Barbie | Confira nossa crítica (Com Spoilers)

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Barbie é um filme que consegue agradar diversos tipos de público. Mas quem brincou com a boneca em algum momento da vida vai ter o coração aquecido com uma história cheia de risadas e até choros. Com reflexões sobre a vida real e representações claras e fieis a realidade o filme envolve quem assiste.

Barbie-Pôster
Ficha Técnica
Título: Barbie
Ano de Produção: 2023
Dirigido Por: Greta Gerwig
Estreia: 20/07/2023
Duração: 1 hora e 54 minutos
Classificação: 12 anos
Gênero: Fantasia, comédia, drama, aventura
País de Origem: Inglaterra, Estados Unidos
Sinopse: Quando uma Barbie começa a dar “defeito” ela descobre que a única maneira de tudo voltar ao normal é indo para o mundo real. Assim, ela embarca em uma aventura com Ken e percebe que a realidade não é como sempre imaginou.

História

O filme já começa mostrando a história da Barbie e como, em teoria, elas ajudaram pessoas, mas principalmente, meninas de todo o mundo. “Você pode ser tudo o que quiser” é a frase de anos da Barbie que faz com que muitas de nós, mulheres, realmente consigamos acreditar mais em nós mesmas.

Assim, vemos a Barbie Estereotipada (Margot Robbie), ou seja, aquela Barbie que quando alguém fala da boneca você a imagina. Aparentemente, a vida dela era perfeita, seguia um rumo onde todos os dias eram perfeitos e aconteciam praticamente a mesma coisa sempre. Até que tudo começa a mudar. Chuveiro gelado mesmo sem sequer cair água de qualquer forma (quem brincou de Barbie sabe), leite estragado, mesmo sem o leite de fato. E o mais impactante: pés no chão.

“Você pode ser tudo o que quiser” é a frase de anos da Barbie que faz com que muitas de nós, mulheres, realmente consigamos acreditar mais em nós mesmas
(Reprodução/Warner Bros.)

Enquanto isso, as outras Barbies continuam as mesmas e os Kens também. Mas um Ken em especifico (Ryan Gosling) sente uma ligação mais direta com a Barbie Estereotipada e isso fica bem claro com todas as tentativas de se aproximar dela, que não dão muito certo, geralmente. E depois de uma aposta com outro Ken, o loirinho decide embarcar na aventura junto com a Barbie.

Vida real

Barbie mostra a vida como ela realmente é. Não existe de fato uma igualdade entre homens e mulheres no nosso mundo, o assédio é presente e sim, costuma passar impune, comentários quanto as roupas femininas e até os cabelos acontecem e são chatos e desgastantes, mas reais. Diria que o filme mostra muito bem como é estar na pele de uma mulher, como é ser uma mulher nos dias de hoje.

Não existe de fato uma igualdade entre homens e mulheres no nosso mundo, o assédio é presente e sim, costuma passar impune, comentários quanto as roupas femininas e até os cabelos acontecem e são chatos e desgastantes, mas reais.
(Reprodução/Warner Bros.)

E isso fica muito claro no filme quando o que tira as Barbies do limbo mental que os Ken as colocaram é o discurso de Gloria (America Ferrera), uma mulher que fala como é ser mulher na sociedade. Como é necessário se moldar para agradar e mesmo se moldando tanto nunca é o suficiente. As críticas sempre estão ali.

Inclusive, ressalto aqui a cena do “salto alto” que pode passar despercebida por algumas pessoas. Quando a Barbie Estereotipada está indo para a casa da Barbie Estranha, a Estereotipada já estava com os pés retos, mas insiste em usar salto e sua fala é: “se meus pés fossem sempre assim, eu não usaria saltos”, ou algo bem semelhante a isso. E sim, saltos são lindos, mas não há nada como os pés no reto, ainda mais depois de usar salto por tantas horas, é como pisar nas nuvens. Essa cena vem carregada de significado com inúmeras interpretações.

Pontos

O filme consegue ser cheio de referências do início ao fim, algumas mais claras, como o brincar de Barbie e outras nem tanto. Pelo menos eu vi uma clara referência a Karatê Kid/Cobra Kai no momento da briga/música dos Kens. Afinal, temos um loiro com uma bandana amarrada na testa e cheio de poses para briga. A referência a Grease, em mais de um momento, é bem clara. Então além de tudo Barbie é um filme de referência até para se brincar quais você se lembra de ter visto. Sendo até um dos motivos para se reassistir o filme. (Até as Bratz ganharam referências).

Pelo menos eu vi uma clara referência a Karatê Kid/Cobra Kai no momento da briga/música dos Kens
(Reprodução/Warner Bros.)

A trilha sonora é impecável e conversa muito bem com cada cena do filme. Sentimos vontade de dançar com as Barbies, mas de chorar com a Estereotipada. A ambientação é perfeita, as casas das Barbies já conhecidas do público, toda a cenarização, também no mundo real, é muito bem feita e trabalhada. Mas claro que a Barbieland se sobressai porque temos vontade de conhecer tudo aquilo.

A caracterização também é maravilhosa. Hello, gente, as Barbies sereias realmente tem aqueles cabelos vibrantes e com pontas secas. Mas a Barbie Estranha é quem mais se sobressai na caracterização, porque sim isso acontece e muito dependendo de quem cuida da boneca.

Poxa, Mattel

Acho que perderam uma grande chance de incluírem outros brinquedos da marca ao longo do filme, mas especificamente na cena das portas dentro do prédio da Mattel. Seria adorável ver a Barbie abrindo diversas portas e dentro de cada uma delas ter um brinquedo diferente da marca. Infelizmente, uma oportunidade que passou, mas que não tira a magia da cena.

Como uma fã de Barbie desde que me entendo por gente, também senti falta de outras bonecas do mundo Barbie. Como as próprias irmãs da Barbie, o filme só cita a Skipper, e as demais amigas da Barbie como Teresa e Nikki. Mas isso é tristeza minha de fã.

Você pode ser tudo o que quiser

Barbie é um filme com potencial para agradar diversos públicos, mas é preciso entender as mensagens do filme. A produção é cheia de camadas, com diversos tons de rosa. Existe grande foco sobre a presença feminina no mundo, mas também a masculina. O feminismo é sim para todo mundo e para benefício geral da sociedade e Barbie mostra isso até mesmo ao trazer uma crítica a certas feministas.

O filme é sobre achar o seu lugar no mundo, sobre quem você é de verdade. Sim, eu posso ser tudo que eu quiser, mas o que eu quero ser? É isso que move a produção em grande parte. É um filme de “plástico” sobre a humanidade. Sobre nossos defeitos, lutas, tristezas, mas também alegrias, conquistas e qualidades. Essa mensagem é muito clara com Ken que tem até um certo tipo de dependência com a Barbie e precisa se encontrar.

Barbie pode não agradar a todos, principalmente quem não aceita uma mulher como protagonista, seja na vida ou em alguma mídia, pode também não ganhar o Oscar. Mas na Barbieland o filme leva todos os prêmios possíveis.

E você, já assistiu? O que achou? Conta aí nos comentários e para mais produções como essa é só clicar aqui.