ADORE | Confira nossa review

Sim, você pode adorar ADORE!

 

O estúdio brasileiro Cadabra Games é motivado a criar experiências inovadoras, e com toda certeza ADORE é extremamente criativo. À primeira vista você pode até pensar se tratar de mais um jogo de captura de criaturas que usa a mesma fórmula batida, mas esse não é o caso. Vem descobrir o porquê!

Salve Draknar

Um mal assola Gaterdrik desde que o Deus das criaturas – Draknar – foi morto. As criaturas foram amaldiçoadas! Porém existe uma esperança, um jovem adorador chamado Lukha que recebeu a última centelha da chama de Draknar.

Cabe a Lukha entrar então numa jornada para ressuscitar o Deus das criaturas enquanto descobre diversos segredos e mistérios desse mundo. Munido de um cajado e boa vontade, devemos aprender a dominar criaturas para vencer os obstáculos em nosso caminho.

ADORE possui interface e legendas em PT-BR. O jogo não possui uma narrativa audível, porém tudo é representado por meio de belas ilustrações ou diálogos presentes na tela.

O poder do cajado

Se em Pokémon temos uma Pokébola, em ADORE usamos é um cajado. O sistema de dominar criaturas é simples, num confronto direto você deve pressionar o botão de captura e se posicionar na direção em que o leque que aparecerá na tela aponta, conseguindo permanecer nesse ponto ideal até a cor verde ser preenchida, o jogador conseguirá capturar a criatura.

Claro que para isso, você deve possuir partículas de Gaterdrik encontradas pelos mapas da região e quão maior for o potencial da criatura, mais partículas você precisará. Enfraquecer a criatura tornará o desafio mais fácil, mas o desafio está em não morrer no processo, já que você precisa estar razoavelmente próximo a elas.

É através do cajado que você também poderá evocar as criaturas, direcionar o ataque e também chamá-las de volta.

As criaturas

Existem 39 criaturas no total, ou pelo menos é o que o bestiário revela e essas são divididas em 5 classes: Beast, Arcane, Nature, Mystic e Dragon. Tendo cada criatura uma aparência e características próprias. Lukha pode viajar com quatro delas, e as demais podem ser alojadas no Santuário dos Adoradores, um local na vila onde você pode liberar espaços em troca de fragmentos encontrados em sua jornada.

No processo de capturar criaturas você também obtém a essência do tipo dela, e com essa essência é possível criar sinergias entre elas. Como assim? Você pode criar uma espécie de vínculo entre as criaturas, onde uma se beneficia com a ação da outra, permitindo criar equipes fortes e estruturadas.

ADORE também conta com criaturas lendárias que podem ser capturadas, essas são muito mais fortes e possuem uma vasta vida. Inclusive com o especial cheio, algumas delas permitem servir de montaria para Lukha.

Com fé eu vou…

Em Gaterdrik existem 5 regiões diferentes com trilha sonora e ambientação próprias que podem ser acessadas através de um portal na vila em que você reside. Cada qual bem bonitinha a sua maneira. Toda região possui uma lista de objetivos próprios que podem variar a cada jogada, esses objetivos giram em torno de: Derrotar uma criatura lendária, eliminar todas as criaturas amaldiçoadas, ativar mecanismos, vencer outro adorador, etc.

Durante sua campanha, um ponto de exclamação indicará a posição do objetivo da história, mas nada impede Lukha de ir para outro lugar atrás de algum item, dinheiro ou criatura. Em ADORE você também encontra pergaminhos que dão acesso a expedições que são missões maiores reunindo duas ou mais regiões.

ADORE deixa o jogador livre para fazer o que quiser, inclusive trocar o nível de profundidade – dificuldade – para voltar em regiões mais tranquilas.

A Vila

Como já mencionada, a Vila concentra o Santuário dos Adoradores e um portal que dá acesso as regiões. Mas é nela também que existem os NPCs que o ajudarão em sua jornada, não apenas lhe fornecendo missões, mas contribuindo com suas aptidões.

• A cozinheira pode criar pratos com os itens que você encontrar, além de sempre ter disponível o prato do dia.
• O vendedor identifica e vende artefatos que você mesmo encontrou – achei maldade. Além de ser capaz de aprimorá-los e modificá-los.
• A domadora é quem te auxilia na criação de sinergias, e no pós-jogo, auxiliará também nas caçadas.

Adorando a jogabilidade

ADORE conta com uma jogabilidade simples, intuitiva e fluída. Lukha possui 2 barras de vigor, e você usa uma delas para cada criatura evocada. Dessa forma durante os confrontos, o jogador precisará dividir a sua atenção entre evocar criaturas para o ataque e ao mesmo tempo desviar dos inimigos e seus projéteis para não ser atingido.

Quando uma criatura perde completamente sua vida, ela fica amaldiçoada e com isso ao utilizá-las quem perderá vida é o próprio Lukha. Já se o Lukha perder a vida, aí você volta pra vila e perde todo seu dinheiro e itens encontrados naquele mapa, é um pouco punitivo, o que torna o desafio interessante – mas você ainda pode recuperar o que perdeu, como um bom jogo Soulslike.

Em ADORE os mapas são formados de forma aleatória, e para avançar para a próxima área você deve sempre derrotar todas as criaturas. Algo que deixa o jogo ainda mais fluído, é o fato de você poder se teletransportar para qualquer lugar explorado após liberar a área.

ADORE: Vale a pena?

ADORE usa e abusa da criatividade para criar diversos objetivos usando os mesmos elementos, o que surpreende bastante e leva sua campanha a durar em torno de 10 à 15 horas. No entanto, o jogo não acaba assim tão fácil, existe um pós-jogo com ainda mais desafios e missões de história que liberam novas criaturas, mapas, dificuldades e itens equipáveis.

Custando apenas R$53,90 e possuindo menos de 1GB é impressionante o capricho da Cadabra Games em fornecer tanto conteúdo. ADORE vale sim a experiência, mas é um jogo voltado para quem gosta de capturar criaturas e não liga de repetir os mesmos feitos por diversas vezes.

Curiosidade: Não existe nenhuma integração com os atributos do DualSense, o que decepciona um pouco. Já que escutar um efeito sonoro no controle ou sentir a vibração nas batalhas, poderia ter aumentado sua imersão.

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Eu não escolhi esse caminho. O caminho, ele me escolheu. Leia mais aqui!