
Desenvolvido por: id Software |
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Publicado por: Bethesda Softworks |
Gênero: FPS |
Série: Doom |
Lançamento: 14 de Maio de 2025 |
Classificação indicativa: 18 anos |
Modos: Single-player |
Disponível para: PlayStation 5, Xbox Series S/X e PC |
Depois de um longo dia cansativo de trabalho, você chega em casa, coloca um fone de ouvido com heavy metal no volume máximo, veste sua armadura de tanque móvel de guerra, adentra em um portal para o inferno, e ao som de muito Heavy Metal, e relaxa destroçando demônios por horas e horas. Só de imaginar, já bate aquele suspiro de calmaria rs. E é essa a sensação terapêutica que tive ao longo de todas as minhas 25 horas me divertindo jogando Doom: The Dark Ages, assim como nos outros 2 Dooms anteriores. Mas será que essa experiência valeu a pena? Vamos conferir!
Apresentação
Inicialmente, confesso que não estava muito empolgado com esse terceiro jogo, porém, sou um gamer viciado em rock n’ roll e heavy metal e as trilhas sonoras de Doom (2016) e Doom Eternal estão entre algumas das melhores que já vi em um videogame, e assim que liberou a trilha de The Dark Ages, embora não seja de autoria de Mick Gordon como nos jogos mencionados, minha curiosidade com o jogo aumentava, me imaginando curtindo aquele gameplay frenético ao som de faixas como From the Ashes e Unchained Predator. Por incrível que pareça, ouvir as trilhas me gerou a vontade de dar uma conferida nesse novo game. E após resolver abraçar essa vontade, tive horas e horas de diversão.
O jogo é uma prequel do DOOM de 2016 e mostra Doomslayer a serviço dos Martyrs ajudando a humanidade na batalha contra uma invasão do inferno. Embora o jogo tenha boas cutscenes, e sempre haja uma tentativa de desenvolvimento no inicio e fim de cada capitulo, confesso que após sua conclusão, não me vem o contexto da historia à mente. Admiro a ID por tentar dar essa profundidade ao Doomslayer e a todo esse universo criado para o jogo, mas convenhamos, o que marca na memória são os momentos badass do nosso amigo tanque de guerra ambulante destroçando demônios enquanto a gente faz devil horn do lado de cá ao som de heavy metal.
Gameplay
Doomslayer dessa vez vem munido de um escudo que é o responsável pela principal mudança na estrutura de gameplay desse jogo. Embora Doom de 2016 tenha um grande foco na mistura entre velocidade, glory kills no momento correto e correta gestão das qualidades de cada arma para diferentes situações, Doom Eternal veio posteriormente adicionando uma camada de verticalidade alterando bastante o estilo do jogo. The Dark Ages nesse sentido lembra bastante a versão de 2016, abrindo mão da verticalidade introduzida por Eternal, porém adicionando as características do escudo às batalhas. O escudo inicialmente é utilizado para defesa simples, atacar com carga se aproximando dos inimigos, arremessar para abater prontamente inimigos menores e paralisar inimigos maiores e por fim, executar parries em ataques específicos.
Posteriormente são adicionados novos ataques à medida que a história se desenvolve. Se você não curtir a mecânica de uso do escudo, possivelmente não vai curtir o jogo de modo geral levando em consideração que grande parte da estrutura dos combates é levando as possibilidades de ataque do escudo em consideração mesmo com uma ampla variedade de armas a disposição. Em dificuldades mais altas é complicadíssimo desenrolar sem dominar as possibilidades geradas pelo escudo. Eu particularmente curti bastante a nova mecânica e em termos de gameplay, somente duas características me incomodaram: A janela de tempo para o parry do escudo, que achei bem alta, facilitando bastante certos momentos. Mas se não me engano, o jogo te dá a possibilidade de diminuir essa janela para aumentar a dificuldade.
Aliado a isso, outro incômodo foi a hitbox de Doomslayer. Jogando no nível de dificuldade “PESADELO” por vezes fui morto por ataques que não geravam sensação de impacto ou passavam a impressão de que acertariam o SLAYER a ponto de mata-lo. Principalmente pelo fato de inimigos consideravelmente mais fracos terem ataques de estrutura horizontal para que gere ao jogador a sensação de que não há escapatória a não ser defender. Por vezes você está focado em uma área do mapa e toma dano de uma origem que não faz menor ideia de onde causou, ao menos no meu caso. Como dito, a ideia é estar constantemente em movimentos laterais abusando do escudo para se defender, mas achei a hitbox do Slayer um pouco grande demais e em dificuldades maiores acaba irritando um pouquinho.
Junto ao escudo, Slayer possui algumas armas voltadas para ataque Melee que cumprem papéis diferenciados como reabastecimento de saúde. Entre as armas, nada que destoe muito das apresentadas nos dois jogos anteriores com um arsenal muito variado para enfrentar diferentes situações como, uma arma que explode escudos de energia, outra mais voltada a acertar uma ampla quantidade de inimigos em linha, e etc. Além da grande variedade de armas, é possível desbloquear funções secundárias que bem aproveitadas, alimentam o fator diversão.
Senti que Doom (2016) e Doom Eternal te forçavam a variar mais as armas te punindo severamente caso não fizesse isso. Em The Dark Ages, busquei essa variação em nome da diversão, mas confesso que em vários momentos tive a leitura que seria possível passar tranquilamente utilizando a nova arma Chainshot pois seu dano é ligeiramente desbalanceado em relação às outras armas, principalmente com seu upgrade máximo que causa dano em área.
Duração e fator replay
A estrutura do jogo se assemelha um pouco mais a Doom (2016) em termos do que ele te oferece para fazer. No momento do lançamento, o jogo possuía apenas sua campanha e dentro dessa campanha há a busca de colecionáveis (que estão consideravelmente mais fáceis de encontrar pois são apresentados no mapa), desafios de fase que são relativamente fáceis e adquirir todas as melhorias para as armas. Sendo assim, a platina vem tranquilamente após concluir 100% em todas as fases. Isso acaba sendo o maior defeito de The Dark Ages. Ao menos em seu lançamento, o fator replay era quase nulo, não havendo um modo multiplayer, criação de mapas ou algo do tipo. Zerou o jogo e pegou todos os colecionáveis e desafios? A única coisa que te motiva a retornar para rejogar é o puro prazer de matar demônios. E convenhamos, o jogo está em um valor bem salgado para não ter nada que te dê vontade de rejogá-lo, por mais divertido que seja.
Aspectos visuais e sonoros
Tecnicamente falando, o jogo tem gráficos agradáveis, mas confesso ter achado o mais fraco dos 3 nesse quesito, ao menos no PS5. Os mapas seguem uma estrutura bem aberta com bastante coisa acontecendo ao fundo como demônios gigantes travando batalhas e tudo tem um ar colossal porém, a parte gráfica me chamou a atenção negativamente. Inclusive reinstalei Eternal para confirmar se meu desconforto com a parte gráfica era algo muito pessoal ou realmente está aquém. E carimbou minha sensação: a versão de PS5 de Doom Eternal tem gráficos melhores e com cores mais vivas do que Dark Ages.
E para finalizar em relação a parte técnica, temos uma das características mais conhecidas das incursões do nosso querido Doomslayer: a trilha sonora. Infelizmente dessa vez ela não é mais de autoria do saudoso Mick Gordon, ficando a cargo da Finishing Move. Tem bons temas como From the Ashes e Unchained Predator (minha trilha favorita do jogo, que inclusive eu gostaria que tocasse mais vezes). Não chega a ser tão marcante como nos dois jogos anteriores e inclusive em momentos fora de combate chegam a ser repetitivas e enjoativas. Mas durante as batalhas mais épicas cumpre o que se propõe e continua sendo um dos pontos positivos dessa mais recente encarnação do Doomslayer.
Doom: The Dark Ages: Vale a Pena?
Doom: The Dark Ages me divertiu do começo ao fim e gostei bastante das mudanças trazidas no uso do escudo. O jogo tenta dar uma diversificada adicionando seções em que se joga com um dragão e com um mecha gigante que eu achei bem legais embora as partes com dragão seja mais chatinho de procurar colecionáveis. O jogo me divertiu bastante ao longo das 20 e poucas horas que levei para buscar a platina e as únicas coisas que creio que valem ser mencionadas como algo que poderia ser melhor são a parte gráfica e o fator replay que foi praticamente nulo. Doomslayer segue sendo um ótimo companheiro para auxiliar a extravasar um dia cansativo de trabalho ao som de muito heavy metal.
Depois de tudo o que passamos juntos. De tudo o que eu fiz. Não pode ser em vão. Permaneça conosco.