ESPECIAL TG | Rival Schools: 10 curiosidades sobre a franquia

Rival Schools, conhecido como “Justice Gakuen (Justice Academy)” no Japão, é uma série de jogos de luta 3D desenvolvidos pela Capcom. Os jogos lembram mangás e animes de artes marciais em um ambiente escolar, com foco em alunos e professores de várias escolas de ensino médio lutando em uma grande batalha para desvendar uma série de sequestros e ataques misteriosos em torno de seus campi e levar os responsáveis à justiça. Em abril, o último título lançado da franquia, ainda no Dreamcast, comemorou 25 anos, e por conta disso, decidimos reunir 10 curiosidades sobre a franquia “esquecida” pela Capcom:


s1 – Rival Schools começou a ser desenvolvido quando o designer da série Hideaki Itsuno queria fazer um jogo de luta baseado em polígonos em 60 fps. Como o jogo de luta 3D anterior da empresa Star Gladiator já estava configurado para 30 fps, por causa de coisas como efeitos de espada e cenários, a equipe de desenvolvimento não excedeu as limitações do hardware de arcade.

2 – Assim como muitos games das décadas de 1980 e 90, Rival Schools foi lançado primeiramente nos arcades e em seguida nos consoles domésticos, no caso o PlayStation 1. A versão do jogo para PlayStation vinha em dois CDs. O primeiro disco incluia o jogo de arcade original e os modos clássicos inclusos na maioria dos jogos de luta padrão. A Capcom aprimorou o jogo com uma introdução e encerramentos em anime, além de adicionar voz nos diálogos do modo história. O port também adicionou dois novos personagens, Hayato Nekketsu (um professor de educação física temperamental) e Daigo Kazama (o irmão mais velho de Akira, líder de uma gangue adolescente, que era um personagem coadjuvante não jogável na versão arcade). O segundo disco, chamado de Evolution disc, inclui vários minigames baseados em algumas das atividades dos alunos e o modo “Nekketsu Seisyun Nikki”, um modo de criação de personagem na forma de um simulador de namoros. O modo trata-se de uma espécie de RPG-lite no qual você cria um personagem custom, seleciona a escola e clubes específicos para ele entrar e, em seguida, parte em um modo de campanha, passando por um ano letivo inteiro típico japonês, que envolve lidar com os outros personagens, lutar com eles e geralmente viver no universo de Rival Schools. Ao longo desse tempo, o personagem customizado pode desenvolver amizades com qualquer um dos personagens nas várias escolas, o que permitia adicionar movimentos personalizados ao personagem criado, além de aprimorar o backstory revelando detalhes sobre os personagens já existentes. Uma vez que o personagem conclui o ano letivo, a recompensa são estatísticas aumentadas para o seu personagem customizado, com ele podendo ser usado em qualquer um dos modos de luta normais, exceto para o Arcade. As versões americana e europeia do game eliminaram vários minijogos relacionados a esportes, bem como o modo “Nekketsu Seishun Nikki”, cuja remoção foi bastante estranha, considerando que foi a principal razão para o disco “Evolution” existir. As versões ocidentais incluíram os personagens customizáveis, mas de forma pré-definida pela própria equipe, com nomes genéricos, podendo serem selecionados na tela de escolha de personagens dos demais modos.

3 – A Capcom traduziu a maioria dos jogos do Evolution Disc para a localização em inglês e planejou incluir o modo de criação de personagem (rebatizado como “School Life”) também, mas infelizmente mais tarde abandonou o modo de criação de personagem, culpando a quantidade de tempo que demandaria para traduzir do japonês para o inglês. O resto dos modos extras apresentados no disco Evolution ainda estavam inclusos nas versões ocidentais.

4 – O jogo originalmente se chamaria “Justice Fist”, e a história inicial era que lutadores de todos os países se reuniriam para decidir quem era o mais forte. Itsuno redigiu o documento de design da ideia e o mostrou a vários colegas de trabalho, mas depois de uma resposta morna, ele decidiu basear-se em algo que as pessoas tivessem interesse e entendessem, e optou por um ambiente escolar, por ser uma experiência e ambiente familiar a todos.

5 – Nekketsu Seisyun Nikki 2: em 1999 no Japão, a Capcom lançou uma atualização do game original, exclusiva para o PlayStation (Shiritsu Justice Gakuen: Nekketsu Seisyun Nikki 2, algo traduzido como ‘Academia de Justiça Privada: Diário do Espírito de Luta 2′”) O jogo apresentava dois personagens adicionais, Ran Hibiki, da Taiyo High School, e Nagare Namikawa, da Gorin High School, bem como uma nova versão do modo simulador de escolas “Nekketsu Seisyun Nikki”, que apresentava minijogos adicionais e mais desenvolvimentos de enredo sobre a versão japonesa original de Shiritsu Justice Gakuen.

6 – Project Justiçe: sequência do game original, Project Justice (Moero! Justice Gakuen no Japão), foi lançado em 2000 no Japão e em 2001 nos Estados Unidos e na Europa para fliperamas e Sega Dreamcast. Em comparação com Rival Schools, Project Justice apresentou equipes de 3, adicionando ataques combinados de três pessoas e a capacidade de interromper e parar os ataques combinados de 2 pessoas. Como o jogo anterior, Project Justice incluiu um modo de criação de personagem que veio na forma de um jogo de tabuleiro virtual. Este modo de criação também nunca foi lançado fora do Japão devido novamente a problemas de localização.

7 – O dublador do antagonista Hyo Imawano, Kaneto Shiozawa, faleceu durante a produção de Project Justice, coincidindo com a história do próprio jogo, em que Hyo morre no final. Shiozawa faleceu após cair de uma escada em sua residência durante a madrugada, o que resultou em uma contusão cerebral. O dublador chegou a ser hospitalizado, mas não resistiu.

8 – Os games da franquia até então não tinham visto um relançamento. Aparentemente, existem alguns problemas legais com os dubladores e músicos, gerando burocracia. Especificamente, eles têm direito a royalties de qualquer versão relançada do jogo, sendo que a Capcom possivelmente perdeu contato com um bom número deles (e alguns pararam de trabalhar na indústria completamente). O relançamento do PSOne Classics, para a PS Store, obrigou a Capcom a entrar em contato com várias empresas para renegociar esses direitos; algumas dessas empresas nem mesmo são mais as donas desses sons e vozes. Felizmente, a Capcom finalmente trouxe ao menos o 2º game da franquia para a luz do sol novamente, de alguma forma.

9 – Personagens de Rival Schools fazem eventualmente aparições em outros jogos da Capcom:

  • Fora dos jogos Rival Schools, Kyosuke também é um personagem jogável em Capcom vs. SNK 2: Mark of the Millennium 2001. Kyosuke também apareceu como uma carta no modo Heroes and Heralds de Ultimate Marvel vs. Capcom 3.
  • Batsu apareceu em Project X Zone, jogo de Nintendo 3DS, como uma Solo Unity. Ele também é um personagem jogável em Tatsunoko vs. Capcom: Cross Generation of Heroes / Ultimate All-Stars, game de Nintendo Wii. Ele faz uma participação especial em Ultimate Marvel vs. Capcom 3 no final de Punho de Ferro e também aparece como uma carta no modo Heroes & Heralds. Batsu também tem uma participação especial com Hinata em Capcom vs. SNK 2, auxiliando Kyosuke durante seu Final “Symphony Remix Super Combo”.
  • Hinata fez uma pequena aparição no final da Felicia em Capcom Fighting Evolution, que também poderá ser conferido no vindouro Capcom Fighting Collection 2. Sua mais recente participação foi no cenário DLC de Street Fighter V, na Praia Kanzuki. Ela é vista ao fundo junto com Tiffany.
  • Hideo e Kyoko apareceram como personagens jogáveis no RPG de estratégia Namco ✕ Capcom. Eles aparecem pela primeira vez para defender os alunos da Justice High de Janga, da série Klonoa. Hideo também apareceu como uma carta no modo Heroes and Heralds em Ultimate Marvel vs. Capcom 3.
  • Akira foi uma das personagens DLC da 5a temporada de Street Fighter V.

10 – Hideaki Itsuno expressou interesse em continuar a série desenvolvendo um terceiro game da franquia. Infelizmente, ele deixou a Capcom em 2024, fazendo isso sem concluir seus sonhos de desenvolver Rival Schools 3, Capcom vs. SNK 3 e outros jogos de luta em um momento em que o potencial para sequências/revivals parece maior do que nunca. Embora seja mais conhecido por dirigir Devil May Cry e Dragon’s Dogma, suas origens na Capcom remontam a mais de 30 anos, quando ele praticamente planejou, projetou e dirigiu jogos de luta exclusivamente durante a primeira fase de sua carreira. Itsuno se juntou à Capcom por volta de 1994 para fazer Street Fighter Alpha: Warriors’ Dreams e depois Star Gladiator, quando a empresa estava buscando expandir para o espaço 3D além de seus sprites 2D característicos. Ele liderou o desenvolvimento de Rival Schools, Power Stone, JoJo’s Bizarre Adventure, Capcom vs. SNK, Project Justice, Power Stone 2 e, finalmente, Capcom vs. SNK 2, embora também seja creditado por ajudar em Marvel vs. Capcom 2 e Street Fighter 4. “Quero criar um novo [Rival Schools] agora mesmo”, disse ele em um artigo de 2016. “Batsu, Hinata e Kyosuke ainda não se formaram. Eles começaram o terceiro ano bem quando a história terminou.” “Se me permitissem, adoraria fazer Rival Schools 3, adoraria fazer Dragon’s Dogma 2, Capcom vs SNK 3, Street Fighter Alpha 4, Power Stone 3…”, disse Itsuno há seis anos . “Se eu pudesse, até Street Fighter 6 seria incrível. Mas o grande… aquele que precisamos resolver é Rival Schools…”. E então veio sua saída inesperada da Capcom, o que basicamente jogou tudo isso pela janela. Agora, se Capcom vs. SNK ou Rival Schools 3 acontecer, será sob uma nova liderança, e isso é um pouco triste.

Project Justice, Capcom Fighting Evolution e Star Gladiator podem ser conferidos no vindouro Capcom Fighting Collection 2 que será lançado em 16 de maio de 2025 para PS4, Xbox One, Switch e PC via Steam.

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