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Dollhouse – A Boneca da Casa | Confira nossa crítica

Se você achava que o universo das bonecas sobrenaturais já tinha dado tudo o que podia, prepare-se: Dollhouse (Japão 2025) chega para misturar luto, terror psicológico e um toque de humor subversivo, e entregar uma experiência de J-horror que se alimenta de referências como Ringu, Annabelle e aquele incômodo que só uma boneca pode trazer.

Dirigido por Shinobu Yaguchi — mais conhecido por comédias como Waterboys e Swing Girls — o filme mostra que ele resolveu “pegar pesado” e mergulhar de cabeça no terror.

Ficha Técnica
Título: Dollhouse – A Boneca da Casa
Ano de Produção: 2025
Dirigido Por: Shinobu Yaguchi
Estreia: 6 de Novembro de 2025
Duração: 1h40
Classificação: 14 Anos
Gênero: Terror/Drama
País de Origem: Japão
Sinopse: Yoshie (Masami Nagasawa) e Tadahiko (Kōji Seto) são casal, têm uma filha de 5 anos chamada Mei, que morre num trágico acidente. Devastada, Yoshie compra uma boneca que se parece fisicamente com Mei, como forma de consolo. Anos depois, quando a segunda filha Mai (Aoi Ikemura) cresce, encontra a boneca esquecida — e aí o terror se instala.

 

O que funciona

  1. Mistura de emoções fortes + sustos
    Esse filme não é só feito de sustos baratos: ele investe no luto da mãe, no vazio deixado pela filha, e na ambiguidade entre consolo e obsessão — o que torna a atmosfera bem mais densa que “uma boneca que anda e mata”.

  2. Direção inesperada de Yaguchi
    Era algo que ninguém esperava: de comédias feel-good para um terror que joga com o desconforto, o familiar e o bizarro. Isso traz uma camada “estranha” que atualiza o gênero.

  3. Referências culturais e visuais capazes
    Elementos típicos do J-horror — bonecas, objetos inanimados que ganham vida, rituais, culpa — são bem usados. Aqui podemos ver “parental grief e spiritual terror” colidindo.

O que peca / onde o filme perde pontos

  1. Pacing e excesso de elementos
    Por querer “ter tudo” — humor, família, rituais, mistério, perseguição, boneca, investigação — o filme perde um pouco de ritmo (mas não estraga tanto, apenas deixa mais tenso).

  2. Originalidade limitada
    Quem já viu dezenas de filmes de boneca possuída vai reconhecer muitos trópicos: boneca que reaparece, ritual de cremação, criança que encontra o objeto esquecido. Isso não é problema em si, mas o filme não reinventa radicalmente o gênero (mesmo utilizando bem destes elementos).

  3. Susto versus atmosfera
    Para quem espera sustos intermináveis, pode achar que o terror aqui está mais em tensão do que em jump scares constantes. Aqui você sente o peso dos sentimentos do casal muito mais do que medo de um fantasma aparecer de repente.

Por que assistir?

Para quem pode não dar muito certo

Conclusão

Dollhouse consegue fazer algo raro: pegar um diretor reconhecido por comédias e fazê-lo mergulhar no horror com certa confiança, construir uma história que mexe com culpa, perda, objetos simbólicos e o “estranho no lar”. Não é o filme de terror mais revolucionário da história, mas para fãs de J-horror — e para quem gosta de reflexões por trás do susto — funciona muito bem. Altamente recomendado, com pequenas ressalvas.

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