Captain Blood | Confira nossa review

Captain blood
Ficha Técnica
Desenvolvido por: Seawolf Studio
Publicado por: SNEG
Gênero:: Ação e aventura
Série: Captain Blood
Lançamento: 6 de maio
Classificação indicativa: 16 anos
Modos: Um jogador
Disponível para: PC, Xbox Series S|X e PS5

História: O Código de Honra de um Pirata

A narrativa de Captain Blood gira em torno de Peter Blood, um ex-médico injustamente condenado à escravidão nas colônias espanholas que se torna um dos mais temidos — e paradoxalmente éticos — piratas do Caribe. Diferente dos bucaneiros sanguinários habituais, Blood é um protagonista guiado por um forte senso de justiça, mesmo quando enfrenta adversários poderosos e traições frequentes.

O enredo é contado por meio de cutscenes pontuais e diálogos que tentam capturar a elegância da linguagem da época, mas que por vezes soam excessivamente expositivos. A trama principal envolve conflitos com autoridades espanholas, alianças com outros piratas e um romance previsível, mas funcional. Infelizmente, os personagens secundários raramente são desenvolvidos a fundo, servindo mais como peças de apoio para mover o protagonista de uma missão à outra.

Ainda assim, a ambientação histórica e o espírito aventuresco mantêm a narrativa envolvente o suficiente para sustentar o interesse ao longo da campanha.

Jogabilidade: Espadas, Canhões e Repetição

A jogabilidade é dividida entre combates corpo a corpo, tiroteios navais e exploração de ilhas e cidades. No papel, isso oferece variedade. Na prática, a execução é inconsistente.

Os combates com espada usam um sistema de combos e parries que lembra jogos como Assassin’s Creed IV: Black Flag, mas com animações mais travadas e colisões pouco precisas. A sensação de impacto é fraca, e a IA dos inimigos raramente apresenta desafio tático. O jogador pode desferir golpes leves, fortes e utilizar contra-ataques, mas a repetitividade se instala cedo.

Os confrontos navais são, curiosamente, a parte mais divertida. Trocar tiros de canhão, manobrar para obter vantagem e abordar navios inimigos oferece uma boa dose de adrenalina. Há uma física simplificada na navegação que mantém o ritmo ágil, sem exigir conhecimento profundo de manobras marítimas.

No entanto, a exploração é rasa. As cidades são pequenas e com pouca interação significativa, enquanto as ilhas geralmente escondem apenas combates ou tesouros genéricos. Faltam elementos de descoberta que poderiam dar vida ao mundo de Captain Blood.

Progressão: Um Tesouro Mal Enterrado

O sistema de progressão é limitado. O jogador ganha ouro e reputação ao completar missões ou saquear navios, o que permite comprar novas armas, melhorar o navio e recrutar tripulação. Há também algumas habilidades que podem ser desbloqueadas, mas o sistema é raso e não oferece escolhas estratégicas reais.

Não há uma árvore de habilidades robusta nem especializações distintas, o que reduz o fator de rejogabilidade. A progressão do personagem é linear, e a curva de dificuldade é inconsistente — com picos inesperados e trechos excessivamente fáceis.

Além disso, há pouca customização visual ou de jogabilidade. O navio pode ser melhorado, mas visualmente as mudanças são mínimas, o que tira parte da satisfação de investir tempo e recursos nesse aspecto.

Aspectos Técnicos e Artísticos

Visualmente, Captain Blood entrega cenários competentes, mas não impressionantes. As cidades coloniais, florestas tropicais e mares abertos têm boa ambientação, mas pecam por falta de variedade e riqueza de detalhes. O jogo reutiliza modelos de NPCs e texturas com frequência, o que torna algumas áreas visualmente repetitivas.

As animações de combate são duras e muitas vezes desengonçadas. Problemas técnicos como clipping, colisões erradas e quedas de frame rate afetam a imersão. O design dos personagens é funcional, mas sem destaque — Blood, apesar de carismático na história, tem um visual genérico.

A trilha sonora acerta mais do que erra. Composições orquestradas inspiradas em temas clássicos de pirataria ajudam a criar o clima épico desejado. Efeitos sonoros, por outro lado, variam de bons (canhões, mar) a medíocres (impacto de espadas, vozes robóticas em NPCs).

Os menus são antiquados e pouco intuitivos, e a interface em geral parece herdada de uma geração passada, o que reforça a sensação de um jogo que chegou atrasado ao mercado.

Vale a Pena Jogar?

Captain Blood é um jogo com um coração generoso, mas execução vacilante. Seu charme está na ambientação e na ideia de reviver uma era de cavalheirismo pirata, com um protagonista carismático e moralmente distinto. No entanto, a jogabilidade repetitiva, os sistemas simplificados e os problemas técnicos comprometem a experiência.

Para fãs inveterados de aventuras piratas, talvez valha uma visita — especialmente se o interesse estiver mais no clima e na fantasia do que na profundidade mecânica. Para jogadores em busca de um título polido, envolvente e inovador, Captain Blood provavelmente vai parecer mais um navio à deriva do que uma embarcação digna de respeito.