O anime Let’s Play é uma comédia romântica adaptada da web-comic de Leeanne M. Krecic (“Mongie”), com produção pelo estúdio OLM, que estreou no início de outubro de 2025. A trama se passa em Los Angeles e tem como protagonista a jovem desenvolvedora de jogos indie Samara Young, que sonha em criar seu primeiro jogo: “RUMINATE”. Tudo muda quando um streamer popular, Marshall Law, publica uma crítica devastadora sobre o jogo de Sam, abalando sua confiança e colocando em xeque o futuro de sua carreira como desenvolvedora. Para complicar ainda mais, a jovem descobre que o crítico polêmico é, na verdade, seu novo vizinho, uma coincidência que promete gerar conflitos. O Teoria Geek assistiu o primeiro episódio e neste artigo você poderá encontrar as primeiras impressões do anime.
Primeiras Impressões
O ponto de partida é promissor: o universo dos games indie, diálogos com as emoções, streaming, boas referências do mundo gamer. Os elementos presentes falam com a cultura geek contemporânea, apesar disso, infelizmente o episódio inaugural do anime deixa muito a desejar.
A abordagem da temática game indie e da desenvolvedora feminina como protagonismo são escolhas realmente interessantes. Traz à tona o ambiente dos criadores independentes, o que tem potencial de gerar identificação com público gamer. Além disso, as referências aos jogos e à cultura de streaming estão presentes, o que reforça o nicho da obra.
A trilha sonora, abertura e encerramento são levemente atraentes: a abertura com elementos visuais de jogos aproxima o telespectador, o encerramento com uma estética lo-fi também se destaca, sendo graficamente mais bonitos do que a média da animação propriamente dita.
O principal destaque que pode se tornar um ponto alto da série, caso seja bem desenvolvido, é a personificação das emoções. Em determinados momentos vemos as emoções da protagonista ganharem forma e presença física, quase como personagens próprios. Essa metáfora visual é criativa e abre espaço para leituras simbólicas interessantes sobre saúde emocional e autoconhecimento. Inclusive a estética dessa personificação aparece também na abertura, o que indica que esse recurso pode ter importância narrativa no futuro.
O destaque do trabalho das emoções é um conceito promissor, capaz de trazer profundidade psicológica e sensibilidade à história. Ainda assim, pelo menos por enquanto, não é suficiente para compensar as fragilidades do conjunto do episódio.
Pontos que ficaram a desejar
No quesito animação, a qualidade do primeiro episódio é muito baixa. Apesar do design de personagens parecer interessante e com um traço diferenciado, a execução visual decepciona, apresentando pouca movimentação e cenários mal detalhados.
Os personagens são mal introduzidos: não há construção que faça o espectador se envolver emocionalmente. Fora a protagonista que possui um esforço maior em cativar, eles parecem rasos, pouco cativantes e até mesmo estereotipados.
Algumas questões e críticas sociais são apresentadas no episódio, como o machismo e problemas emocionais. Todavia a má execução do episódio resulta na superficialidade da abordagem dos temas.
Em alguns momento o episódio, ao invés de prender, provoca irritação, por uso de mal‐entendidos, situações forçadas ou convenções que soam clichê. Esse afastamento é um problema, pois para que o espectador continue, precisamos de engajamento desde o início.
Em suma: mesmo com boas ideias, o primeiro episódio ainda não vende a obra ao telespectador. Fica a sensação de boa premissa, mas má execução.
Considerações Finais
Se você curte cultura geek, jogos indie, desenvolvedoras e o universo gamer, Let’s Play pode te interessar, entretanto se você busca um anime com execução sólida desde o primeiro episódio com animação de qualidade, personagens cativantes e trama envolvente, este episódio inaugural provavelmente irá te frustrar. A obra tem um boa premissa, mas peca na execução, talvez os próximos episódios possam aumentar o nível, ainda que eu já não tenha esta expectativa.
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