Karma: The Dark World | Confira nossa review

Karma
Ficha Técnica
Desenvolvido por: POLLARD STUDIO LLC
Publicado por: Wired Productions, Gamirror Games
Gênero:: Terror
Série:Karma: The Dark World
Lançamento: 27 de março de 2025
Classificação indicativa: 16 anos
Modos: um jogador
Disponível para: PS5, PC e Xbox Series S|X

 

História

Karma: The Dark World mergulha o jogador em uma realidade distorcida, onde memória, identidade e trauma se entrelaçam em uma narrativa psicológica densa. Você assume o papel de um agente que trabalha para uma misteriosa organização, encarregado de invadir mentes humanas em busca de informações. A história se passa em uma sociedade totalitária futurista que vigia e controla os cidadãos de forma implacável, como uma mistura de 1984 e Inception.

A narrativa é fragmentada, com saltos entre memórias distorcidas, visões surreais e realidades sobrepostas. O enredo é propositalmente ambíguo, obrigando o jogador a montar o quebra-cabeça por si mesmo. Não há respostas fáceis, e o jogo exige atenção total aos detalhes para compreender as motivações por trás dos eventos.

Esse enfoque psicológico é um dos pontos fortes do jogo, mas também pode afastar quem prefere narrativas mais diretas. O tom é sempre sombrio, com temas pesados como repressão, culpa, identidade e perda.

Jogabilidade

Karma é um jogo em primeira pessoa com foco na exploração e resolução de enigmas. Não há combate tradicional — o desafio está em interpretar os ambientes, interagir com objetos e avançar por caminhos muitas vezes abstratos, alterando a própria realidade da mente invadida.

O ritmo é deliberadamente lento, priorizando a tensão psicológica e a descoberta gradual de verdades ocultas. Puzzles ambientais são o núcleo da experiência, e alguns deles exigem observar padrões sutis ou manipular objetos de formas não convencionais. A influência de jogos como Layers of Fear, Observer e The Medium é evidente, mas Karma consegue se destacar com seu próprio estilo.

Por outro lado, a falta de objetivos claramente definidos e a natureza fragmentada dos cenários podem gerar frustração. O jogo aposta na confusão como ferramenta narrativa, o que pode confundir tanto quanto fascinar.

Ambientação

A ambientação é o coração de Karma: The Dark World. Cada cenário parece saído de um pesadelo distorcido, com arquitetura brutalista, ruínas decadentes, salas deformadas e elementos surreais — como portas flutuantes, corredores infinitos e espaços que desafiam a lógica. O jogo brinca constantemente com a percepção do jogador, criando momentos desconcertantes e altamente simbólicos.

As influências visuais vão de Silent Hill a obras do expressionismo alemão, com forte uso de sombras, distorções visuais e transições repentinas de ambiente. A paleta de cores fria e desaturada reforça o tom opressivo e melancólico da narrativa.

Os ambientes não apenas compõem o cenário: eles são parte da história. Cada canto revela algo sobre a psique dos personagens, como se o próprio mundo do jogo fosse uma metáfora viva da mente humana fragmentada.

Aspectos Técnicos

Visualmente, Karma impressiona com sua direção de arte única e detalhamento minucioso. O jogo roda na Unreal Engine 5, o que se traduz em belos efeitos de iluminação, sombras realistas e texturas de alta qualidade. Algumas cenas são verdadeiramente cinematográficas, com uso criativo de câmera e iluminação dinâmica.

A trilha sonora é minimalista e atmosférica, com tons dissonantes que aumentam o desconforto e imersão. Os efeitos sonoros, como sussurros, rangidos e sons metálicos, são usados com maestria para manter o jogador em constante tensão.

No entanto, o desempenho pode variar. Em algumas máquinas, há relatos de stuttering, especialmente durante transições de ambiente e carregamentos sutis. Além disso, a interface do jogo é simples, mas em certos momentos, a falta de feedback pode dificultar a interação com puzzles ou objetos.

Vale a Pena?

Karma: The Dark World não é um jogo para todos. Ele exige paciência, atenção aos detalhes e disposição para enfrentar temas perturbadores em uma narrativa obscura e fragmentada. É uma experiência mais próxima de um filme de terror psicológico do que de um jogo tradicional.

Se você aprecia jogos como Silent Hill 2, Observer, What Remains of Edith Finch ou The Medium, encontrará em Karma uma experiência memorável, desafiadora e artisticamente rica. Mas se busca ação, narrativa linear ou sistemas de progressão tradicionais, talvez se frustre com o ritmo e a proposta abstrata.

Teoria Geek agradece a POLLARD STUDIO LLC pela cópia de imprensa disponibilizada gratuitamente para PC para a elaboração desta análise.