Eles nasceram para fazer rir, mas acabaram virando o pesadelo coletivo da humanidade.
Dos bonecos possuídos aos assassinos silenciosos, esses palhaços do terror roubaram o picadeiro da alegria e transformaram o riso em grito.
Então, segure o susto e venha comigo nessa viagem cronológica pelos cinco rostos pintados que fizeram do medo um verdadeiro espetáculo.
He – (He Who Gets Slapped, 1924)
Não podia deixar de começar pelo vovô: antes dos palhaços se tornarem símbolo de alegria, essa produção apresentou ao mundo o primeiro palhaço do cinema que não nasceu para divertir.
Interpretado por Lon Chaney, o lendário “Homem das Mil Faces”, HE é um cientista traído e humilhado que se reinventa como artista de circo — e seu número consiste em levar tapas na cara, noite após noite.
No entanto, por trás da maquiagem e das risadas do público, há apenas dor. Chaney criou o primeiro palhaço trágico do cinema, um personagem que não busca aplausos, mas expõe o lado mais cruel do riso.
Sem sangue nem sustos, “He Who Gets Slapped” inaugurou um novo tipo de horror — aquele que nasce da humilhação, da perda e do olhar vazio de quem já não acredita em si mesmo.
Pennywise – (It: A Coisa, 1990 e 2017)
Quando Tim Curry apareceu na TV nos anos 90, ninguém olhou para palhaços da mesma forma.
Seu Pennywise tinha bochechas rosadas, sorriso largo e uma alma do tamanho do inferno — o retrato perfeito do “amigo das crianças” que, na verdade, devora o medo delas. Ademais, a minissérie baseada em Stephen King traumatizou uma geração inteira.
Três décadas depois, Bill Skarsgård ressuscitou o palhaço com um olhar hipnótico e um sorriso que desafia a anatomia humana.
Seu Pennywise 2.0 dançava, flutuava e fazia o público prender a respiração — um show de horror visual e psicológico. Entre o charme macabro de Curry e a loucura digital de Skarsgård, o resultado é o mesmo: o palhaço mais temido que o cinema já viu.
Captain Spaulding – (House of 1000 Corpses, 2003)
Captain Spaulding é o palhaço sujo, sarcástico e totalmente sem cerimônia. Além disso, é proprietário de um posto/restaurante que também abriga o bizarro “Museum of Monsters & Madmen”.
Interpretado com descaro por Sid Haig, ele não é só um palhaço: é a cara do circo podre de Rob Zombie, mistura de humor grotesco e ameaça real, e acabou virando ícone cult do horror moderno.
Esse papel no filme reviveu a carreira de Haig, consolidou o tom gore-carnavalesco de Rob Zombie e colocou o palhaço grosseiro no panteão dos vilões cult.
Twisty the Clown – (American Horror Story: Freak Show, 2014)
Twisty é aquele tipo de vilão que dá medo e pena ao mesmo tempo.
Com o rosto desfigurado e uma máscara que parece um sorriso arrancado, ele aterrorizou os fãs da série American Horror Story — e ainda voltou em Cult para assombrar o imaginário coletivo.
Interpretado por John Carroll Lynch, Twisty é mais do que um assassino: é uma alma quebrada, rejeitada, que só queria fazer rir. O problema é que suas apresentações envolvem sequestros, facões e muita loucura.
Art the Clown – (Terrifier, 2016)
Silêncio mortal, sorriso congelado e um balde de sangue: assim nasceu Art, o palhaço que levou o gore a outro nível.
Interpretado por David Howard Thornton, ele não fala — só age. E como age! Em Terrifier, Art transforma a noite de Halloween em um espetáculo de carnificina, com direito a mutilações e criatividade sádica.
Ele prova que o verdadeiro horror pode vir apenas de uma maquiagem branca e de uma serra elétrica. Sendo assim, Art virou ícone do terror underground e um lembrete de que nem todo palhaço quer fazer truques — alguns preferem fazer vítimas.
O show do medo continua
Desde 1924, o palco do riso virou palco de pesadelos. HE abriu caminho, Pennywise eternizou o trauma e Spaulding fechou o picadeiro com sangue e sarcasmo.
E o público? Continua assistindo, meio assustado, meio fascinado. Porque, no fundo, todo mundo gosta de sentir medo… contanto que seja do outro lado da tela.
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