Caleidoscópio | Confira nossa crítica

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Caleidoscópio é a série da Netflix que chegou no primeiro dia de 2023. Com uma proposta para assistir de diversas maneiras a série consegue entreter e desenvolver sua história. Os personagens e relações são interessantes. A história que não é tão inovadora acaba se juntando com o modo de assistir diferente e conseguindo a atenção do público.

Caleidoscópio Pôster - Teoria Geek
Ficha Técnica
Título: Caleidoscópio
Ano de Produção: 2022
Dirigido Por: José Padilha, Everardo Gout, Mairzee Almas e Robert Townsend
Estreia: 01/01/2023
Duração: 34 a 56 minutos
Classificação: 16 anos
Gênero: criminal, ação, suspense
País de Origem: Estados Unidos
Sinopse: 24 anos se passam ao decorrer dos episódios da série. O planejamento de um enorme roubo e sua execução. Com intrigas, traições e pitadas de romance e comédia o espectador pode escolher em que ordem vai ver a série.

Por onde eu começo?

Bom, quem já leu outras criticas minhas sabe que, geralmente, meu primeiro parágrafo com a critica em si costuma receber o subtítulo de “começo/início” ou algo assim. Mas em Caleidoscópio não tem muito como fazer isso, porque o seu grande diferencial é exatamente isso. Em teoria, ela pode ser assistida por qualquer ordem de episódio que vai ser entendida da mesma forma.

Eu optei por assistir pela ordem cronológica e vou falar a partir disso. Tudo vai se iniciar com Ray Vernon (Giancarlo Esposito) e seu comparça Graham Davies (Rufus Sewell). Ambos levam a vida a partir de roubos. Enquanto Ray colocava a mão na massa e roubava de fato, seu comparça fingia ser um empresário e distraia as vítimas.

Giancarlo Esposito e Robinne Lee - Teoria Geek
(Reprodução/Netflix)

Mas Ray decide que quer mudar de vida, principalmente, por causa de sua filha Hannah, inicialmente interpretada por Austin Elle Fisher e posteriormente por Tati Gabrielle. Ele então abre uma loja e conta com o auxílio da mulher Lily (Robinne Lee). Mas as coisas na loja acabam não indo muito bem ao mesmo tempo que Ray presencia uma situação de racismo envolvendo sua filha no trabalho da mulher.

O “primeiro” roubo

Com esse acontecimento Ray decide se vingar e aproveita o fato que vai ter um leilão de joias no local onde Lily trabalha para roubar mais uma vez. Graham é novamente recrutado e tudo parecia dar certo. Mas um pequeno incidente acaba levando certas atitudes que resultam no incêndio do local.

O incêndio por si só não seria um problema, se não fosse o fato de Lily ter sido chamada para trabalhar de última hora. Ray volta para o local acompanhado de Graham quando percebe que a mulher está lá. Mas no momento ápice acaba sendo traído pelo amigo e perdendo não só a mulher como sua liberdade.

Todos esses acontecimentos se passam 24 anos do que seria o grande roubo cujo qual é o ponto mais importante da minissérie. E são esses ocorridos que levam a tudo que vai acontecer a seguir. Incluindo, Graham que muda o nome para Roger Salas e se torna um empresário bem sucedido. E Ray que passa a se chamar Leo Pap.

Caleidoscópio

Em resumo, um caleidoscópio é um objeto com funções óticas que com cada movimento distinto mostra combinações diferentes de imagens com cores. O que se encaixa com a série que pode ser assistida em ordens diversas, mas ainda assim fazer sentido. Também é interessante a escolha dos títulos dos episódios. Cada episódio tem o nome de uma cor, o que também faz ligação com o objeto que tem o nome da produção.

Os episódios têm seu próprio início, meio e fim, mas ainda se conectando com os demais. A história toda de um grande roubo com uma equipe pensada para isso onde cada um tem seu próprio talento e função não é novidade, muito menos na Netflix (oi La Casa de Papel), mas ainda assim consegue ser bem executada. O andamento de cada um é bom e juntos contam a história que dura 24 anos. Imagino que assistir em uma ordem diferente da cronológica possa ser interessante, pois assim as peças vão se encaixando aos poucos e uma atitude passa a fazer mais sentido.

Os episódios de Caleidoscópio têm seu próprio início, meio e fim, mas ainda se conectando com os demais - Teoria Geek
(Reprodução/Netflix)

Mas ao mesmo tempo, acho que a série não funciona tão bem se assistida de determinadas ordens. Por exemplo, acho que alguém que começa pelo Pink se sentiria bem confuso. Apesar dos episódios se conectarem sim, começar por esse seria um erro e dependendo de qual fosse visto em seguida talvez a pessoa optasse por só largar a série e perdesse a experiência que ela pode oferecer.

Pontos

Caleidoscópio tem uma boa trilha sonora que contribui muito para os acontecimentos da produção. A ambientação também é muito boa, gostei muito das cenas que envolvem o cofre. Os figurinos conseguem transpassar um pouco da personalidade de cada um dos personagens que são vividos por um bom elenco.

E falando sobre os personagens, eu sou uma pessoa que adora clichês, porém depende. Quando um clichê acaba por ser legal ou engraçado ou bem executado não tem problema nenhum. Mas em Caleidoscópio nós temos aquele clichê batido de um “triângulo amoroso” mal feito que cria rixa entre dois caras da equipe vividos por Peter Mark Kendall e Jai Courtney. Sendo um desses caras o típico clichê ambulante do cara musculoso e brigão.

Em Caleidoscópio nós temos aquele clichê batido de um “triângulo amoroso” mal feito - Teoria Geek
(Reprodução/Netflix)

Continuando nesse ponto de personagens, Hannah é uma que acho que deveria ter mais tempo de tela. Apesar do espectador conseguir entender certas atitudes da jovem, ela acaba sendo muito vaga. Acredito que Hannah tinha muito potencial de tela que acabou sendo desperdiçado dando foco em outros personagens. Mas apesar disso é até fácil se apegar a alguns deles.

Opinião

A minissérie que varia diretores ao longo de episódios consegue prender a atenção do público principalmente nos momentos em que os planos são traçados e executados. Mas desperdiça tempo de tela com narrativas clichês que poderiam vim em menor quantidade ao passo que algumas relações ficam mornas e personagens mal aproveitados.

Ainda assim, Caleidoscópio consegue cumprir com o quesito entretenimento e prender bastante a atenção de quem assiste que fica curioso com o que vem a seguir. Ou em certos casos com o motivo do porque aquilo está acontecendo. Quem gosta desse tipo de temática provavelmente vai gostar e quem não acho que vale a experiência “diferente”. Inclusive, a Netflix disponibilizou em sua conta oficial do Instagram algumas ordens diferentes para assistir a produção.

Eai, já assistiu? Em que ordem você viu os episódios? Conta nos comentários e para mais produções como essa é só clicar aqui.