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Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land | Confira nossa review

atelier
Ficha Técnica
Desenvolvido por: KOEI TECMO
Publicado por: KOEI TECMO
Gênero::JRPG
Série: Atelier
Lançamento: 20 de março
Classificação indicativa: 14 anos
Modos: um jogador
Disponível para: PC, PS5, Xbox Series S|X

História

Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land é mais uma bela adição à clássica série de JRPGs focados em alquimia. Dessa vez, somos apresentados a Yumia, uma jovem alquimista que desperta em uma terra desconhecida, sem lembranças claras do seu passado. Guiada por fragmentos de memórias e ecos de um mundo que parece ter sido sonhado ou esquecido, Yumia embarca em uma jornada para reconstruir sua identidade e entender seu papel nesse mundo enigmático.

A história foca menos em confrontos épicos e mais em descobertas pessoais e na reconstrução de laços — um tema recorrente na série, mas que aqui ganha um peso maior devido à natureza introspectiva da protagonista. A narrativa é conduzida por diálogos leves, mas sensíveis, com personagens secundários carismáticos e dilemas emocionais bem explorados. É uma história que mistura o calor da vida cotidiana com toques de fantasia existencial, tudo costurado de forma tranquila, mas com profundidade.

Apesar de manter o tom otimista característico da franquia, Atelier Yumia arrisca um pouco mais em temas como perda, identidade e a reconstrução da própria história. É uma experiência narrativa que vai ganhando força conforme a progressão, especialmente à medida que memórias antigas de Yumia começam a emergir e se entrelaçar com os mistérios do mundo ao redor.

Gameplay

A jogabilidade mantém a estrutura tradicional da série Atelier, com um equilíbrio entre exploração, combate por turnos e, claro, alquimia. Mas Yumia traz algumas boas novidades para renovar a fórmula.

A exploração agora se dá em mapas semiabertos com áreas interconectadas, ricas em detalhes e repletas de recursos para coleta. Os ambientes têm um bom ritmo de progressão e incentivam o retorno após desbloqueio de novas habilidades de movimentação. A busca por ingredientes é, como sempre, um prazer — mas o diferencial está em como as memórias afetam o mundo. Em certas áreas, Yumia pode ativar “fragmentos de lembrança”, que alteram o ambiente, revelam segredos ou trazem inimigos únicos. Isso dá uma camada de quebra-cabeça à exploração, que nunca parece apenas repetitiva.

O combate segue o sistema de turnos dinâmicos com ênfase em formação de equipe e sinergia de habilidades. Os aliados possuem papéis distintos (ataque, suporte, debuff), e a chave para o sucesso está em montar combinações que aproveitem ao máximo a ordem de ação e os efeitos em cadeia. A adição mais interessante é o sistema de “Memória Alquímica”: Yumia pode evocar versões alternativas de si mesma com estilos de combate diferentes, baseadas em fragmentos do seu passado — o que adiciona variações estratégicas bem-vindas.

Mesmo para quem não é fã de combates complexos, Atelier Yumia mantém tudo acessível, mas oferece profundidade o suficiente para quem quiser se aprofundar nos sistemas.

Sistemas de Progressão

A alquimia, mais uma vez, é o coração da progressão. O sistema de síntese foi refinado com uma interface mais intuitiva e visualmente agradável. Os ingredientes ainda possuem traços, categorias e níveis de qualidade, mas agora é possível fundi-los com “essências de memória” que alteram completamente o resultado — criando efeitos imprevisíveis e permitindo experimentações criativas.

A progressão de Yumia acontece em múltiplas frentes: como alquimista (nível de síntese), como aventureira (nível de combate), e como personagem (desbloqueando memórias e desenvolvendo relacionamentos). Há também um sistema de “Registro de Memórias”, onde o jogador desbloqueia trechos narrativos que concedem novas receitas, talentos e melhorias de status, dependendo das escolhas feitas ao longo da história.

As sidequests são leves, mas têm um papel importante, pois muitas envolvem memórias de moradores locais que se conectam com a trama central. Isso reforça o senso de comunidade, algo essencial nos jogos da série, e ajuda a criar laços afetivos com o mundo.

Gráficos e Trilha Sonora

Visualmente, Atelier Yumia é um deleite. Com um estilo de arte que mistura anime estilizado com toques de aquarela, o jogo é vibrante, suave e acolhedor. Cada região do mundo tem uma paleta própria, transmitindo emoções diferentes — desde campos floridos banhados em tons pastéis até florestas enevoadas que parecem saídas de um sonho esquecido.

As animações de personagens são expressivas, e as cutscenes têm direção artística cuidadosa. As expressões faciais e o trabalho de iluminação criam momentos visualmente memoráveis, especialmente quando memórias importantes são reveladas.

A trilha sonora é encantadora. Composta por músicas suaves, melodias de piano, cordas e instrumentos tradicionais japoneses, ela embala a jornada de Yumia com leveza e emoção. Os temas variam de forma dinâmica conforme as áreas e o clima emocional da narrativa. Destaque para os temas de alquimia e os momentos em que as memórias emergem — são faixas que realmente elevam a atmosfera.

A dublagem (disponível em japonês, com legendas em inglês) é excelente, com destaque para a performance da dubladora de Yumia, que consegue transmitir toda a delicadeza e confusão emocional da personagem com sutileza.

Aspectos Técnicos e Acessibilidade

Tecnicamente, Atelier Yumia roda muito bem tanto em PC quanto nos consoles. Em termos de performance, o jogo é leve e raramente apresenta quedas de fps. Os tempos de carregamento são curtos e a transição entre áreas é fluida. A interface está mais limpa em relação aos jogos anteriores, facilitando o gerenciamento de itens e receitas.

No entanto, o jogo ainda sofre com algumas limitações gráficas em texturas e modelos mais simples em segundo plano — especialmente notáveis em construções ou NPCs de menor importância. Nada que quebre a imersão, mas que revela que o foco da produção está mais na direção de arte do que no realismo técnico.

Em termos de acessibilidade, o jogo dá alguns passos positivos. Há opções de ajuste de tamanho de fonte, legendas, velocidade de texto e contraste. Também é possível remapear controles, o que é sempre bem-vindo. Ainda assim, faltam opções mais amplas como suporte total a leitores de tela ou feedback tátil mais detalhado nos controles para jogadores com deficiência visual ou auditiva.

Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land: Vale a pena?

Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land é uma adição especial à série — talvez uma das mais sensíveis e esteticamente encantadoras já lançadas. Ele mantém as raízes da franquia: alquimia, laços humanos e uma sensação calorosa de descoberta. Mas também ousa tocar em temas mais profundos e íntimos, construindo uma história mais emocional e introspectiva do que o habitual.

Para veteranos da série, Yumia é refrescante, com melhorias bem-vindas nos sistemas de alquimia e uma protagonista cativante. Para novatos, é um ótimo ponto de entrada: o ritmo é amigável, o mundo é acolhedor e os sistemas são explicados de forma gradual.

Claro, ele não vai agradar quem busca ação intensa ou decisões morais pesadas. É um jogo para quem aprecia calma, criatividade e histórias sobre crescimento pessoal. E dentro dessa proposta, Atelier Yumia brilha.

Teoria Geek agradece a KOEI TECMO pela cópia de imprensa disponibilizada gratuitamente para PC para a elaboração desta análise.


 

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