“Ainda Estou Aqui” estreia nos cinemas em 7 de novembro, e já está gerando discussões acaloradas. O filme é dirigido por Walter Salles e estrelado por Selton Mello e Fernanda Torres. Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, a trama narra a jornada de Eunice Paiva (interpretada por Torres) após o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva (Selton Mello), durante a ditadura militar no Brasil.
Título: Ainda Estou Aqui (Original) |
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Ano de Produção: 2024 |
Dirigido Por: Walter Salles |
Estreia: 7 de Novembro de 2024 ( Brasil ) |
Duração: 136 minutos |
Classificação: Não recomendado para menores de 14 anos |
Gênero: Drama Nacional |
País de Origem: Brasil |
Sinopse: Ainda Estou Aqui, inspirado no romance autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, que aborda o assassinato do ex-deputado Rubens Paiva, em 1971, durante a ditadura militar. |
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Época de Pura Tensão
Com uma duração de 2h10m, o filme se divide de maneira intrigante. Os primeiros 40 minutos são dedicados a estabelecer o cotidiano da família, proporcionando um mergulho profundo na vida dos personagens. Esse período inicial, embora essencial para a construção da narrativa, pode parecer lento para alguns espectadores. No entanto, é um prelúdio necessário para os 35 minutos seguintes de pura tensão e mistério, caracterizados por um terror psicológico intenso que pode evocar fortes emoções, especialmente para aqueles que viveram durante a época retratada, em pleno regime militar no início dos anos 70.
Um Segundo Ato Fora de Ritmo
A segunda metade do filme alterna entre momentos de intenso drama e cenas mais arrastadas. Embora essa mudança no ritmo possa incomodar alguns, não chega a comprometer o impacto geral da obra. Tecnicamente, o filme brilha com uma montagem coesa, uma direção precisa e atuações memoráveis. Selton Mello mais uma vez demonstra seu talento excepcional, enquanto Fernanda Torres entrega uma performance surpreendentemente forte em um drama, destacando sua evolução como atriz.
Cores vibrantes
A fotografia é deslumbrante, capturando com precisão as características de época, embora haja algumas pequenas falhas na continuidade. Alguns momentos “glauberísticos” de filmagens em super 8 pela personagem adolescente trazem bem a memória nostálgica de época. Um lapso de 25 anos é retratado sem sinais de envelhecimento natural em alguns dos personagens, enquanto outro de 10 anos mostra mudanças drásticas. Apesar dessas discrepâncias, elas não comprometem a fluidez da história.
Sons fora de Série
Um dos destaques inesperados do filme é a escolha da trilha sonora. Fugindo do óbvio, a seleção de músicas “Lado B” surpreende e enriquece a experiência, diferenciando o filme de outras produções do gênero. Tanto músicas nacionais quanto internacionais diferenciadas, e pequenas menções à artistas da época, compõem bem o filme. Há algumas cenas em que falta um som para ficar melhor, mas, não tiram o impacto da história.
Veredicto Final
No geral, “Ainda Estou Aqui” é um filme historicamente rico, com momentos de ritmo irregular, mas que oferece uma narrativa poderosa e performances notáveis. É uma obra que merece ser vista, não só pelo seu valor histórico, mas também pela qualidade cinematográfica.