Diablo IV | Confira nossa review

Diablo IV eleva a brutalidade da franquia.

Seriam os Males Supremos parte da Blizzard?

Essa análise foi muito peculiar, visto que não ganhamos até o momento o jogo, apenas acesso a uma avaliação beta que ficaria disponível por um período de 10 dias. No término desse período não só perderíamos o acesso a beta, como também todo o nosso progresso. Pura maldade! Foram mais de 30 horas, 2 milhões em dinheiro e duas dezenas de equipamentos lendários pro inferno.

Escolhendo a classe do personagem

Como seria um personagem temporário com vida contada, uma Necromante parecia ser a escolha certa. É uma classe que nunca escolho, então não iria me apegar e ficaria tudo bem. Mas óbvio que não foi o caso, me apaixonei perdidamente pela classe assim que conjurei meu primeiro esqueleto de um cadáver.

Me pergunto se caso eu tivesse escolhido uma Bárbara, Maga, Renegada ou Druida minha experiência teria sido diferente. Mas não vem ao caso. Cada classe oferece a opção de você ser menino ou menina, e disponibiliza oito rostos diferentes para cada um. A minha era feia, mas tinha um coração enorme, como vocês verão nas imagens.

Como essa história é contada

Diablo IV com toda certeza faz uma bela entrada com cenas brutais, repletas de ação e criaturas incríveis. O jogador fica boquiaberto, louco pra jogar e quando de fato põe as mãos nos comandos e a câmera muda pro estilo isométrico, já está viciado. É verdade! Desde o tutorial até as partes finais da história, o jogo não perde o ritmo e consegue se manter interessante numa constante eterna.

No entanto, algo que fica nítido desde o começo é que as grandes cenas em CGI são distribuídas escassamente pelos 6 atos que compõe essa história. Na maioria das vezes as cenas são do próprio in-game mesmo – que não chegam a ser ruins, mas o contraste é gigante e faz você ansiar por mais cenas aterradoras.

Com localização completa para o nosso idioma e excelentes vozes integrando o elenco de dubladores, fica fácil se deslumbrar com todos os detalhes desse enredo, ainda mais quando acompanhados de uma eficiente trilha sonora.

A Vilã

Porém quem brilha de fato é Lilith, uma vilã com um sex appeal tão forte que eu queria chamar ela de “mãe” também. A filha do ódio é assustadora, elegante e rouba toda a atenção quando entra em cena com sua postura de rainha, voz sedutora e todo o charme das pétalas de sangue que chovem no ambiente “sua marca registrada”.

Ouso dizer que essa será a primeira trama de Diablo que não terei dificuldades em lembrar, já que ela é bem coerente e permeada de eventos chocantes. Porque por mais que o tema “vencer um demônio” seja fácil de pescar, quando existe uma memória emocional, conseguimos registrar melhor os acontecimentos. E tem muita emoção aqui, pois não me recordo de uma narrativa de Diablo apelar tanto para o lado humano das pessoas e nos fazer se importar com elas.

Criando uma build sem o auxílio da internet

Sim, a fórmula é a mesma, mas conta com alguns acréscimos. Como de costume existe uma build gigante para a sua classe de personagem e essa pode ser desenvolvida de diferentes formas conforme você vai adquirindo novos atributos ao passar de nível ou cumprir desafios. Nunca dá pra aprender tudo, então o indicado é você criar uma estratégia que faça sentido. Porém é possível resetar os atributos tranquilamente nos 8 níveis iniciais ou mais tarde, por uma pequena quantia de moedas.

A novidade pra mim foi algo específico pra minha classe que é o “Livro dos Mortos”, é uma habilidade ligada ao nível que você está. No caso da minha Necromante ela começou liberando Guerreiros Esqueletos que poderiam ser conjurados para me acompanhar durante a batalha, e ainda existem guerreiros de 3 tipos (combatente, defensor e ceifador) com a possibilidade de definir aprimoramentos ou sacrificá-los em troca de vantagens. Posteriormente mais duas “criaturas” poderão ser conjuradas também a seu critério para compor aquele pequeno exército atrás de você.

Outra possibilidade ainda é vencer algumas masmorras específicas que te fornecem uma espécie de tatuagem para você impregnar nas armas. Essas marcas garantem alguns bônus, porém são próprias para cada classe.

Segurando os botões

Na hora de pôr as coisas aprendidas em ação é sempre muito divertido, são vários botões a serem apertados para lançar seus ataques e é uma verdadeira confusão na tela. Mesmo com dezenas de inimigos simultâneos, o desempenho do jogo estava ótimo, meus únicos problemas ocasionais foram com a minha própria internet, por conta de a avaliação ser totalmente online.

Os confrontos são constantes, variando em quantidade, tamanho e diversidade de inimigos. Mesmo ignorando aquelas hordas vagando pelo mapa, o jogador não irá resistir aos diversos eventos temporários, masmorras e depósitos que oferecem desafios variados e muito recompensadores. Acredite, mesmo minha Necromante tendo hora pra morrer, me senti compelida a me aventurar em vários.

Algo bacana é que existem áreas com níveis de dificuldade pré-estabelecidos, mas no geral o nível dos inimigos acompanha você.

Além do mais, de acordo com a dificuldade utilizada você pode receber mais recompensas, e após completar o jogo uma vez, novos desafios surgem. Apesar de não ter tido tempo pra vagar muito após ter zerado Diablo IV, experimentei um pouco do pós-game e achei ele bem divertido. Além da oferta de revisitar áreas em uma nova dificuldade, é possível também estar fazendo novas missões ou ainda completando a gigantesca lista de missões secundárias.

Nunca mais ando a pé!

No entanto, Diablo IV não envolve apenas pancadaria, tem bastante exploração e essa está melhor do que nunca. A começar pelo mapa vasto que vai revelando seus arredores conforme você avança – esse mapa está bem informativo e ainda oferece um diário para controlar todas as missões pendentes.

Agora a viagem rápida pode ser feita a qualquer momento fora de batalha para as marcas da fenda já reveladas, até mesmo dentro de masmorras. Porém o que mais gosto de usar é o portal que te leva rapidamente para uma das cidades já reveladas que contam com depósito, guarda-roupa e os vários comerciantes locais. Então se o inventário encher de loots, o jogador pode rapidamente dar um pulo na cidade, vender ou guardar seus equipamentos e voltar exatamente aonde estava ao atravessar o portal novamente.

A grande novidade fica por conta da montaria, um cavalinho lindo e maravilhoso que vai garantir que você percorra rapidamente grandes distâncias em locais abertos. No entanto, a Blizzard sabe torturar os jogadores, porque faz com que soframos durante 3 atos caminhando, para só então mostrar o quanto a montaria é indispensável. Novos cavalos podem ser comprados de comerciantes, assim como uma sela resistente – por algum motivo misterioso, toda vez que eu ia comprar, elas estavam 1 milhão a mais do que eu tinha, então não deu pra testar.

Durante a exploração você também encontra pegadas brilhantes que contam com um botão de ação ao jogador se aproximar, a interação com elas possibilita que você pule entre plataformas, suba escadas, passe por espaços íngremes e outras coisas mais. Essa ação, assim como a de visualizar uma localidade são interessantes, pois permitem uma visão sob o cenário que antes poderia passar batida.

De olho nas coisas!

Diablo IV conta com diversos cenários e uma ambientação bem caprichada. É realmente gostoso você ir derrotando hordas de inimigos num pântano, trotar com sua montaria sob uma ponte de pedra e na sequência se ver pulando entre navios com a maré invadindo entre as tábuas das embarcações. Não é um primor gráfico, mas está realmente bonito e cumpre sua proposta.

Seja um ambiente externo ou interno, é possível perceber muitos detalhes que criam toda a imersão que esperamos da franquia. Pilares com mortos derretidos tentado te agarrar, cadáveres espalhados pelo chão e até uma serpente passando por debaixo da areia do deserto estão lá para quem prestar atenção.

Outro ponto importante é o visual do nosso personagem que muda de acordo com o equipamento utilizado, não só atributos e vantagens são importantes, como estar combinando também. Existe uma grande variedade deles e a possibilidade de reciclar alguns para obter sua aparência e depois replicá-las no guarda-roupa (além de poder selecionar a paleta de cores). Mais tardar, uma loja também estará acessível para os jogadores estarem comprando cosméticos – ela não estava disponível durante a avaliação por motivos óbvios.

Diablo IV: Vale a pena?

Se para alguém que estava com os dias contados valeu, imagina para o jogador que poderá aproveitar sem reservas tudo o que Diablo IV tem a oferecer? Existe muito conteúdo no jogo que colocará o fator replay lá no alto e garantirá provavelmente centenas de horas de diversão ou pelo menos umas 30-40 para aqueles que só querem zerar uma vez.

Apesar das inovações não serem monstruosas, eram exatamente o que faltavam para deixar a fórmula já conhecida, ainda melhor. Que a mãe esteja em breve com vocês!

Nota: Essa review foi escrita com base num acesso único da build temporária de review disponibilizada por tempo limitado, sendo assim não foi possível testar os servidores, a loja, passe de batalha e boa parte do conteúdo pós-game.

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Eu não escolhi esse caminho. O caminho, ele me escolheu. Leia mais aqui