Alien: Romulus, um Retorno às Raízes do Medo e da Ficção Científica!
Título: Alien: Romulus (Original) |
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Ano de Produção: 2024 |
Dirigido Por: Fede Alvarez |
Estreia: 15 de Agosto de 2024 ( Brasil ) |
Duração: 119 minutos |
Classificação: 16 – Não recomendado para menores de 16 anos |
Gênero: Ficção Científica Terror |
País de Origem: Estados Unidos da América Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte |
Sinopse: Enquanto vasculham as profundezas de uma estação espacial abandonada, um grupo de jovens colonizadores espaciais se depara com a forma de vida mais aterrorizante do universo. |
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Alien: Romulus chega aos cinemas como um nostálgico retorno às origens de uma das franquias mais icônicas do cinema. Dirigido por Fede Álvarez, o filme se destaca por conseguir resgatar a essência do horror e da ficção científica que fizeram de Alien uma referência no gênero, ao mesmo tempo em que traz uma visão contemporânea e instigante.
Logo de início, a ambientação do filme se mostra um acerto. A tecnologia apresentada em Alien: Romulus é suja, gasta, e propositalmente datada, remetendo aos clássicos Alien, o Oitavo Passageiro (1979) e Aliens, O Resgate (1986). Esse cuidado com o design é essencial para criar a sensação de continuidade dentro do universo da franquia, fazendo com que os espectadores mais antigos se sintam em casa.
Outro ponto forte é a caracterização dos protagonistas. Diferente dos últimos prequels, que se distanciaram do conceito de “gente comum”, aqui voltamos a ver tripulações de origem humilde, um aspecto que sempre foi crucial nos primeiros filmes da saga. Essa escolha torna os personagens mais críveis e aumenta a tensão, pois o perigo é sentido de forma mais visceral.
A crítica social, embora sutil, é outro destaque de Alien: Romulus. A empresa Weyland, sempre presente no universo de Alien, ganha um retrato mais aprofundado e cruel. A visão quase cyberpunk das colônias e dos trabalhadores explorados pela corporação adiciona camadas à narrativa, mostrando como o lucro e a desumanização andam lado a lado em um futuro distópico.
A construção de tensão ao longo do filme é primorosa. Como nos filmes anteriores, a luta contra o xenomorfo é praticamente impossível (eu disse praticamente, nao se esqueçam disso); a sobrevivência depende mais da fuga e do esconderijo. Álvarez, inspirado pelo jogo Alien: Isolation, consegue recriar a atmosfera claustrofóbica e aterrorizante que faz o espectador prender a respiração em diversas cenas.
As referências aos clássicos da franquia são abundantes e bem colocadas, seja na aparência e comportamento dos androides, seja em diálogos que ecoam momentos icônicos de Ripley, ou nas experiências genéticas que remetem a Alien – A Ressurreição (1997). Contudo, é aqui que o filme se arrisca a caminhar numa linha tênue: enquanto a maioria dessas homenagens é eficaz, algumas referências ao quarto filme soam mais como reciclagem do que como tributo, o que pode dividir opiniões um pouco.
Embora Alien: Romulus traga muitas qualidades, é inegável que não conta com uma protagonista tão marcante quanto a Ripley de Sigourney Weaver, o que seria uma tarefa quase impossível. No entanto, a atuação de David Jonsson como Andy merece destaque. Jonsson oferece uma performance cativante, alternando com maestria entre o frio e objetivo android atualizado e o lado mais sensível de um androide que se preocupa genuinamente com Rain como um irmão. Essa dualidade adiciona camadas ao personagem e traz uma profundidade emocional inesperada ao filme.
No fim, o longa encapsula tudo o que há de melhor na franquia, resultando em uma experiência cinematográfica que agradará tanto aos fãs de longa data quanto aos novos espectadores. Alien: Romulus é, em última análise, uma celebração de tudo o que tornou Alien inesquecível.
Crítica por Luana Mello