Continuam as polêmicas em torno da fusão Warner Bros. e Discovery. Walter Hamada, chefe da DC Films, quase se demitiu por causa do cancelamento de “Batgirl”. O Hollywood Reporter trouxe a informação de que Hamada chegou a consultar seu advogado.
Hamada concordou em permanecer em seu cargo pelo menos até o lançamento do filme “Adão Negro” de Dwayne Johnson, em 21 de outubro. “Ele está fazendo uma pausa”, diz uma fonte. “A decisão final ainda não foi tomada.”
A tensão surgiu quando David Zaslav, novo chefe da Warner Bros. Discovery, prometeu fazer o que chamou de “reinicialização” em relação à DC. Com um plano de 10 anos que ele espera permitir que a marca concorra com a Marvel Studios. “Achamos que podemos construir um negócio de crescimento muito mais forte e sustentável a partir de DC”, disse Zaslav durante a teleconferência de resultados de quinta-feira. “Como parte disso, vamos focar na qualidade. Não vamos lançar nenhum filme antes que esteja pronto… DC é algo que podemos melhorar.”
Uma fonte disse que os co-presidentes e CEOs do Warner Bros. Pictures Group, Michael De Luca e Pam Abdy, que estão supervisionando a DC até que Zaslav se decida sobre uma nova liderança, informaram Hamada em uma recente exibição de teste de “Adão Negro” que “Batgirl”, um filme de US$ 90 milhões que estava em pós-produção, seria arquivado. A explicação foi que, dada a estratégia de Zaslav, o filme não era forte o suficiente para ser lançado nos cinemas e era muito caro para um lançamento em streaming. A empresa, sob pressão para cortar custos, optou por dar baixa no projeto.
Uma fonte com conhecimento da situação disse que Hamada ficou chateado por não ter sido consultado e preocupado com o impacto sobre os envolvidos na realização do filme. Em 2 de agosto, antes que ele e seus representantes fossem informados da decisão, o New York Post deu a notícia de que o filme havia sido arquivado. O Post informou que o filme teve notas baixas nos testes e disse que uma fonte o descreveu como “irredimível”.
Em maio, a Warner Bros. Discovery cancelou outro filme da DC dirigido ao streamer, “Wonder Twins”, logo após KJ Apa e Isabel May serem escaladas como protagonistas.
Hamada assumiu seu papel em 2018 durante um período difícil para a DC, que estava lutando para se firmar depois que “Liga da Justiça” (2017) falhou nas bilheterias e não havia um caminho claro para seu universo cinematográfico.
Durante seu mandato, Hamada estabeleceu relacionamentos com cineastas como o favorito da Marvel, James Gunn, trazendo-o a bordo de “O Esquadrão Suicida” (2021) e mantendo-o no grupo de “Peacemaker”, um spinoff da HBO Max.
Em vez de lutar pelo universo de filmes intimamente interconectado da Marvel, as propriedades da DC sob sua supervisão eram apenas fracamente conectadas – e às vezes aconteciam em universos totalmente separados, como “Coringa” (2019), que arrecadou mais de US$ 1 bilhão nas bilheterias e deu a Joaquin Phoenix um Oscar de melhor ator, e “The Batman” (2022), de Matt Reeves, que arrecadou US$ 769,2 milhões globalmente, uma soma alta para a pandemia.
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