Cult of the Lamb | Confira nossa review

Cult of the Lamb é o jogo que você precisava para se viciar por horas e ainda soltar umas boas risadas.

Cult of the Lamb Capa
Ficha Técnica
Desenvolvido por: Massive Monster
Publicado por: Devolver Digital
Gênero: Roguelike
Série: Cult of the Lamb
Lançamento: 11 de agosto de 2022
Classificação indicativa: Livre
Modos: 1 Jogador
Disponível para: PC, Switch, PlayStation 4 e 5 e Xbox One e Series

 

Se você foi uma criança nos anos 90, deve ter se deparado com algumas tias e avós achando que você iria pro inferno, por cultuar um jogo demoníaco chamado Yu-Gi-Oh. O preconceito era absurdo, e olha que as cartinhas não tinham nada a ver com o senhor Satã.

Já Cult of the Lamb por outro lado, é protagonizado por um cordeiro bem fofinho que pode aparentar ser de um jogo até mesmo infantil, mas esconde planos diabólicos. A primeira coisa que você faz no game inclusive, é um pacto com o capeta.

Esse é o nosso cordeiro protagonista!

O Culto do Cordeiro

Você morreu! E para voltar a viver, o Diabo faz uma oferta: você deve usar sua coroa e eliminar os 4 bispos que o aprisionaram. Para isso, você deve acumular seguidores e ficar forte o suficiente para desbloquear as portas que levam a esses bispos, e matá-los.

A história em si é simples, mas o roteiro, este sim, é sensacional! Usando um tom bastante cômico, é impossível não rir com algumas cenas ou até mesmo pequenos diálogos e interações.

Em Cult of the Lamb, os personagens possuem um dialeto próprio de ‘murmúrios’ e o jogador só entende o que está acontecendo devido ao que é apresentado na tela e, também, as legendas localizadas perfeitamente em PT-BR.

O temível Roguelike

Eu sei que muitos de vocês deixaram de jogar esse indie, por conta do gênero Roguelike. No entanto, eu os convencerei que isso é a mais pura bobagem. Afinal, existem diversas dificuldades que podem ser alteradas conforme o seu gosto, incluindo um modo fácil que vai permitir que até o pior dos jogadores aproveite essa aventura.

Perto da localização do seu culto, é possível encontrar cinco portas. A central é a que aprisiona o Diabo, e as outras quatro onde estão localizados os bispos. Cada porta necessita de um número de seguidores para ser aberta e, claro, também se faz necessário eliminar os bispos numa certa ordem.

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Olha essa esquiva sinistra!

Atravessando a porta você encontra um conjunto de arenas aleatórias, que podem incluir diversos tipos de salas. E ainda, quando avança, o jogador tem autonomia de selecionar seu próprio caminho, ao optar por salas específicas ou outra arena, até chegar ao temível chefe final. Mas, alto lá! Você não enfrenta o bispo de primeira, é necessário vencer os desafios da porta que entrou 4 vezes, para então desbloquear a porta final e ter um combate mais desafiador.

Possuído pelo capiroto

Toda vez que entramos em uma porta, a primeira sala te dará dois itens, sendo eles uma arma e uma maldição. Esses itens são aleatórios e podem mudar completamente a sua gameplay. A arma é usada no ataque corpo a corpo; e a maldição é como se fosse um especial limitado que volta a encher conforme você coleta o ‘sangue’ dos adversários derrotados.  Entre as principais salas que podemos encontrar são:

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Pegue suas armas e vamos partir para o combate!
  • Arenas de combate: A sala possui inimigos e quando eles são eliminados, surge um baú com prêmios que vão desde moedas, até vidas e outras armas e maldições.
  • Recursos: Em algumas salas, tudo o que você encontra é um tipo específico de recurso, como um amontoado de árvores para pegar madeira.
  • Seguidores: Um animal está aprisionado por diversos inimigos e ao eliminá-los, ele pode ser resgatado para o seu culto.

O cordeiro é, então, capaz de usar espadas, machados, martelos e manoplas e, também, soltar tentáculos, disparar gosmas e muito mais de acordo com a sua sorte, a qual pode mudar a cada novo item encontrado ou não. Sorte essa que também podemos conferir ao nos depararmos com as cartas de Tarô.

Olha a minha sorte?

As cartas de Tarô são realmente indispensáveis! É possível encontrá-las em baús, como um prêmio. Mas também, em salas específicas, em que você pode selecionar entre um par delas. Essas cartas podem te dar uma série de vantagens e, ainda por cima, podem ser acumuladas! É normal você juntar umas cinco ao longo da sua jornada, contudo, já juntei bem mais que isso, e elas parecem não ter limite.

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Já leu a sua sorte nas cartas hoje?

As cartas dão certas vantagens bem eficientes: como aumentar 20% seu dano durante o dia; melhorar a taxa de ataque em 1,5x; ou infelizmente, às vezes, só dão umas vidinhas extras. Vale ressaltar que por se tratar de um Roguelike, tanto armas como essas vantagens são perdidas no fim da partida atual.

Existem ao todo 36 cartas e assim, como diversos colecionáveis em Cult of the Lamb, você não possui todas e deve colecioná-las para que possam aparecer durante a sua jornada. Aliás, elas podem ser compradas em outros locais da floresta com NPCs ou também adquiridas completando determinadas missões secundárias.

Inimigos & Chefões

Em Cult of the Lamb, você encontra diversos inimigos de acordo com a porta escolhida, já que cada uma possui uma ambientação própria. Os adversários possuem cada qual um estilo único de ataque; e caberá a você aprender a melhor forma de eliminá-los.

Tudo fica mais divertido quando você chega ao final da campanha e encontra um chefe gigante que precisará eliminar para completar a jornada. Esse chefe precisa de uma dedicação a mais para ser aniquilado, mas quando conseguimos, somos compensados com um novo seguidor – é como se fossemos uma espécie de exorcista, em que ao eliminarmos o monstrão, surge uma criatura fofinha por trás dela.

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Os bispos possuem seus próprios seguidores!

Por fim, temos também os bispos, os quais dão um show à parte e exigem, ainda mais, habilidade do jogador para derrotá-los.

O Culto

Se sua atenção já foi capturada até aqui, imagine quando descobrir que metade do jogo não é voltado para o Roguelike e, sim, para gerenciamento. Pois, então, prepare-se para administrar seu culto! O cordeiro precisa não só colocar seus músculos para trabalhar, mas também seu cérebro para manter o controle sobre seus seguidores e prosperar.

O culto é formado por uma área central de devoção, no qual seus seguidores irão adorá-lo, e uma igreja para você pregar sua palavra. Além disso, toda a região pode ser decorada com enfeites e construções de acordo com a sua preferência e, claro, com o que você já tiver desbloqueado. Confira alguns detalhes:

  • Área central de devoção: Aqui você adquire inspiração divina, conforme seus seguidores o adoram, sejam aqueles que estão orando ali perto ou por algum feito que os agradou. Ali é possível trocar inspiração por aprimoramentos no seu culto, como abrigos para dormir, banheiros, terreno para plantar, mina de pedras etc.
  • Igreja: Nesse local você vai poder desbloquear doutrinas e rituais, os quais lhe concederão algumas vantagens. As doutrinas são permanentes, então é necessário escolhe-las bem. Já os rituais são temporários e podem ser repetidos sempre que recarregarem. É nas igrejas que realizamos nosso sermão diário para manter a fé dos seguidores e com isso, melhoramos diversos aspectos do cordeiro, a fim de ajudar nas batalhas.
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Você pode sacanear seus seguidores fazendo refeições baseadas em cocô e até utilizando a carne de outro seguidor.

Algo que adoro fazer na igreja, é o ritual de sacrifício, onde convenço os meus seguidores de que eliminar um deles é algo legal por meio da doutrina que escolhi. Além de poder vender a carne, ainda ganho muitos pontos para melhorar o cordeiro, Muahaha!

Os seguidores

É necessário que você mantenha seus seguidores bem, fisiologicamente, e isso inclui garantir que tenham um lugar para dormir, que o ambiente seja limpo e que haja comida. Porém, você também precisa prosperar, então é necessário colocá-los para trabalhar.

A princípio parece fácil, mas o jogador também precisa manter a fé deles no culto. E cada seguidor tem algumas qualidades distintas, no quais você vai precisar conhecer, para melhorar seu relacionamento com eles. O legal é que o jogo permite que façamos uma leitura da mente de cada um, para entender o que se passa em suas cabeças.

Se você está se sentindo solitário, experimente ser adorado!

Presenteá-los e abençoá-los, pode gerar mais fé. Contudo, se algum deles vier com algum pedido e você negar, ou não cumprir com a sua palavra, pode gerar rebeldia e aquele vai querer ir embora, levar outros com ele e ainda roubar seu dinheiro. No entanto, você pode aprisioná-lo, para reeducá-lo ou ainda sacrificá-lo isto é, a questão é simples de resolver, enquanto não se alastra.

Dessa forma, nos vemos passando bons momentos rindo das situações, ainda mais quando eles começam a envelhecer e não ajudam em absolutamente nada. Pior é quando morrem e os outros começam a vomitar em cima desesperados e com nojo. Fica até complicado para enterrar ou desossar o cadáver – este último não recomendo, vários seguidores ficam apavorados.

A Parte Técnica

Com traçados belíssimos em desenho, fica difícil não se apaixonar pela temática de bichos extremamente fofos, fazendo coisas não tão fofinhas. A ideia é realmente brilhante, pois quebra a seriedade e deixa tudo realmente cômico e divertido.

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Dançar com seu seguidor gera uma lealdade considerável!

Quanto à parte sonora, essa também agrada, nos oferecendo ritmos adequados para cada situação do jogo.

Já a performance, essa deixa um pouco a desejar. O jogo é extremamente rápido em suas telas de carregamento, porém as vezes acaba engasgando em algumas partes. Uma dança pode demorar vários segundos a mais para finalizar; um ritual pode seguir da mesma forma para sempre; assim como uma sala de inimigos pode não destravar, mesmo sem restar ninguém em pé. Não é muito frequente, mas alguns bugs precisam ser consertados para trazer uma experiência mais segura ao jogador. Mesmo que nada relatado aqui, tenha causado uma grande perda. Afinal, o jogo possui vários pontos automáticos de save, além do save manual.

Cult of the Lamb: Vale a pena?

Vou responder simplesmente afirmando que foi o melhor indie que já joguei este ano; e olha que experimentei o famoso Stray. A Massive Monster fez um trabalho maravilhoso e deu para perceber o carinho colocado aqui. Você não consegue parar de jogar e é aquele jogo absurdo no qual passamos horas e achamos que passaram apenas minutos.

Há muitas coisas que ainda não falei sobre Cult of the Lamb, incluindo os minijogos de pesca e dados pelos quais me apaixonei! O jogo tem um sistema de progressão incrível e você não sossega até fazer seus 100%. Ele é mais do que recomendável. Na verdade, é obrigatório para qualquer fã de gerenciamento, Roguelike ou, ainda, se quiser dar, apenas, boas risadas.

 

 

O Teoria Geek agradece a Devolver Digital pela chave de PlayStation 5 fornecida para a produção dessa análise.


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