Dome Keeper | Confira nossa review

Dome Keeper deveria vir com alguma advertência, pois facilmente você se perde no tempo aqui.

Ficha Técnica

Desenvolvido por: Bippinbits
Publicado por: Raw Fury
Gênero: Roguelike, indie
Série: Dome Keeper
Lançamento: 27 de Setembro de 2022
Classificação indicativa: 10 anos
Modos: 1 Jogador
Disponível para: PC, Linux, Mac (Steam)

Viciante, intuitivo e enigmático, você será instigado a aperfeiçoar suas habilidades de minerador para poder avançar no jogo. Mas, também, não se preocupe se a morte chegar, já que ela te abraça de aprendizado e prepara para uma tentativa mais promissora.

Do estilo indies viciantes, prepare-se para jogar por diversas vezes tentando se superar e vencer o desafio nesse novo roguelike da Raw Fury.

Em Dome Keeper, nosso objetivo primário é proteger a cúpula, a única defesa que você tem contra as criaturas cruéis lá fora. Essas criaturas vêm em ondas, e te dão um pequeno espaço de tempo para poder minerar recursos, que lhe abrem a possibilidade de realizar upgrades.

O desafio está em descobrir onde esses recursos estão, forçando o jogador a esquematizar uma estratégia até conseguir alguma habilidade de localização. É claro que você pode bancar o louco, mas sem um plano, vai ser bem difícil encontrar os recursos a tempo, considerando a velocidade em que as ondas vão aumentando seu poder de ataque.

O sistema de upgrades é bem simples de usar e extremamente necessário. No computador localizado na cúpula, existe uma árvore de habilidades que podem ser adquiridas em troca de recursos encontrados na sua mineração.

Essas habilidades estão ligadas a melhorias no seu engenheiro, como aumentar velocidade, força da broca e capacidade de carregar recursos, assim como upgrades relacionados a melhorias de defesa, ataque e integridade da redoma. Visualizações de status e até habilidades temporárias adquiridas por meio de dispositivos encontrados na mina, também, estão disponíveis para comprar.

Nesse mesmo computador é o local em que você conseguirá acesso para controlar a defesa da sua cúpula, utilizando inicialmente um laser para destruir seus inimigos antes que eles destruam você.

Os inimigos variam conforme novas ondas vão surgindo. De início, eles são fracos e simples de derrotar, porém com o tempo eles se misturam, aumentam de quantidade e podem causar a sua ruína se não estiver preparado para o ataque ou chegue a tempo de se defender.

Algo muito precioso em Dome Keeper é o tempo. Você precisa minerar e voltar para a cúpula antes que as criaturas iniciem o ataque, caso contrário, o estrago será fatal. É muito comum você se empolgar em querer levar um amontoado de recursos e acabar se atrasando para o confronto. Mas a vida é um risco! Certo?!

Um dos recursos que podemos encontrar é capaz de ser trocado para reparar a cúpula, mas ele é muito mais raro de achar do que os outros.

É claro que toda essa correria tem um fim e ela chega quando você encontra a relíquia. Pois, o primeiro modo de jogo disponível em Dome Keeper é… Adivinhe só? Caçar a relíquia! Este artefato é como se fosse um grande chip brilhante que precisa ser descoberto, escavado e, também, acionado. No entanto, isso leva tempo, pois ele geralmente está localizado em um local onde a escavação exige um maior poder da broca. Logo, se você for despreparado, vai perder tanto tempo cavando e acabará morrendo antes de conseguir se salvar.

Algo bem interessante no jogo foi realmente essa diferença entre o material da escavação. Alguns blocos são facilmente quebráveis, enquanto outros precisam de várias e várias tentativas para serem destruídos. A única oportunidade não aproveitada foi não adicionar uma vibração nesse processo, seria bem legal. Se o jogo vier a chegar no PlayStation 5, inclusive, daria para enriquecê-lo muito com os gatilhos adaptáveis e o feedback háptico.

O fator replay é excelente, pois a cada run completada, novas formas de jogar são liberadas. Mas, devagarinho, pra ficarmos com o gostinho de quero mais. Existe um modo prestígio, por exemplo, no qual o seu objetivo não é encontrar a relíquia e, sim, fazer mais pontos ao enviar recursos num foguete. Algo bem desafiador, já que você ainda precisa dos recursos, contudo, se enviá-los ganhará multiplicadores de pontuação que serão somados a cada onda de inimigos derrotada.

Existe outro formato de cúpula que muda bastante a forma de se defender e, inclusive, outros métodos de defesa poderão ser substituídos pelo escudo padrão. Porém, não quero entrar em detalhes, para não estragar a diversão de descobrir essas recompensas por conta própria.

Quanto à parte técnica, contamos com um visual pixelado com cenários bem legais na parte externa. Esses cenários, e até mesmo as cores, podem variar dependendo da sua jogada. Então, de uma run pra outra, é possível contar com uma gama de cores diferentes e ainda ter vislumbres de outros cenários.

A trilha sonora também é outro ponto positivo, pois encaixa bem com a temática do jogo, além de ter aquela melodia que parece fazer a gente entrar em transe.

Sobre a jogabilidade, ela flui muito bem, já que tudo é bem simples de se compreender e praticamente não exige tutoriais – mesmo que eles estejam lá. Além do mais, Dome Keeper foi localizado em português do Brasil, então o jogador não perderá nenhum detalhe.

Dome Keeper: Vale a pena?

Dome Keeper traz uma dificuldade na medida certa, para nos sentirmos desafiados, mas também, não nos entediarmos com sua facilidade. Isso na configuração normal, pois ainda é possível elevar o desafio para mais dois níveis.

O jogo em si é viciante, uma vez que seduz o jogador pela vontade de revelar o desconhecido. Seja explorando pela mina, seja encontrando novos dispositivos, cada jogada se torna única e divertida, mesmo quando você morre.

Apesar de curto, em meia hora, ou menos, é possível completar a run. Aliás, é bastante interessante jogar novamente, porque novas opções de configurações da partida vão surgindo. Dessa forma, ele se torna um roguelike muito atrativo para ser colocado em sua biblioteca e vale a pena, sim, experimentá-lo.

PS: Esse jogo tão criativo e caprichado, é obra de apenas duas pessoas que residem em Dresden, Alemanha. Pasmem!