Blades of Fire | Confira nossa review

Ficha Técnica
Desenvolvido por: MercurySteam
Publicado por: 505 gameso
Gênero:: Ação e aventura
Série: blades of fire
Lançamento: 22 de maio
Classificação indicativa: 16 anos
Modos: Um jogador
Disponível para: Resposta em itático e cinza claro

 

História: Fogo, Tragédia e Vingança

A trama de Blades of Fire se passa em Aetheros, um continente assolado por guerras entre clãs elementais. O protagonista, Kael, é o último descendente de uma linhagem extinta de guerreiros flamejantes, acusado de trair seu povo e condenado ao exílio. Após um ataque misterioso dizimar seu vilarejo, ele parte em uma jornada de vingança e redenção, enfrentando ex-aliados, monstros e forças sobrenaturais que ameaçam consumir o mundo.

A narrativa tem seus momentos, especialmente quando foca no passado de Kael e nas tensões entre os clãs. No entanto, o roteiro escorrega em clichês e personagens secundários mal desenvolvidos. A história principal é previsível, e mesmo os plot twists carecem de impacto real.

O mundo tem uma boa base mitológica — há livros, inscrições e lendas que constroem um pano de fundo interessante — mas o jogo raramente utiliza isso de forma ativa. Fica a sensação de que existe uma boa lore, mas pouco aproveitada na experiência de jogo.

Jogabilidade: Combate Afiado, Mas Limitado

O ponto alto de Blades of Fire é, sem dúvida, o combate. As batalhas são rápidas, intensas e com um sistema de combos que mistura ataques com espada e habilidades baseadas em fogo. O jogador pode alternar entre golpes leves e pesados, aparar ataques e liberar habilidades elementais, como rajadas flamejantes, explosões em área ou espadas incandescentes.

A responsividade dos controles é boa, e o sistema de animação favorece uma sensação de fluidez. Inimigos mais fortes exigem esquiva, leitura de padrões e uso estratégico de habilidades. Contudo, essa profundidade não se estende por toda a duração do jogo: após as primeiras horas, os combates começam a se repetir, com variações mínimas de inimigos e pouca diversidade de estilos de luta.

Chefes são o ponto alto: grandes, desafiadores e com mecânicas próprias. Porém, são poucos em número e concentrados mais para o final da campanha, deixando os primeiros atos sem grandes destaques.

Progressão: Potencial Desperdiçado

A progressão é dividida entre habilidades de combate, melhorias de armamento e aprimoramentos elementais. O jogador acumula “Brasas Ancestrais” para desbloquear técnicas e habilidades passivas, como aumento de dano, regeneração de energia e resistência a fogo.

O sistema, embora funcional, é pouco flexível. Não há ramificações significativas ou escolhas táticas profundas o caminho de evolução é praticamente o mesmo para todos os jogadores, com pequenas variações. Além disso, a obtenção de recursos para evoluir o personagem exige um backtracking cansativo ou grinding em áreas pouco recompensadoras.

A customização de equipamentos é visualmente atraente  espadas com efeitos flamejantes, armaduras com detalhes brilhantes , mas as estatísticas entre elas mudam pouco. No fim das contas, trocar de equipamento é mais questão estética do que de estratégia.

Aspectos Técnicos e Artísticos: Fogo Brilha, Mas Não Esquenta

Visualmente, Blades of Fire tem estilo. As animações de fogo são impressionantes, com efeitos de partículas bem executados e um bom uso de luz dinâmica. As ambientações  desde ruínas em chamas até templos antigos soterrados por lava  têm identidade visual e criam uma atmosfera envolvente.

Entretanto, o nível de polimento deixa a desejar. Texturas borradas, modelagem inconsistente de personagens secundários e bugs frequentes (NPCs que travam, inimigos que desaparecem, missões que não atualizam) atrapalham a experiência. Há relatos de crashes em algumas versões, especialmente no PC.

A trilha sonora é competente, com faixas épicas que acompanham bem as batalhas, mas pouco memorável fora do jogo. Os efeitos sonoros das espadas, das explosões e dos rugidos dos chefes são satisfatórios, enquanto a dublagem varia muito em qualidade — com o protagonista bem interpretado, mas personagens secundários com atuações engessadas ou caricatas.

Vale a Pena Jogar?

Blades of Fire é um jogo que tinha todos os ingredientes para ser memorável: uma boa mitologia, um protagonista carismático e um sistema de combate promissor. Porém, falhas na progressão, problemas técnicos e uma narrativa previsível impedem que ele alcance seu potencial.

Ainda assim, há diversão a ser encontrada aqui — especialmente para fãs de action RPGs com foco em combate rápido e espetacular. Se você consegue relevar bugs e não espera uma história profunda ou progressão complexa, Blades of Fire pode oferecer uma experiência decente, ainda que efêmera.