Relatório foi divulgado pela XDS (External Development Summit), evento global realizado anualmente no Canadá e referência no segmento; Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos), que há anos tem organizado comitivas para levar os estúdios brasileiros aos principais eventos estrangeiros, celebra o resultado e destaca cases
A participação brasileira no cenário internacional de games vem crescendo a cada ano, seja em consumo, número de jogadores ou no desenvolvimento e produção de jogos. Maior mercado de games da América Latina, a expectativa é que o país tenha movimentado US$ 2,3 bilhões em 2021 e que aumente essa receita em aproximadamente 6% em 2022, segundo a consultoria Newzoo. Neste cenário, chama a atenção a procura cada vez maior de grandes desenvolvedoras globais por estúdios nacionais, que são contratados para produzirem ou auxiliarem em partes específicas de seus jogos, em uma prática conhecida como XD (desenvolvimento externo). O destaque do Brasil no segmento acaba de ficar ainda mais evidente com a publicação do relatório da XDS (External Development Summit), evento global que é referência em XD, que coloca o país pelo segundo ano consecutivo como o principal mercado emergente no segmento.
A Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos), que há quase vinte anos trabalha pelo fortalecimento da indústria nacional de desenvolvimento de jogos, celebra o resultado, fruto também dos esforços da própria associação para dar visibilidade à qualidade e competência dos estúdios do país. Desde a primeira edição da XDS, em 2013, a Abragames participa do evento e organiza as comitivas Brazil Games, em seu projeto setorial de exportação realizado pela associação em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (ApexBrasil), que apoia as empresas desenvolvedoras brasileiras que participam do evento, dando todo o suporte à divulgação dos projetos e estimulando a geração de negócios.
“O grande momento da indústria global de XD acontece em setembro, durante a XDS, e a Abragames tem como missão coordenar, fortalecer e promover a indústria brasileira de jogos digitais, sendo sua representante e interlocutora dentro desse ecossistema internacional. É um orgulho ver o destaque que o Brasil tem tido em XD e reconhecer o papel da nossa comitiva brasileira”, conta Rodrigo Terra, presidente da Abragames.
Além da XDS, a Brazil Games também atua com os estúdios brasileiros em outros grandes eventos, como GDC, Gamescom e BIG Festival, que traz ao Brasil os grandes nomes da indústria para fazer negócios com as desenvolvedoras nacionais.
Eliana Russi, diretora internacional da Abragames, corrobora o discurso e exalta a importância da presença brasileira nos eventos internacionais.
“Sabemos que as parcerias para o desenvolvimento de um projeto AAA requerem uma relação de confiança entre as partes e as empresas brasileiras têm construído isso ao participarem de eventos globais, como a XDS”.
Para Terra, entre as qualidades que dão aos estúdios nacionais esse protagonismo estão a criatividade dos brasileiros, a cultura aberta e flexível, a capacidade de se adaptar e se comunicar, o fuso horário equilibrado tanto para Estados Unidos quanto Europa e a aptidão técnica dos profissionais.
“Quando falamos de XD, falamos de desenvolvimento de uma série de atividades, como arte, animação, cinemática, áudio, engenharia, portabilidade, captura de movimento, controle de qualidade, efeitos visuais, UX (user experience) e UI (user interface), entre outras. Hoje, os estúdios brasileiros estão totalmente preparados para atender todas essas demandas com muita competência e comprometimento”.
Cases brasileiros de sucesso no trabalho de XD
Entre os vários estúdios brasileiros que participam presencialmente da XDS e de outros eventos internacionais importantes por meio da comitiva Brazil Games, da Abragames, existem perfis diferentes e complementares. Enquanto alguns se especializaram e são referências exclusivamente no trabalho de external development, outros também fazem um trabalho híbrido – ou seja, além de XD desenvolvem seus próprios jogos.