Final Fantasy VII Rebirth | Confira nossa review

O título mais esperado de 2024!
Ficha Técnica
Desenvolvido por: Square Enix Creative Business Unit I
Publicado por: Square Enix
Gênero: JRPG
Série: Final Fantasy, Final Fantasy VII
Lançamento: 29 de fevereiro de 2024
Classificação indicativa: 14 anos
Modos: Single-player
Disponível para: PlayStation 5

Após uma espera de 4 anos, temos a oportunidade de vivenciar a continuidade do projeto Final Fantasy VII Remake, desta vez fora dos muros de Midgar. Mas será que a continuação desta jornada corresponde à altura do que pudemos experimentar na primeira parte do projeto, não cumpriu as expectativas ou as superou? Descubra comigo!

História

Final Fantasy VII Rebirth continua a história a partir do momento que nossos heróis chegam a Kalm, a primeira cidade que encontram ao sair de Midgar, e continuam sua busca por Sephiroth, seguindo a trilha deste por meio de seus clones em degeneração. Após terem se livrado das amarras dos murmúrios do destino, a partir daqui, TUDO pode ser diferente do que conhecemos do game original. A jornada rumo ao desconhecido começa aqui!

Uma aventura marcante espera por esse grupo tão eclético no vasto mundo de Gaia

Exploração

Uma das mudanças mais significativas e notáveis em relação a Final Fantasy VII Remake, é que este game não está mais limitado por level designs de corredores ou pelos muros de Midgar. Desta vez,  temos a liberdade de vagar por um mundo semi-aberto, limitado em segmentos interligados. E não se engane achando que é um mundo simples como uma transcrição do overworld do game original de PlayStation 1. TUDO aqui foi expandido absurdamente e passa muita credibilidade de realismo e de que é um mundo funcionando independente de seu transitar ali.

Você gastará dezenas de horas para explorar inteiramente o mapa do game, que conta com inúmeros pontos de interesse

Marcadores de objetivos aparecem na tela, destacando missões da história principal e missões secundárias a serem concluídas, juntamente com suas respectivas distâncias do grupo no mundo superior. Além de caminhar a pé, o grupo pode andar em Chocobos como meio de locomoção mais rápido. Também existem outras formas de explorar e progredir nos cenários, como o uso de ganchos para alcançar locais mais altos e distantes; o uso de diciclos para se deslocar mais rápido pelas ruas de Costa del Sol; ou até mesmo fazer uso de um buggy para superar cânions. Importante não esquecer também a existência de pontos específicos de viagem rápida que permitem saltar instantaneamente para locais visitados anteriormente, assim como paradas de chocobo encontradas e outros locais.

Combate

O combate de Final Fantasy VII Rebirth é uma das coisas mais prazerosas e viciantes que você pode experimentar em sua vida gamer. Por vezes, você se pegará entre o dilema de desligar o console após horas a fio de jogatina e o desejo de “só mais uma missãozinha”. E a cada luta e inimigo, até então superior, derrotado, mais você se achará o estrategista e badass dos games. O combate de certa forma remete aos combates da era PS1 de Final Fantasy VII, em que aqui, embora não seja obrigado a alternar entre os personagens, se o fizer, e fizer uso das habilidades corretas e vantagens de cada membro, será recompensado com uma vitória mais suave. Você pode alternar entre qualquer um dos três membros do seu grupo ativo a qualquer momento, e é altamente recomendável fazer isso, pois você será capaz de lutar com mais eficiência e derrotar os inimigos com muito mais rapidez. Se você quiser preencher seu ATB rapidamente para poder usar suas habilidades, é melhor assumir o controle direto. Se você levar em consideração a alternância entre os personagens e o uso das habilidades serem limitados pela barra de ATB, o game acaba meio que emulando um combate por turnos, de certa forma, sem deixar isso escancarado.

O combate basicamente é o mesmo apresentado na primeira parte do Remake, mas mais aprimorado e com novos elementos, como as ações de sinergia, em que dois membros do grupo se unem para ativar habilidades úteis sem que ocorra o consumo de ATB. Cada dupla tem seu próprio conjunto único de habilidades; alguns causam dano, enquanto outros oferecem suporte. Esses comandos podem ser executados durante o bloqueio, ao se segurar o botão R1, e fornecem uma ampla gama de efeitos benéficos. Conforme faz missões paralelas e ações de sinergia na batalha, você aprofunda o relacionamento com determinado membro da equipe, sendo que todos os membros da equipe podem ter o relacionamento aprofundado e o resultado disso pode ser conferido lá adiante na história.

E há também as habilidades de sinergia, introduzidas primeiramente na aventura INTERmission de Yuffie, sendo um movimento que funciona como uma espécie de Limit Break. Esses ataques especiais fazem com que dois heróis unam forças para ataques, buffs e outros efeitos superpoderosos. Cada habilidade custa um medidor de sinergia, obtido ao usar certas habilidades e feitiços. Ambos os heróis devem preencher seus medidores de sinergia para poder realizar o ataque combinado. É outro motivo para alternar entre personagens na batalha. Se você não dedicar um tempo para construir essas cargas, não será capaz de executar os movimentos maiores e mais chamativos do jogo. Não gasta barra ATB e causa um dano considerável. Mais habilidades serão desbloqueadas conforme você aumenta o nível do grupo.

As habilidades de sinergia, introduzidas em INTERmission, retornam e continuam tão úteis quanto os Limit Breaks

E por falar em Limit Breaks, eles retornam, com seu medidor de limite enchendo gradualmente conforme você sofre dano ou atordoa os inimigos. Quando o medidor estiver cheio, você poderá liberar limit breaks devastadores, exclusivos para cada membro do grupo. Algumas habilidades de sinergia podem aumentar seu nível de limite, permitindo o uso de ataques ainda mais poderosos.

E não podemos esquecer do retorno das summons, é claro, que desta vez estão presentes em maior quantidade. Infelizmente, algumas delas estão presas por trás de edições deluxe, pre-order e até mesmo barreiras regionais por estarem disponíveis apenas em versões do game de outros países e fica a dúvida pairando no ar, se elas serão eventualmente disponibilizadas a todos, por meio de compra.

O sistema de Fólios lembra bastante o sphere grid de Final Fantasy X

Importante mencionar que são introduzidos também os chamados Fólios. Conforme você evolui e ganha pontos com a sua equipe, fazendo missões e concluindo os objetivos marcados no mapa, mais opções são destravadas nesses Fólios e você utiliza os pontos para destravar novas ações de combate e melhoria de atributos. É basicamente um redesign do sistema que já existia no Remake, lembrando agora bastante o sphere grid de Final Fantasy X.

Minigames

Sem dúvidas, um dos elementos do game que mais chamam atenção é a infinidade de minigames incluídos no game. Desde os já presentes no game original de PlayStation 1 completamente redesenhados, como o momento do pulo com o golfinho em Baixa Junon, até novos minigames, inexistentes no original, criados especificamente para o remake, como é o caso do jogo de cartas Queen’s Blood. O clássico piano do Final Fantasy VII original retorna aqui também, sem perder a liberdade que ele também oferecia no original. Aqui você pode tocar músicas do game predeterminadas a fim de obter a melhor classificação, mas se preferir improvisar, no entanto, você pode tocar músicas a seu bel prazer no modo de reprodução livre. Vou até evitar mencionar Gold Saucer, que acabaria estragando a surpresa de onde tantos outros minigames serão vistos. Vale a pena conferir cada um deles por si só!

Indiscutivelmente o mais interessante minigame apresentado no game, tão bem elaborado e detalhado quanto Gwent, de The Witcher, por exemplo

Demais aspectos técnicos

Sobre a parte visual do game, o game mantém consistência com o que já foi apresentado na primeira parte do projeto Remake, apresentando praticamente os mesmos modelos de personagens e assets, obviamente com a inclusão de novos e tudo funciona muito bem nesse departamento. As expressões faciais são EXTREMAMENTE bem detalhadas e transmitem a carga dramática exata necessária em todas as cenas, com o olhar dos personagens sempre mantendo contato com o foco de para onde se está olhando. Aqui não há aquela sensação de olhar vazio, sem alma, ou de vale da estranheza. Você realmente sente as emoções dos personagens e acrescentando uma alta dose de personalidade de cada um deles, tudo flui tão natural e de maneira tão íntima, que é como se todos estivessem vivos e você de fato estivesse acompanhando aquele grupo nessa viagem.

Os cenários também são deslumbrantes apresentando algumas das paisagens mais belas que já vi em um game. Você dificilmente ficará entediado andando pelo game tamanha a diversidade de ambientes existentes, e tudo amarrado de forma harmônica e tão natural que parece o nosso próprio planeta Terra.

Os cenários são repletos de paisagens ricas em detalhes e dignas de se fazer uso do Modo Photo do game por horas

A parte sonora fica novamente sob responsabilidade de Mitsuto Suzuki e Masashi Hamauzu, e falar bem da trilha de Rebirth é chover no molhado. As composições do título original retornam, remasterizadas, com novos acordes ou totalmente rearranjadas, assim como novas músicas fazem sua estreia e não ficam muito atrás das originais. Nobuo Uematsu retorna assinando a canção tema “No Promises to Keep”, cantada por Loren Allred.

O que me incomodou um pouco foi o peso de alguns objetos do cenário, como pedregulhos, quando nosso personagem colide com os mesmos, fazendo com que estes parecessem ser feitos de isopor, sendo arrastados com muita facilidade, como se não tivessem peso algum. Mas isso não é algo que pese na nota final.

Longevidade e fator replay

Final Fantasy VII Rebirth em seus 2 discos de conteúdo oferece nada menos que cerca de 40 horas de duração, e isso se levarmos em consideração apenas a história principal. Caso queira desfrutar de tudo que o game tem a oferecer, sem muito esforço você terá que investir no mínimo 100 horas de gameplay. Um fator replay absurdo que por si só já supera assustadoramente o game original, com suas 80 horas, ainda mais assustador se lembrarmos que o game atual corresponde a 1/3 do projeto remake.

O mapa-múndi do game é subdivido em setores, sendo liberados conforme você progride na história. E em cada setor desse, existem diversas atividades e objetivos a serem realizados, entre eles missões da história principal, missões paralelas, batalhas com variações de monstros com desafios específicos, ativação de torres semelhantes às dos games Assassin’s Creed que liberam novos pontos de interesse no mapa e muitos outros.

Boa parte do seu tempo você passará no simulador de combate VR, caso queira completar o game em sua plenitude.

Em meio a tantos objetivos e pontos a serem explorados no mapa, quando você se dá conta já passaram-se horas. Vale lembrar também que assim como isso tudo é feito como uma ajuda que Cloud fornece a Chadley a ponto de ajudar a documentar sobre as curiosidades do mundo, e isso inclui o retorno das batalhas em VR, entre elas batalhas contra monstros e summons a fim de obter a matéria correspondente dos mesmos, e alguns bosses mais poderosos que os enfrentados na história principal, o que já poderíamos esperar, considerando a primeira parte do remake. E para aqueles que completarem 100% do game e ainda assim quiserem o desafio final, o modo hard retorna, sem dó nem piedade. É conteúdo para ninguém reclamar!

Final Fantasy Rebirth: Vale a Pena? 

Se este que vos escreve tivesse que recomendar UM ÚNICO título de PlayStation 5 para alguém que fosse para uma ilha deserta, sem nem pensar duas vezes, ESTE seria O TÍTULO!! Indiscutivelmente a melhor decisão que a Square Enix poderia ter feito foi dividir o projeto em 3 partes e entregar algo robusto e marcante do que um único título raso e esquecível. É embasbacante o resultado final do produto entregue pela Square Enix e seguirá por anos sendo citado como referência de como se fazer um remake mantendo não apenas a essência de sua contraparte, mas tornando-o ainda mais vivo com a expansão e aprofundamento dos elementos do título original de PlayStation 1, sem perder sua identidade. Sem dúvidas um título que não captura somente aqueles afetados pela nostalgia de reencontrar velhos amigos, mas também aqueles encantados com as maravilhas da descoberta!

Cópia de imprensa disponibilizada gratuitamente para PlayStation 5 pela Square Enix para a elaboração desta análise.

Depois de tudo o que passamos juntos. De tudo o que eu fiz. Não pode ser em vão. Permaneça conosco.