Inúmeras são as histórias sobre lutadores de boxe no cinema. Dentre elas, podemos destacar Rocky, Touro Indomável, Ali e Menina de Ouro. Contudo, nenhuma me tocou tanto quanto A Luta de uma Vida.
Título: A Luta de Uma Vida |
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Ano de Produção: 2020 |
Dirigido Por: Barry Levinson |
Estreia (Brasil): 8 de setembro de 2022 |
Duração: 129 minutos |
Classificação: 18 anos |
Gênero: Biografia, Drama e Esporte |
País de Origem: Canadá, Hungria e Estados Unidos |
Sinopse: Em resumo, Harry sobrevive aos horrores dos campos de concentração na Segunda Guerra Mundial motivado pelo amor. Levado a lutar no cárcere, ele se torna um boxeador depois de fugir e chegar à cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos. |
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Sobre a história:
Em síntese, o filme conta com duas histórias. Em primeiro lugar, em meio ao Holocausto da Segunda Guerra Mundial, o polonês Harry Haft (Ben Foster), ao ser prisioneiro no campo de concentração, foi obrigado a lutar boxe até a morte contra os seus para sobreviver. Sua única esperança era reaver o seu primeiro amor, Leah Krichinsky (Dar Zuzovsky).
Já a outra história, é a vida de Harry, após a Segunda Grande Guerra, nos Estados Unidos como boxeador profissional, que busca no esporte um meio de encontrar a sua namorada perdida. Tanto que conta a sua história a um jornalista, para que seja publicada e, assim, possa lutar com o famoso Rocky Marciano com intuito de que ela o encontre. E ele o faz, sem medo de que seus amigos judeus possam a vir o rechaçar.
Sobre a técnica:
Para situar o espectador, o filme se utiliza da tela em preto e branco para os trágicos momentos do Holocausto. Artifício, inclusive, já utilizado em outros produções com o mesmo tema.
Contudo, a caracterização de Ben Foster é tamanha, que mesmo sem a utilização da ferramenta, é notória a diferença de Harry nos campos de concentração com o seu tempo na América. Isso porque, o ator teve que emagrecer quase 30kg para o papel, que aliás, ouso dizer, é um dos melhores da sua carreira.
O longa não teme em mostrar os horrores do campo de concentração, desde os gritos das pessoas nas câmaras de gás, os corpos desnudos de homens e mulheres mortos e as violências sofridas pelos prisioneiros.
Ou seja, tudo é demasiadamente sofrível! Principalmente, quando você vê vários guardas alemãs se divertindo quando dois amigos judeus são obrigados a lutar até a morte e o amigo pede que Harry o faça, porque não quer ser morto por aqueles que o mantiveram prisioneiro. É excruciante ver que, mesmo assim, esse amigo pede que Harry ore por ele antes da morte. Para mim, foi uma das partes mais tristes de todo o longa. É a política do pão e circo da maneira mais vil que você possa imaginar.
A Luta de Uma Vida, aliás, mostra que ainda que os judeus tenham se libertado do Holocausto, há traumas que sempre irão segui-los, pois é de tocar o coração os gatilhos que Haft sofre quando se lembra de algo do seu triste passado, desde fogos de artifício a passar uma noite com uma mulher.
Sobre o Elenco:
O elenco de A Luta de Uma Vida é primoroso. Como dito acima, Harry Haft foi o melhor papel, até o momento, de Ben Foster, o qual entrega todo trauma, fúria, incerteza e medo pelo qual passa seu personagem.
No entanto, há dois elementos que me incomodaram em seu Harry Haft. Primeiro, o seu sotaque bastante carregado; que após uns 10 minutos de filme, você até acaba se acostumando.
Já o segundo elemento, cuja técnica não tem nada a ver com o referido ator, foi a maquiagem. Infelizmente, esta me perturbou, pois, em muitos casos deixou a desejar e dificultou até a transmissão dos sentimentos, devido à “trava” que fez nas feições do autor.
Igualmente, Vicky Krieps traz a serenidade e sensibilidade para a sua Miriam Wolfsoniker. A propósito, vê-la nas telas é um alento tanto para o espectador quanto para o protagonista.
Entretanto, nenhum ator dessa obra, ainda, possui a maturidade de Danny DeVito. É importante dizer que, ainda que sua participação seja mínima no filme, a sua interpretação como Charley Goldman é tão marcante que transmite a ótima sensação de que ele esteve desde o início do longa-metragem.
Veredicto: A Luta de Uma Vida
Sem medo de mostrar as tragédias do Holocausto e suas repercussões em relação aos traumas sofridos por milhares de judeus na Segunda Guerra Mundial, A Luta de Uma Vida é um excelente filme, que nos mostra até que ponto podemos chegar pela sobrevivência.
Até mais, e Obrigado pelos Peixes!