Bem-vindos a Bordo | Confira nossa crítica

Esqueça a comédia-romântica Voando Alto de Gwyneth Paltrow, em Bem-vindos a Bordo conhecemos a realidade nua e crua dos comissários de bordo de uma companhia aérea.

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Ficha Técnica
Título: Bem-vindos a Bordo (Rien à foutre)
Ano de Produção: 2021
Dirigido Por: Emmanuel Marre e Julie Lecoustre
Estreia: 1º de dezembro de 2022
Duração: 110 min.
Classificação: 16+
Gênero: Drama
País de Origem: França e Bélgica
Sinopse: Com Adèle Exarchopoulos (Azul É a Cor Mais Quente). Em resumo, uma comissária de bordo vive entre viagens e redes sociais, enquanto lida com falsos sorrisos de boas-vindas no mundo das companhias aéreas baratas, até que perde seu emprego e precisa voltar para casa.

 

A princípio, a realidade é tão aparente nesse filme, que em vários momentos, a direção opta por gravá-lo por meio de um vídeo de celular. O que demonstra toda a introspecção em volta da protagonista Cassandre, interpretada brilhantemente por Adèle Exarchopoulos (Azul é a Cor mais Quente).

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Em síntese, Cassandre é uma comissária de bordo que perdeu sua mãe, recentemente, e não tem uma relação muito afetiva com o seu pai. E para fugir da realidade, a personagem ingressa no ramo da aviação, para, como ela mesma justifica, não se prender em nenhum lugar ou relação.

Aliás, para àqueles que acham que os comissários de bordo possuem uma vida glamurosa, o filme demonstra que essa percepção está muito fora da realidade.

O filme relata que os comissários de bordo possuem várias funções, do que somente servir lanches e bebidas aos seus clientes. Tanto é que esse pensamento errôneo é ironizado pela fala do pai de Cassandre e respondido de forma inteligente por ela, em um jantar de família.

Ademais, o longa evidencia que a empresa não está preocupada com o emocional do seu profissional e que este deve se mascarar (ou maquiar) de tudo isso, antes de vir a bordo.

Isso é tão perceptível, quando Cassandre faz um treino obrigatório para se tornar supervisora e sua mentora pede para ela ficar sorrindo por mais de 30 segundos. A câmera vai passando por cada aprendiz e a cada um que não consegue, ou que não sorri adequadamente, a mentora diz que a vida pessoal não pode interferir no trabalho. A meu ver, foi uma das cenas mais perturbadoras, nesse longa, porque demonstra a triste realidade de muitos funcionários.

Além disso, muito inteligente a ideia do filme de diferenciar a Cassandre comissária de bordo com aquela da vida cotidiana.

A direção optou por separar isso de maneira bastante sutil e perspicaz, ou seja, com a falta de maquiagem da personagem, quando ela não está a bordo. Tanto é que nem para ir a festas ou sair com os amigos, a personagem se maquia, contrastando com o trabalho, no qual ela deve estar sempre “impecável”.

Digamos que o longa quis passar que as duas realidades de Cassandre assemelham-se com o que ela, efetivamente, vive e o que posta nas redes sociais.

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Por fim, não há como esquecer, a relação comissário de bordo e cliente. Ou seja, quais os limites em que o funcionário deve agir para que o seu cliente se sinta bem. Ao que parece, essa linha é bastante tênue e subjetiva e, como aparenta, se move conforme os ideais da empresa.

Veredicto: Bem-vindo a Bordo

Regado de ironia e humor sutis, Bem-vindo a Bordo mostra a crítica social de empresas do ramo aéreo em relação aos seus funcionários e clientes, bem como o contraste entre vida real e àquela postada em redes sociais.

A partir de cenas bastante introspectivas e que muitas vezes podem transmitir uma sensação de narrativa arrastada, o filme traz um final aberto, mas que é bastante condizente com o próprio estilo de vida da personagem Cassandre.

Até mais, e Obrigado pelos Peixes!
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