ferreira)

São 105 magias que você pode estar liberando e enriquecendo sua batalha, divididas em 4 builds que serão conquistadas ao longo da aventura. Obviamente você precisará administrá-las de acordo com o inimigo, para obter vantagens nas batalhas.

Atividades em Forspoken

Em Athiacidade que dá vida ao jogo – nos deparamos com um típico jogo de mundo aberto, onde existem missões principais a serem seguidas, assim como diversas atividades secundárias. Basicamente no caminho para eventos da história principal, você irá se deparar com inúmeros desvios, e todo ele te recompensará com algo para facilitar sua aventura.

Existem confrontos com limites de tempo, colecionáveis a serem encontrados, refúgios para serem descobertos e Frey poder descansar, assim como: hordas de inimigos pastando pelas redondezas, baús de tesouros, gatos, relíquias, arquivos, aldeias, pontos fotográficos, fortalezas, cavernas e muito mais.

O pós-jogo inclusive é bem longo, pois permite a você continuar explorando e melhorando Frey, além de desbloquear novas missões secundárias que podem ser consideradas até um incremento para a história.

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Um exemplo de urso consumido pela ruptura. (Ilustração: Créditos/Ígara Ferreira)

Os Corrompidos

Ao longo da história, você aprende que a ruptura engole qualquer ser vivo e o transforma em algo abominável. Então é comum o jogador se deparar com “inocentes” animais a distância, e ao chegar perto ele ter uma aparência deveras, bem assustadora. O design dos inimigos é realmente um ponto forte, que se perdeu pela falta de qualidade gráfica. Porém, nada que impeça nossa diversão ao tentar descobrir a melhor forma de aniquilá-los.

Os inimigos então são todos os seres engolidos pela ruptura, e até a ruptura em si parece conseguir gerar monstrengos gigantes. Dessa forma, podemos encontrar uma boa variedade de adversários, dos mais diversos tipos, habilidades e tamanhos.

Forspoken: Vale a pena?

Forspoken é aquele jogo, que merece uma nota baixa pelas suas falhas, mas não deixa de ser divertido, por conseguir compensar com outras qualidades. Então, se você quer algo que faça jus a potência do hardware do PlayStation 5, esse jogo definitivamente não é interessante, pois mesmo jogando a 120Hz e seja qual for o modoQualidade, Fidelidade ou Ray-Tracing – ele não conseguirá entregar muito.

Entretanto, amantes de uma boa história e de uma jogabilidade divertida, podem se aventurar por Athia tranquilamente. Mas é de se pensar em uma promoção, afinal, os jogos estão muito caros para não trazerem todo o potencial no qual investimos.

Cópia de imprensa disponibilizada gratuitamente para PlayStation 5 pela Square Enix para a elaboração desta análise.

Eu não escolhi esse caminho. O caminho, ele me escolheu. Leia mais aqui!