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DRAGON BALL: Sparking! ZERO | Confira nossa review

Não importa o que aconteçaaaaa, tudo vai ficar melhooooor! Sparkiiiing!
Ficha Técnica
Desenvolvido por: Spike Chunsoft
Publicado por: Bandai Namco
Gênero: Luta 3D
Série: Dragon Ball, Budokai Tenkaichi, Sparking
Lançamento: 11 de Outubro de 2024
Classificação indicativa: 12 anos
Modos: Single-player, Multiplayer local e online
Disponível para: PlayStation 5, Xbox Series X/S e PC 

 

Desde que surgiu, Dragon Ball mostrou ser um dos maiores fenômenos da cultura pop que já existiram, cujo tamanho impacto pôde ser notado com a morte de seu criador, através das inúmeras homenagens prestadas pelo planeta inteiro ao longo de março deste ano. Uma série de mangá /anime da revista Shonen Jump, da editora Shueisha, criada por Akira Toriyama em 1984, com tamanha relevância, naturalmente se refletiria em inúmeros merchandising, entre eles, videogames. Ao longo de seus quase 40 anos de nascimento, a franquia é disparada uma das IPs que mais tiveram games, ao lado de Mario, Mega Man, entre outras, estando presente desde a era Famicom/NES. Mesmo sendo uma história com foco em lutas, a série já explorou diversos gêneros no mundo dos games, entre eles: aventura/plataforma, cardgame, RPG, action RPG, multiplayer assimétrico de sobrevivência, luta e luta 3D. Desenvolvido pela Spike, a série Budokai Tenkaichi, “Sparking” no Japão, surgiu em 2005, ainda no PlayStation 2, como um dos precursores do gênero Arena Fighting 3D, logo após o terceiro título da série de luta 2D Dragon Ball Budokai, da Dimps. Depois de 3 games, a série deixou uma marca nos corações de muitos fãs, que não viam um novo game no mesmo estilo desde 2007. Agora, adotando o subtítulo Sparking a nível global, a série retorna, após longos 17 anos, atendendo assim aos desejos daqueles que esperaram pacientemente. Mas será que o game é tudo isso? Ou melhor, será que a série Budokai Tenkaichi algum dia foi tudo isso? Confira comigo!

Gameplay

As lutas na série Sparking / Budokai Tenkaichi, para quem não é familiarizado, diferentemente de títulos 2D da franquia, como Dragon Ball FighterZ ou os títulos da série Budokai clássica, ocorrem em cenários com movimentação 3D livre, seja para os lados, pulando, voando para cima, para baixo, ou até mesmo embaixo d’água. Os estágios de batalha são totalmente livres para percorrer e têm uma variedade de objetos quebráveis, mas também alguns indestrutíveis que você pode usar como cobertura durante uma batalha. Você vai querer estar ciente de onde pode se proteger para carregar seu Ki, pois carregar seu medidor de Ki é essencial durante uma luta, pois isso não só permitirá que você faça contra-ataques, mas também permitirá que você ganhe poder ao se transformar e use os famosos super ataques especiais característicos de cada personagem da franquia, como o Kamehameha, por exemplo. Algumas das habilidades dos personagens estão bloqueadas por trás de um contador de habilidades, um contador que você aumenta ao executar movimentos durante a batalha e quanto maior o número disponível no contador, mais habilidades especiais você terá acesso. Ao fazer uso de um número do contador, por exemplo, e carregar o ki com a barra de ki já completamente preenchida, você entra no modo Sparking, em que seus combos podem se tornar ininterruptos, você pode utilizar esquivas em alta velocidade e principalmente realizar o ataque supremo exclusivo de seu personagem.

Neste game também foram adicionados novos elementos ao combate, tais como o dash curto, uma nova maneira de se mover rapidamente, permitindo uma variedade de opções de combos para os jogadores experimentarem; o contra-ataque vingativo, semelhante a uma defesa, trata-se de uma nova maneira de contra-atacar inspirada em sequências do anime em que lutadores atacavam enquanto eram atingidos pelo ataque do oponente;  super percepção, um novo contra-ataque que permite que você contorne uma variedade maior de ataques inimigos, desde ataques físicos padrão até ataques especiais, como explosões de Ki; e por fim o Assalto de Desaparecimento, um novo ataque rápido que você pode usar para atacar um oponente quase instantaneamente, e que é extremamente difícil de contra-atacar.

De um modo geral, ao longo de quase 2 décadas, a Spike, hoje Spike Chunsoft, adquiriu muita expertise no gênero de combate 3D, muito disso por ter desenvolvido não apenas 3 títulos, como o marketing desse game prega desonestamente, mas outros 4 títulos de Dragon Ball também (Raging Blast, Raging Blast 2, Ultimate Tenkaichi, Tenkaichi Tag Team) e mais 2 onde Dragon Ball também estava envolvido (J-Stars Victory Vs e o medonho Jump Force), e todos esses 6 foram fracassos de crítica e consumidor. Mas também é errando que se acerta, e desde o lançamento de Jump Force, a empresa esteve focada no desenvolvimento de Sparking! Zero, por 5 longos anos. E desde que o game foi sendo divulgado, gradativamente, a empresa esteve aberta ao feedback dos fãs, o que permitiu que o game fosse ficando cada vez mais agradável também ao gosto do público. Esses 5 anos de desenvolvimento permitiram que o game atingisse um grau de refinamento absurdo, ao menos na parte dos combates, com um nível de fidelidade nunca antes visto em qualquer game de Dragon Ball até o presente momento. Praticamente qualquer coisa vista na série de mangá ou anime você consegue ser reproduzida no game, tamanha a variedade de técnicas e recursos disponíveis no combate. Cabe ressaltar, porém, que o game pesa mais na balança para uma jogabilidade no estilo arcade. Mas ainda assim, este game veio para ser o definitivo, em termos de combate, da série Dragon Ball e cumpre a promessa!

Elenco de personagens

O elenco de Sparking! ZERO tem uma vastidão impressionante de personagens, desta vez incluindo personagens de DB Super, pela primeira vez em um game da série Budokai Tenkaichi, e do ainda inédito DB Daima, pela primeira vez em um game de DB no geral. A quase totalidade do elenco de Budokai Tenkaichi 3 retorna, deixando apenas alguns de fora, o que já não deixa de ser impressionante por si só, considerando que todos tiveram que ser remodelados para modelos de 3 gerações de consoles seguintes. Sparking ZERO possui 182 personagens ao todo, e mesmo que boa parte disso sejam variações de trocentos Gokus e Vegetas, cada um possui muitas características individuais, como combos, supers e ultimates próprios. E a vasta maioria deles possui ao menos uma skin alternativa desbloqueável/comprável. Um desses personagens, inclusive, podemos considerar como um movimento ousado dos desenvolvedores, por se tratar de algo não canon e nem mesmo oficial, que a esta altura já deve ter feito barulho nos 4 cantos do globo, deixando muita gente estupefata com tamanha audácia.

Viva a história que você ama ou experimente inúmeras outras

O game, como de costume, segue a já conhecida história de Dragon Ball, cobrindo desde o início de Dragon Ball Z, com a chegada de Raditz à Terra, até o fim do Torneio do Poder, com direito à cena final da vitória do Universo 7 no Torneio do Poder refeita com os modelos do game, rendendo facilmente um raríssimo final emocionante para um game de Dragon Ball. Destaque também para esta versão do Goku Instinto Superior, sendo facilmente a mais bem representada em uma mídia, que não o anime ou mangá, muito mais fiel do que a apresentada em Xenoverse 2 ou FighterZ.

E assim como outros tantos games da série, aqui também existem os já manjados “what ifs”, episódios que exploram histórias alternativas não canônicas, com acontecimentos fora do que já temos como estabelecidos na história oficial da franquia. E se Goku recusasse a aliança com Piccolo contra Raditz? E se Vegeta matasse Kuririn durante sua invasão à Terra com Goku presenciando? E se o Trunks do Futuro ficasse no presente, em vez de voltar para sua linha do tempo original? Essas, e outras tantas você poderá conferir no game. E diga-se de passagem, são algumas das melhores histórias paralelas de Dragon Ball criadas para um game, até então, e com MUITA folga.

As condições para desbloquear tais episódios variam. Algumas lutas você deverá derrotar o inimigo; outras, deixar que o tempo passe, enquanto sobrevive ao adversário; outra, sofrer um determinado ataque do oponente; outra, realizar determinado ataque. Não ache que será fácil atingir tais condições, pois a CPU neste game age implacavelmente, fazendo uso de todos os recursos de gameplay disponíveis, sem titubear em nenhum momento, quase não permitindo brechas para seus ataques. Muitas vezes, você terá uma luta extremamente sem graça, pois sua única alternativa para conseguir cumprir aquele objetivo era carregar ki e spamar eternamente determinado ataque. E reduzir a dificuldade não será uma opção, pois ao reduzir a dificuldade, os objetivos secundários de conclusão ficam bloqueados.

E como se esse tanto de história não fosse suficiente, um dos recursos mais atrativos do game são as Batalhas Pesrolanizadas, em que você poderá criar suas prórpias batalhas, por meio de um editor robusto, com uma ampla gama de opções de edição, com milhares de frases pré-definidas, além de expressões, poses e até mesmo com personagens não jogáveis. Além de poder upar suas edições para a internet e baixar as de outros jogadores. Acaba agregando um fator replay ao game que beira o infinito.

Demais modos de jogos

O game também possui todos os demais modos de jogo que já estamos acostumados que estiveram presentes nos games anteriores da série, como batalha local para 2 jogadores, desta vez disponível apenas no cenário da Sala do Tempo, e nem com todos os personagens, devido limitações de hardware, infelizmente; modos de Torneio, com vários tipos, com cada um com alguma regra ou condição em específico imposta, como derrota por cair da arena, não poder voar etc, estando disponível tanto singleplayer quanto online. Sobre o modo online, além dos diversos tipos de torneio, estão disponíveis também as clássicas batalhas normias ou ranqueadas. Além disso, os Zenis, a moeda do jogo, podem ser conquistados praticamente em todo modo de jogo com a qual você interage e é essencial para abrir conteúdo na loja, podendo desbloquear personagens e trajes antecipadamente, além de itens cosméticos para edição do personagem e cápsulas equipáveis que podem ser utilizadas como forma de melhoria de atributos no seu personagem.

Aspectos negativos

Mas nem tudo são árvores de ajizas em Sparking Zero, o game também possui uma série de aspectos negativos, tais como:

  • Ausência de trilha sonora do anime, sendo que há somente UMA única música do anime, sendo ela Genkai Toppa x Survivor, a segunda música de abertura de Dragon Ball Super, aqui também utilizada na abertura do game. A gente sabe que no fim, as músicas do anime serão vendidas separadamente, e por um preço bem salgado.

[Atualização]: de fato, 2 pacotes contendo as músicas do anime foram colocados à venda na data de publicação deste review, nas respectivas lojas de cada plataforma, custando R$79,90 cada pacote, nas lojas do PlayStation e do Xbox, e R$84,90 na Steam.

  • Há também pouca variedade de cenários, e muitos cenários que já existiam nos games anteriores foram limados deste game. Mas pode ser que sejam adicionados futuramente, por alguma forma de DLC, pago ou gratuito. Aliás, o cenário da cidade baixa fidelidade com o material fonte e não conversa com elementos e com o traço de Akira Toriyama.
  • O multiplayer local está restrito ao cenário da Sala do Tempo, justamente o que possui menos elementos no cenário e nem todos os personagens podem ser escolhidos. Essa acabou sendo a maneira do estúdio contornar a limitação de hardware que dificultava 2 perspectivas distintas serem processadas simultaneamente em um mesmo console, com tanta coisa também acontecendo nos cenários durante a batalha.

  • Os modelos dos personagens são alguns dos mais bonitos já feitos nos games de Dragon Ball, e algumas das custcenes são maravilhosas, ficando atrás apenas de Dragon Ball FighterZ, em termos de fidelidade visual, e muito além de DB Kakarot. Alguns dos personagens, porém, parecem que foram feitos nas coxas, de tão horríveis: Kyabe, Caulifla e Trunks do Futuro parecem de gerações de videogame passadas.
  • O nível de dificuldade pode assustar alguns jogadores, considerando a implacabilidade da IA, e a falta de opções para alterar a dificuldade modo história, sem que sejam travadas as rotas alternativas, ainda mais levando em consideração a parcela do público infantil do game.
  • No modo história, o game também não se dá ao trabalho de destacar qual rota é a canon e qual é a alternativa, deixando confuso quem estiver tendo seu primeiro contato com a história de Dragon Ball.
  • Ausência de um modo de criação de personagens, o que acaba sendo uma oportunidade perdida de aliar personagens customizáveis ao editor de histórias personalizadas. Não que isso seja algo essencial para o game, mas seria um atrativo a mais.

DRAGON BALL: Sparking! ZERO: Vale a pena?

DRAGON BALL: Sparking! ZERO chega perto de ser a experiência definitiva de Dragon Ball, mas ainda não chegou lá. A falta de polimento em algumas arestas, citadas há pouco acima, prejudica um pouco o brilho do game, mas ainda assim, este acaba sendo a melhor forma de vivenciar/reproduzir os combates que conhecemos da série, mesmo que não seja com o grau de tecnicidade de um DB FighterZ da vida.

 

Cópia de imprensa disponibilizada gratuitamente para PlayStation 5 pela Bandai Namco para a elaboração desta análise.

Depois de tudo o que passamos juntos. De tudo o que eu fiz. Não pode ser em vão. Permaneça conosco.

 

 

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