Dying Light: The Beast | Confira nossa review

Dying Light: The Beast
Ficha Técnica
Desenvolvido por: Techland
Publicado por: Techland
Gênero::FPS de ação com elementos RPG
Série:Dying Light
Lançamento: 18 de setembro
Classificação indicativa: 16 anos
Modos: um jogador ou cooperativo até 4 jogadores
Disponível para: PC, PS5 e Xbox Series S|X

Kyle Crane retorna em Dying Light: The Beast, o novo capítulo da franquia que conquistou milhões de jogadores. A proposta é clara: trazer de volta a intensidade, o horror e a adrenalina que marcaram a série, ao mesmo tempo em que apresenta novidades para prender antigos e novos fãs. Mas será que esse retorno realmente entrega tudo o que promete? Confira na nossa review.

Vale ressaltar que esta review só foi possível graças ao envio antecipado de uma cópia pela Techland., com o objetivo de viabilizar a produção de conteúdo. Nosso agradecimento à Techland pelo apoio!

História: uma besta enjaulada!

Em Dying Light: The Beast, voltamos a acompanhar Kyle Crane, personagem central do primeiro jogo da franquia. O enredo começa após sua captura e tortura por um cientista conhecido apenas como Baron, que conduz experimentos cruéis em busca de uma arma biológica definitiva. Como consequência, Crane não é mais apenas humano. Uma parte de si está dominada por mutações, conferindo-lhe habilidades sobre-humanas ao mesmo tempo em que ameaça corroer sua identidade.

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A narrativa coloca esse conflito em primeiro plano. Não se trata apenas de sobreviver a um mundo infestado de infectados, mas de lidar com a transformação interior. Crane precisa escapar do domínio do Baron, buscar respostas para sua condição e encontrar meios de manter sua humanidade. Esse dilema dá à trama um tom mais sombrio, mais íntimo e mais psicológico do que vimos antes.

Embora a história se apoie em elementos tradicionais do gênero — vilões manipuladores, conspirações em torno de experimentos biológicos, dilemas sobre até onde vai a ciência em tempos de colapso —, o que realmente prende o jogador é a dimensão pessoal da jornada. O peso emocional está em acompanhar como Crane lida com aliados que desconfiam de sua condição e inimigos que desejam explorá-lo como uma arma. Essa tensão entre humanidade e monstruosidade permeia toda a experiência, e garante que o enredo não seja apenas pano de fundo, mas parte fundamental da imersão.

Jogabilidade: Parkour e muita ação!

A jogabilidade de The Beast é a evolução natural da fórmula da série, mas com novidades que trazem frescor. O parkour continua sendo o coração da movimentação. Escalar, saltar, improvisar caminhos por ruínas, vilarejos destruídos e florestas densas cria uma sensação de liberdade. A ambientação rural muda o ritmo: em vez de prédios altos e cidades cheias de rotas verticais, encontramos casas abandonadas, torres de vigia, estradas e colinas. Isso não diminui a intensidade, apenas desloca a atenção para rotas horizontais, furtividade e exploração cuidadosa.

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No combate, o jogo mantém o peso característico dos ataques corpo a corpo. Armas improvisadas, machados enferrujados, canos, facões e até ferramentas agrícolas ganham destaque. A sensação de impacto é forte, cada golpe carrega brutalidade e exige atenção ao alcance e à resistência da arma. Há também armas de fogo, mas o uso delas é limitado pela escassez de munição, o que mantém a tensão constante.

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A grande novidade é o chamado Beast Mode. Ao acumular energia em combate, Crane pode liberar temporariamente suas mutações, tornando-se mais ágil, forte e resistente. Esse poder não é apenas um botão de vitória. Usá-lo exige planejamento: ativar a forma bestial pode salvar a vida em situações desesperadoras, mas expõe Crane à perda de controle e ao risco de se tornar aquilo que mais teme. Essa dualidade faz parte tanto da narrativa quanto da mecânica, reforçando o vínculo entre história e jogabilidade.

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O sistema de inimigos também ganha profundidade. Além dos infectados comuns e variantes já conhecidas, encontramos criaturas mutantes chamadas Quimeras, que funcionam como mini-bosses. Cada uma delas tem padrões únicos e derrotá-las concede recursos especiais que ampliam as habilidades do Beast Mode. Isso cria uma dinâmica de progressão interessante, em que a exploração e os desafios opcionais recompensam de forma palpável.

Sistemas de progressão e dificuldade

A progressão em The Beast é satisfatória e equilibrada. O jogo incentiva o jogador a explorar seu mundo aberto, aceitar missões secundárias e enfrentar inimigos opcionais. Cada atividade contribui para a evolução de Crane, seja na forma de experiência para habilidades humanas, seja com recursos biológicos que aprimoram seu lado mutante.

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A árvore de habilidades está dividida entre aspectos humanos e bestiais. De um lado, melhorias em parkour, furtividade, resistência e técnicas de combate. Do outro, poderes ligados às mutações, como ataques em área, regeneração acelerada e movimentos predatórios. Essa dualidade dá ao jogador liberdade para moldar Crane de acordo com seu estilo, mas também reforça a temática de estar sempre entre dois mundos.

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A dificuldade segue a filosofia clássica da série: não é um jogo fácil. Durante o dia, os infectados são perigosos, mas controláveis. À noite, o tom muda completamente. Criaturas mais rápidas e agressivas surgem, a visibilidade despenca e a tensão aumenta de forma palpável. Muitas missões obrigam o jogador a enfrentar esse ambiente hostil, o que pode frustrar novatos, mas recompensa os mais cuidadosos e pacientes.

Embora exista grind leve para quem não domina o sistema de fabricação e customização, o jogo não força repetições exaustivas. A preparação, mais do que o acúmulo, é o que define a vitória. Entrar em um combate sem planejamento é pedir para ser punido, mas jogadores que exploram, fabricam itens e aprendem a usar o ambiente a seu favor encontram um equilíbrio justo.

Gráficos e trilha sonora

Graficamente, The Beast impressiona pelo nível de detalhe em ambientes que combinam ruínas humanas e natureza em expansão. Vilarejos destruídos, florestas densas, cavernas úmidas e construções decadentes formam cenários cheios de atmosfera. A iluminação dinâmica é um destaque: dias claros trazem uma falsa sensação de segurança, enquanto a noite mergulha o jogador em sombras quase sufocantes. O uso de luzes artificiais, como tochas e lanternas, reforça o clima de vulnerabilidade.

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O design das criaturas também merece destaque. Infectados comuns transmitem desgaste e degradação, enquanto as Quimeras impressionam pelo aspecto grotesco e único de cada uma. O próprio Crane, em sua forma bestial, exibe animações viscerais que reforçam o peso da transformação.

Na trilha sonora, o jogo aposta em faixas atmosféricas que acompanham cada situação. Em momentos de exploração tranquila, músicas discretas e melancólicas predominam. Quando a noite cai ou os infectados atacam em massa, percussões intensas e cordas tensas elevam a adrenalina. O som ambiente é igualmente importante: passos secos na madeira de casas abandonadas, o farfalhar de folhas no escuro e os gritos distantes de criaturas criam uma imersão quase sufocante.

Dying Light: The Beast: Vale ou não a pena?

Dying Light: The Beast é uma experiência que mistura ação, horror e reflexão de maneira eficaz. A narrativa pode não reinventar o gênero, mas ganha força pelo foco no dilema pessoal de Crane. A jogabilidade expande a fórmula com um sistema de mutações que adiciona novas camadas táticas, enquanto a progressão mantém o jogador engajado do início ao fim.

Os gráficos e a trilha sonora criam uma atmosfera envolvente que sustenta a tensão a cada passo, e a dificuldade garante que a sobrevivência nunca seja banalizada. É verdade que alguns jogadores podem estranhar o ritmo mais lento em certos momentos e a exigência de planejamento constante, mas esses elementos fazem parte da identidade da série e são, de certa forma, sua marca registrada.

No fim, The Beast é um título que honra as raízes de Dying Light e, ao mesmo tempo, encontra novas formas de explorar seu universo. Para veteranos, é uma evolução bem-vinda. Para novatos, pode ser desafiador, mas também uma ótima porta de entrada para quem busca um jogo de sobrevivência com narrativa sólida e atmosfera intensa.