ESPECIAL TG | A Influência dos Games

Falo aqui sobre alguns prós e contras relacionados a influência dos games na vidas das pessoas. Um assunto que dá margem a muita discussão, abordado do ponto de vista de uma jogadora que se criou no meio desse entretenimento. Será que jogar é um vício? Um estímulo para o mal? Ou algo positivo, como uma nova cultura de destaque na comunidade? Uma ferramenta para desenvolver o cérebro? É o que vamos descobrir.

Falta de limites

Costumo julgar negativamente muito dos pais que deixam seus filhos utilizarem a tecnologia desde cedo, como tablets, celulares e similares. Mas a verdade é que eu também comecei cedo, minha vida gamer começou aos 3 anos de idade com um daqueles mini games portáteis que vinham com Tetris. Contudo eu tinha limites, não afundava meus pequenos olhinhos naquele dispositivo por horas a fio. Pelo contrário, eu tinha muito tempo livre para ser criança e desenvolver minha imaginação e criatividade. É algo que os pais de hoje não dão as crianças, o tédio! Sentimento tão fundamental para o nosso desenvolvimento, é com ele que aprendemos a inventar coisas e sair da ociosidade.

A influência dos games desde cedo.

Lembro das minhas peripécias até hoje. Com uma vida simples e sendo criada sozinha com meus pais, eu tinha as mais brilhantes idéias! Em posse de uma linha de costura e algumas árvores no quintal, eu criava obstáculos para formigas gigantes que eu encontrava (com auxílio de uma folha é claro, sempre fui muito cheia de frescuras). Posicionava elas estrategicamente em cima dessas linhas e fazia de conta que era dona de um circo. Algumas eram fenomenais e além de atravessar a linha num equilíbrio perfeito, ainda levavam folhas, ah aquelas exibicionistas!

Desculpe se você não achou uma grande ideia, mas para uma menina de 6 anos aquilo era o máximo! Agora quantas crianças podem contar uma história dessas na atualidade? Elas podem ter várias fantasias, mas nenhuma desenvolvida por elas mesmas.

Educar é amar

É normal as crianças replicarem o que assistiram ou jogaram, mas criar? Elas querem tudo pronto, e não as culpo. Culpo é claro, os pais. Pais que esquecem que ter um filho, vai além de alimentá-lo e levá-lo a escola, é muito mais que isso. É necessário amar e educar, porque educar é amar. Seus filhos devem ser criados para o mundo, pois o mundo não pega leve. Aprender com o mundo dói, e ao serem privados das frustrações na infância, eles não sabem lidar com essa dor quando adultos.

Alimentando tendências

Vejo pessoas dizendo que a influência dos games é negativa, mas é a mesma pessoa que permite que um jogo para maiores de 18 anos seja jogado pelo seu “bebê”. Crianças e jovens ainda estão em desenvolvimento, e são muito mais suscetíveis a novas ideias. Então obviamente se você pegar uma geração que não está sendo educada nessa idade tão importante, e no lugar você colocar jogos violentos, algo pode sim dar errado. Se a sua criança tiver tendência a violência, jogos assim irão alimentar o problema. Se a sua criança for depressiva… Você sabia que existem jogos onde o objetivo é se matar? Sério, eu joguei, mas sou uma pessoa equilibrada, mas e o seu filho? Aquele ser humano que ainda está em fase de descobrimento? É importante estar atento.

Jovens reclusos em seus quartos, sem vida social.Quando eu tinha uns 15 anos, ganhei um Playstation 2. Dentre os jogos que vieram com ele, estava o GTA San Andreas. Com uma noção de inglês, sabia o quanto meu pai, se soubesse seu conteúdo, não deixaria eu jogar. Mas ele não entendia, e eu joguei muito aquilo. Principalmente pela adrenalina de estar fazendo algo errado as escondidas. Mas a verdade é que eu não me identificava com o jogo, e portanto ele não me influenciava. Sempre vi nas aventuras, sejam boas ou ruins, como uma forma de aprender o ponto de vista de outras pessoas. No GTA aprendi que ser traficante era muito emocionante, mas assim como no jogo, eu poderia morrer só de cruzar a frente de uma gangue adversária.

Ensino moral levado a sério

Um jovem que está recluso em seu quarto, sem uma vida social, pode confundir o mundo fictício com o real. E quando não existe uma educação moral que o leve a dar valor a própria vida ou amor o suficiente no seu núcleo familiar para saber que fará falta… Os casos de fatalidade surgem. Mas os vídeo games, não são o mau em si, e sim a má educação, aquela que a gente aprende em casa e não na escola. Esse mesmo jovem pode ser influenciado por uma novela, filmes, séries, colegas e uma infinidade de coisas. Com uma boa educação ele saberá enfrentar tudo isso, tirando apenas o que é de melhor. E existem tantas coisas boas no universo gamer!

Aspectos benéficos trazidos pela influência dos games

Faz bem para a saúde dos gamers seniores. A influência dos games pode nos ajudar a aprender novas línguas, aumentar nosso conhecimento histórico do mundo e inclusive investigar a fundo a arquitetura de grandes cidades. O seu uso desenvolve habilidade motoras e principalmente a velocidade na obtenção de soluções nos problemas da vida, faz bem até para a memória. Se você jogar algo realmente difícil, pode servir de ferramenta para melhorar sua paciência, persistência, determinação. Alguns jogos são tão bons, que ensinam mais que livros e são mais tocantes que grandes obras do cinema. Além de tudo, temos o fator mais importante de todos, a diversão.

Pessoas que me conhecem pessoalmente e visualizam minhas postagens nas redes sociais, conhecem minha vida gamer. Muitos perguntam o que tenho jogado, e com felicidade respondo: Nos últimos dias cavalguei um pouco em campos verdes arborizados; fiquei perdida numa floresta procurando uma criança e visitei um mundo lindo, com um príncipe amaldiçoado onde eu podia ser uma ladra, um cavaleiro ou um mago! A vida de um gamer nos permite ter muitas vidas, mas o mais importante, é investir na nossa própria!

Tudo é questão de equilíbrio

Os jogos me abriram muitas portas. Eles foram os amigos que não tive em minha infância, me auxiliaram a conseguir trabalho, vários até na verdade. Conheço pessoas que se livraram da timidez e até da depressão! Mesmo o pessoal sênior encontra um hobby saudável e repleto de benefícios a saúde com esse entretenimento, alguns inclusive se tornam mais fissurados que os mais jovens. A influência dos games portanto, pode ser muito positiva se usada com sabedoria. O segredo como tudo na vida está em saber dosar e manter o equilíbrio.

Inscreva-se no canal do Teoria Geek no Youtube e nos acompanhe também nas redes sociais:  FacebookTwitter e Instagram.