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Daisy Jones & The Six | Confira nossa crítica

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Daisy Jones & The Six é uma série que pode ser considerada um grande dramalhão mexicano, em todo o bom sentido da palavra. Afinal, atire a primeira pedra quem não gosta de um bom e velho melodrama?! 

Ficha Técnica
Título: Daisy Jones & The Six
Ano de Produção: 2022
Dirigido Por: James Ponsoldt, Nzingha Stewart, Will Graham
Estreia: 3 de março de 2023
Duração: 148 min.
Classificação: 16 anos
Gênero: Drama. Romance. Musical.
País de Origem: Estados Unidos
Sinopse: Em resumo, Em 1977, Daisy Jones The Six estavam no auge. Liderada pelos explosivos Daisy Jones e Billy Dunne, a banda saiu da obscuridade e se tornou rica e famosa. Então, após um show esgotado em Chicago, o grupo acabou abruptamente. Agora, décadas depois, os integrantes finalmente concordam em abrir o jogo e revelar a verdade. Esta é a história de como uma banda de rock implodiu no auge da carreira.

Faixa 1: Uma banda que já entrou para a história 

Primeiramente, eu confesso que antes do anúncio da série, eu não sabia muita coisa sobre Daisy Jones & The Six. Na verdade, eu somente sabia que a obra literária é uma queridinha entre os perfis literários e que tudo que Taylor Jenkins Reid toca, vira ouro. Não é à toa que outra obra sua também será adaptada, é o caso de Os Sete Maridos de Evelyn Hugo. Portanto, eu decidi ler o livro antes de começar a série e percebi que a autora tem um grande talento para tratar sobre relações pessoais de forma coesa e verossímil. 

E quem melhor seria para adaptar o livro para as telas, do que a produtora Hello Sunshine de Reese Witherspoon?! Pois é, devo confessar que essa parceria deu muito certo, pois ambas, a obra e a série, se complementam e juntas criaram mais uma banda fictícia que você vai aprender a amar, como é o caso de The Wonders, Hep Alien ou RBD

Faixa 2: Ritmo harmônico

Como você pode perceber, a banda Daisy Jones & The Six é a junção da cantora Daisy Jones e a banda The Six. Então, eu gostei muito que, no início, a trama foi parecida com o livro, contando as histórias de maneira paralela, até o momento da junção. E a direção fez isso de forma que não ficou cansativa e sem subestimar a inteligência de quem estava assistindo, ou seja, tudo acontecia de forma orgânica. 

Lembrou-me, aliás, da obra literária de Dave Grohl (a qual, super recomendo), pois foi exatamente assim, como uma conversa leve que ele contou sobre a sua vida e como se tornou o baterista do Nirvana e líder e vocalista dos Foo Fighters. 

Ademais, outro ponto que gostei bastante é o estilo documentário que a obra literária trouxe e foi bem retratada na série. Sim, eu sei que não são todos que amam esse tipo de narrativa, mas a série soube mesclar isso muito bem, sem se tornar piegas. 

Faixa 3: Um Álbum sobre um Álbum 

Não há como você assistir à Daisy Jones & The Six e não sentir que está escutando a cada episódio, uma faixa de música. Afinal, ela é o fio condutor da série. E ver tudo isso em tela e ainda tendo a sacada de tratar cada episódio como uma faixa de música foi uma ótima jogada de mestre (que copiei descaradamente, como podem ver). 

Isso me remeteu à saudosa One Tree Hill, em que a trilha sonora também era um “personagem” na história e cada episódio era o nome de uma música. 

Algo que demonstra, com clareza, que a direção e a produção da obra pegaram o livro e o adaptaram de forma coesa, respeitando o seu material original. 

E, acreditem, a trilha sonora está tão maravilhosa, que eu duvido você pular a abertura de algum episódio. 

Faixa 4: Fidelidade?! 

Não! A série do Prime Video não é totalmente fiel ao livro.

Em outras palavras, posso até receber alguns comentários críticos sobre o meu modo de pensar. Mas, verdade seja dita: fugir um pouco do livro foi sensacional para a história. Até porque, a adaptação é consistente, coerente e complementa a sua obra mãe. O que seria mais fiel à obra do que isso? 

Faixa 5: Tira a máscara que cobre o seu rosto?!

Por mais que a história seja sobre o início e término da banda Daisy Jones & The Six (isso está na sinopse, ok!?), o que realmente encanta o telespectador são as tramas de cada personagem, principalmente, as femininas. 

Daisy Jones!

O uso do ponto de exclamação é coerente, porque a personagem é um acontecimento. Não é uma personalidade muito fácil de lidar. Possui suas fraquezas, apesar de dizer que não as tem; possui os seus rompantes de egoísmo, que fazem você ficar pistola com ela; possui os seus ares de menina; e possui os ares de mulher decidida que não se desdobra até fazerem prevalecer sua vontade. Ela é uma bagunça na qual aprendemos a amar durante toda a série. 

E isso se dá pelo excelente trabalho de Riley Keough. A atriz, aqui, mostra que não é só a neta de Elvis Presley, mas uma exímia atriz e cantora que criou uma personagem que já pode ser considerada como um ícone dos anos 70. 

E por mais que as pessoas dêem vazão ao fenômeno que é Daisy Jones, duas outras personagens femininas são, igualmente, a alma da banda. Estou falando de Camila e Karen: 

Camila também não é perfeita.

Embora ela seja o porto seguro, ou a Aurora do seu marido, Billy, não há como dizer que sua forma de viver a vida e suas escolhas não sejam também de uma mulher forte, pois ela é. Camila não sabe cantar e “nem faz parte” da banda, mas a sua sutileza e suas palavras são extremamente mais tocantes do que uma balada tocada no meio de centenas de fãs. 

A atuação de Camila Morrone merece destaque. Isso porque, ela retrata a sua personagem, como a base da banda e com o seu jeito peculiar, ela consegue fazer o que quer. É verdadeiramente, o número “seis” da banda, ainda que o clichê rolou solto nessa parte aqui, para explicar uma falha no roteiro que não ocorreu no livro. 

Karen não é igual à Daisy e muito menos à Camila.

É uma outra personagem feminina extremamente importante e que retrata a outra escolha que a mulher tem o direito de fazer. Ela não quer uma família, ela quer o Rock n’ Roll e sua carreira. E isso precisa ser tratado com normalidade. 

Suke Waterhouse interpretou tão bem as nuances de Karen revelando em suas faces que a personagem tem sim sentimentos, embora muitos possam, erroneamente, retratá-la como uma pessoa fria, já que suas escolhas pessoais vão de encontro ao papel que a sociedade “aguarda” de toda mulher. 

Billy!

É outro fenômeno da natureza. Não é à toa que, em todo o momento, a série denota que ele e Daisy são extremamente parecidos. E devo dizer que são sim. Afinal, se não fossem tanto, não veríamos tantas faíscas, fogaréus e explosões entre as brigas, as conversas e o meio de produção de suas composições. Mas, Billy também é um personagem com diversos conflitos, seja com o rock, seja com o seus problemas em superar o vício, seja com sua família. 

Confesso que eu achava que Sam Claflin não daria conta de um personagem com tantas camadas. No entanto, fui felizmente contrariada com o que devo dizer sobre o melhor papel do ator, que se mostrou capaz de fazer papéis dramáticos como ninguém. Aliás, ouso dizer que esse pode ter sido o seu melhor papel até o momento e detalhe: o ator nunca havia cantado ou participado de um musical antes. 

Mas se eu for dizer de cada personagem da história, eu escreveria um livro, não?! Por isso, pincelo outros que merecem o devido crédito: Simone, retratando a verdadeira amizade e sua maravilhosa interpretação da brasileira, Nabiyah Be; Warren, de Sebastian Chacon, a quem eu definitivamente gostaria de ser amiga pelo seu jeito de boas, só relaxando; e Teddy, a qual gostaria que fosse o “coach” da minha vida, com toda a sua figura paternal e sarcástica, muito bem trabalhadas por Tom Wright

Faixa 5: Nem tudo são flores!

Embora o figurino seja maravilhoso (alô, Daisy Jones, me empresta algumas roupas, mulher); e a ambientação dos anos 70, seja perspicaz em demonstrar aquela época, a representação dos anos 90, deixou a desejar. 

Isso porque, era constrangedor a maquiagem e as perucas colocadas nos personagens. Parecia algo extremamente de mal gosto, digno de risadas nos momentos das entrevistas.

Claro, exceto uma, na qual você entenderá somente depois. 

Veredicto: Daisy Jones & The Six

Extremamente fácil de integrar ao rol das bandas fictícias, que todo mundo gostaria que existisse e tivesse sua turnê, Daisy Jones e The Six é uma série com uma história digna de uma novela mexicana, mas isso é extremamente maravilhoso de se ver. 

É uma adaptação literária na qual você amará assistir, cantará junto as músicas (We could make a good thing bad), depois de favorita-las em seu serviço de streaming preferido. 

Definitivamente, assista! Uma vez que não se trata de uma reles história sobre a ascensão e queda de uma banda de rock, e sim sobre escolhas e como elas realmente farão efeito na sua vida.

Faixa Bônus: O álbum fictício é uma realidade

Se você gostou da série ou pretende assisti-la, então, saiba que é possível ouvir o álbum Aurora aqui:

Até mais, e Obrigado pelos Peixes!

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