Dead Space Remake I Confira nossa review

Consagra o retorno do verdadeiro survival-horror com maestria!

Dead Space Remake consagra o retorno do verdadeiro survival-horror com maestria.

Ficha Técnica
Desenvolvido por: Motive Studio
Publicado por: Electronic Arts
Gênero: Survival-Horror
Série: Dead Space
Lançamento: 27 de janeiro de 2023
Classificação indicativa: 18 anos
Modos: Single-player
Disponível para: PS5, Xbox Series e PC

 

Dead Space é um remake e não uma reinicialização, por isso segue estritamente as especificações do original de quase 15 anos. Assim, entramos no traje espacial do engenheiro Isaac Clarke, que, como parte de uma pequena equipe de reconhecimento, na verdade só quer ver por que a comunicação com a enorme nave espacial de mineração USG Ishimura foi cortada.

E como rapidamente se descobre, não foi um rato atrevido que mordeu um cabo, mas sim uma infecção misteriosa nas mentes e corpos da tripulação, transformando-os em Necromorfos sedentos por sangue. Logo após a chegada, o time já está dizimado e isolado do mundo exterior, então os objetivos de Isaac são rapidamente claros. Fique vivo, escape do colosso de aço e procure por sua namorada Nicole, que trabalha como médica na Ishimura.

Bem-vindos(as) à USG Ishimura! (Ilustração: Créditos/Lucas Menegheti)

Sem estragar muito, essa premissa intrigante cria uma história sólida com alguns personagens e temas interessantes que são tão clichês quanto atraentes, incluindo fanatismo religioso e experimentação biológica. Isso também garante algumas cenas memoráveis ​​no remake, como o encontro com o médico Challus Mercer ou o final satisfatório, para o qual a história se encaminha após cerca de dois terços dos 12 capítulos.

No entanto, assim que fica claro do que se trata a origem da praga dos Necromorfos, a história perde seu atrativo inicial e tende a se desenrolar no final, o que também acontecia no original. No remake, a Motive Studio está mais preocupada em enriquecer a história, expandindo aspectos secundários como o relacionamento entre Isaac e Nicole e criando algo com mais profundidade por meio de vários registros tantos de texto ou áudio e gravações de hologramas distribuídos por toda a nave.

Uma história mais rica e profunda com direito a voz de Isaac! (Ilustração: Créditos/Lucas Menegheti)

Um herói mudo, mas agora falador!

Mas, o fato de Isaac em particular ganhar mais caráter no sentido mais verdadeiro da palavra, se deve principalmente ao fato de que, ao contrário do original, ele não apenas tira o capacete com mais frequência, mas também fala e, portanto, não se trata apenas de um destinatário silencioso de ordens para os outros personagens. Isso torna toda a apresentação mais coerente e crível.

É válido também para toda a apresentação visual do título, pois mesmo que o original não fosse um jogo feio, o remake o supera em quase todos os aspectos. Sejam as salas extremamente detalhadas da Ishimura, o design do inimigo, os efeitos atmosféricos de luz e sombra ou a qualidade geral da textura: os gráficos do jogo são uma figura de destaque em quase todas as áreas. “Modo Desempenho” em 60 FPS, mas sem Raytracing. “Modo Fidelidade” em 4K 30 FPS, mas com Raytracing. Por outro lado, os modelos de personagens humanos ficam um pouco para trás com sua falta de detalhes, mas graças ao significativo aumento gráfico, Dead Space também se catapulta diretamente para a classe técnica de seu gênero com eles, mas em outra categoria até amplia sua liderança.

Ishimura de nova geração!

“Palpitações, mãos suadas, ansiedade” — Parece com a lista de sintomas tangíveis de um paciente de pronto-socorro, né? Mas, não! É o que desencadeou consistentemente o Dead Space durante a análise. O que este jogo faz em termos de ambiente é, sem exageros, absolutamente insano e está entre os melhores que se podem experimentar na indústria de games.

Por um lado, isso se deve à constante ameaça dos Necromorfos. Os seres sanguinários e horrivelmente desfigurados não mostram piedade, saindo repetidamente dos dutos de ventilação na frente ou atrás de nós e depois se lançando sobre nós, rugindo. Como isso realmente pode acontecer a qualquer momento mesmo em áreas “supostamente seguras” temos uma sensação permanente de insegurança em Dead Space, que é ainda mais intensificada pela escassez de recursos, que já é perceptível na dificuldade normal.

Ambientação que esconde monstros horripilantes! (Ilustração: Créditos/Lucas Menegheti)

E por outro lado, Dead Space também vive de seus cenários com sons fenomenais, que no remake pode até superar o original graças a uma melhor direcionalidade. Um rangido ou correria nos corredores da Ishimura geralmente é suficiente para nos fazer recuar, então máquinas barulhentas trovejam novamente de forma ensurdecedora e abafam possíveis baboseiras inimigas ou vozes sinistras sussurrando no ar. Tudo isso é acompanhado por uma entrada musical apropriada e indutora de suspense, que muitas vezes é um sinal inequívoco de que um desastre brutal está a caminho.

E isso, a propósito, na forma de vários tipos diferentes de inimigos, como bebês com tentáculos mutantes ou criaturas rastejantes de pernas longas que gostariam de arrancar nossas cabeças, são definitivamente a descrição de perfeição. Mesmo com o original, alguns deles nos assombraram em nossos sonhos e mesmo agora o pensamento de alguns monstros nos dá arrepios na espinha. A propósito: Dead Space funciona melhor à noite com fones de ouvido, definitivamente experimente!

Então, para quem é o ‘novo’ Dead Space?

Mas, por mais que o jogo nos deixe em pânico com a perspectiva de novos monstros aparecendo, é igualmente satisfatório amputar violentamente os membros das feras em confronto direto. Dead Space torna o “desmembramento tático” uma mecânica central que é tão não convencional quanto divertida. Porque não matamos os Necromorfos como em muitos outros jogos com golpes direcionados na cabeça ou no corpo, mas removendo seus braços, pernas ou outras protuberâncias.

São inúmeras armas disfarçadas de ferramentas de mineração e bastante variadas, que Isaac agora pode encontrar aos poucos no decorrer do jogo e não precisa mais comprá-las em lojas. Por exemplo, o infame Plasma Cutter é uma ferramenta para todos os fins que é tão confiável quanto precisa, o Pulse Rifle é equivalente à metralhadora em Dead Space e também há um Flamethrower e vários outros dispositivos para manter grupos maiores de inimigos afastados podendo garantir ou não a sua sobrevivência. Juntamente com os respectivos modos de tiro secundário, bem como os módulos de estase e cinética do traje de Isaac, isso resulta em algo como uma mini caixa de areia que deixa espaço suficiente para experimentação. Por exemplo, é possível primeiro atirar no braço de um oponente, depois desacelerá-lo com estase e depois eliminá-lo com o mesmo braço lançado por kinesis.

Aqui fica mais do que claro que com Dead Space a jornada é mais o objetivo do que com a “jogabilidade minuto a minuto”, ou seja, quando lutamos contra o Necromorfo e regularmente sofremos um ataque cardíaco antes, durante ou após as fraquezas do jogo não importa mais. Afinal, o importante é se divertir — e sobreviver, claro… se você conseguir.

O título é definitivamente para todos que sempre quiseram saber o que está por trás desse nome sonoro e nunca tocaram o original. Com o remake, eles não apenas obtêm uma versão muito mais bonita do espetáculo de terror, mas também uma versão que foi adaptada de forma lúdica e cuja atmosfera você simplesmente deveria ter experimentado.

Dead Space Remake, vale a pena?

É uma jornada relativamente curta, entre 10-15 horas até os créditos finais… e muitas outras horas – e sustos! – com o New Game+ que fornece um incentivo aos jogadores para voltarem ao USG Ishimura. A obra não conta com suporte completo ao idioma brasileiro, mas a interface de usuário, bem como as falas, colecionáveis, possuem o suporte ao PT-BR através das legendas.

Resumidamente, Dead Space Remake consagra o retorno do verdadeiro survival-horror com maestria. E, se você é apaixonado(a) pelo gênero, vale muitíssimo a pena.


*Cópia de imprensa disponibilizada gratuitamente para PlayStation 5 pela Motive Studio e EA para a elaboração desta análise*