Persona 3 RELOAD | Confira nossa review

Ficha Técnica

Desenvolvido por: ATLUS
Publicado por: SEGA
Gênero:: JRPG
Série: Persona
Lançamento: 02 de fevereiro de 2024
Classificação indicativa: 16 anos
Modos: Single-player
Disponível para: Playstation 4/5, Xbox Series S|X, Windows

Meu primeiro encontro com a série Persona ocorreu em 2010, quando mergulhei no original do PlayStation 2: Persona 3. Desde então, virei fã da série. Portanto, fiquei extremamente empolgado ao saber que o jogo que me iniciou na série receberia um remake. No entanto, também estava um pouco apreensivo sobre as mudanças que a ATLUS poderia fazer, especialmente considerando a influência de Persona 5, o maior sucesso da franquia até então, Neste review, iremos explorar Persona 3 Reload minuciosamente para determinar suas melhorias em relação ao original. 

Uma fantasia moderna

Persona 3 Reload nos introduz ao nosso protagonista, cujo nome é determinado pelo jogador. A história se inicia quando o protagonista chega à Ilha Portuária de Tatsumi, uma cidade japonesa moderna que serve como o principal cenário do jogo. Nós assumimos o papel de um estudante transferido que passará um ano frequentando o colégio Gekkoukan e residirá em um alojamento estudantil junto com outros colegas de escola.

Este é o cenário principal onde a maioria dos acontecimentos do jogo se desenrola. Contudo, Ilha Portuária de Tatsumi é assolada por um fenômeno paranormal conhecido como Hora Sombria, que se desencadeia à meia-noite. Durante esse período, os cidadãos da cidade são petrificados, transformados em caixões, com exceção do nosso protagonista, que não é atingido por essa condição. Dotado dessa habilidade única, somos recrutados por Mitsuru Kirijo para integrar o grupo SEES (Specialized Extracurricular Execution Squad), somos então ensinados a utilizar Personas na luta contra as entidades chamadas de sombras que emergem apenas durante a Hora Sombria.

A narrativa se desenrola principalmente por meio de diálogos entre os personagens, adotando um estilo visual novel, complementado por ocasionais CGI e animações que destacam momentos cruciais do jogo. A trama é excepcional, mantendo a intriga em torno da Hora Sombria ao longo de toda a experiência. 

O elenco de personagens, tanto principais quanto secundários, desempenha um papel vital na condução da história, contribuindo com diálogos cativantes, questionamentos profundos e teorias intrigantes sobre os eventos envolvendo a Hora Sombria. Essa dinâmica mantém os jogadores constantemente envolvidos, ansiosos para descobrir a próxima peça do quebra-cabeça que esclarecerá todos os mistérios por trás desses acontecimentos.

Um combate ágil

Após dominarmos o uso de nossas Personas em combate, o grupo SEES se reúne para avançar em sua investigação sobre a Hora Sombria: explorar o Tártaro. Durante esse período, o colégio Gekkoukan se transforma em uma imponente torre conhecida como Tártaro, que serve como nossa principal dungeon. Esta torre colossal é composta por 264 andares, cada um apresentando uma ambientação distinta que se torna progressivamente mais sombria, transformando-se em um labirinto vasto.

Apesar da renovação visual que o Tártaro recebeu, a sensação permanece a mesma do jogo original: longos corredores com layouts semelhantes em vários andares, o que é lamentável, considerando a oportunidade que a ATLUS tinha de aprimorar, diversificar e tornar a exploração dos blocos do Tártaro menos monótona e cansativa. Outro aspecto que contribui para a sensação de repetição são os inimigos; cada bloco apresenta uma seleção bastante limitada, resultando em rápida saturação. Acredito que investir em uma variedade de mecânicas e inimigos diferentes teria dado um novo ânimo a dungeon.

Por outro lado, o sistema de combate foi aprimorado significativamente, o que torna ainda mais emocionante os encontros com inimigos e chefes. Agora, temos a capacidade de correr pelo Tártaro, acelerando a exploração dos andares repetidos. Além disso, podemos controlar os membros do grupo, ampliando nossas opções estratégicas. Foram introduzidas novas mecânicas, como a teurgia, e a opção de passar o turno após explorar a fraqueza de um inimigo, adicionando uma camada adicional de tática ao combate.

O sistema de combate em Persona 3 Reload é baseado em turnos, onde assumimos o controle de uma party composta por 1 a 4 membros. O objetivo principal é identificar as fraquezas dos inimigos e ganhar turnos extras para eliminá-los antes que tenham a chance de contra-atacar. Este sistema é altamente eficiente e mantém o jogador imerso, constantemente experimentando diferentes combinações de personas e membros do grupo para encontrar a estratégia mais eficaz.

Ao final de cada combate, somos recompensados com experiência, que permite o avanço de níveis e a aquisição de novas habilidades, ienes, a moeda do jogo, que possibilita a compra de equipamentos e itens essenciais. Além disso, ocasionalmente, podemos escolher uma carta após o combate para garantir bônus adicionais, aumentando ainda mais a profundidade e a recompensa do sistema de combate.

Muito além do combate

Durante a Hora Sombria, assumimos o papel de caçadores de sombras, desvendando mistérios e enfrentando desafios. No entanto, Persona 3 Reload vai além disso. O jogo apresenta mecânicas sociais que oferecem benefícios significativos ao combate. Durante o dia, quando não estamos lutando contra as sombras, temos a oportunidade de interagir com diversos personagens, tanto principais quanto secundários, a fim de fortalecer nossos vínculos sociais.

Esses vínculos sociais proporcionam bônus de experiência na criação de novas Personas. Os personagens secundários dos vínculos sociais abrangem uma variedade de personalidades, desde colegas de classe até membros de clubes ou até mesmo um casal que administra uma loja de livros no centro comercial da cidade. Cada um deles possui um arco de história único, alguns emocionantes e outros bastante divertidos. A interação com esses personagens adiciona profundidade e riqueza à experiência do jogo, tornando-a ainda mais envolvente.

Dedicar tempo aos atributos sociais do seu personagem é igualmente crucial e pode ser feito por meio de uma variedade de atividades, como estudo, karaokê, assistir a filmes com membros do grupo ou ler livros juntos. Estes atributos desempenham um papel vital para desbloquear novos personagens secundários e iniciar vínculos sociais adicionais. Além disso, fortalecer esses atributos concede ao jogador novas opções de diálogo com os personagens secundários, o que pode resultar em situações bastante divertidas e interessantes.

Todos os elementos sociais são cruciais para maximizar os benefícios de suas Personas, as principais ferramentas de combate do jogo. Enquanto os membros do seu grupo estão limitados a uma única Persona, o protagonista tem a capacidade de alternar entre várias opções, que podem ser adquiridas e aprimoradas na Sala de Veludo. Dedicar um tempo na obtenção de novas opções de Persona é essencial para enfrentar os desafios que o jogo apresenta e progredir de forma eficaz.

Arte e perfomance impressionantes

Quero ressaltar os visuais de Persona 3 Reload, que exibem uma arte deslumbrante que se estende desde os menus até a interface de combate do jogo. Tudo é estilizado com uma paleta de cores predominantemente azul e branca, criando um ambiente visualmente agradável que envolve o jogador e proporciona conforto.

Além disso, os gráficos merecem destaque, com modelos de personagens bem elaborados e o Tártaro apresentando uma estética bonita. As animações de invocação de Persona são belíssimas e contribuem para o combate e experiência de jogo. Quanto à performance, é notável o desempenho suave e sem falhas, sem qualquer bug relatado durante minha campanha.

Persona 3 Reload: Vale a Pena?

Sem dúvida! Persona 3 Reload surge como uma versão aprimorada do original, introduzindo diversas mecânicas que melhoram a experiência de jogo e o modernizam. Com uma trama envolvente, personagens cativantes e atividades secundárias empolgantes, o jogo não só enriquece a série Persona, mas também se destaca como um dos melhores da franquia, tudo isso acompanhado da inclusão de legendas em português brasileiro é um ponto adicional positivo.

Entretanto, é válido mencionar que o Tártaro poderia ter recebido um pouco mais de atenção em termos de variedade de andares, mecânicas e inimigos, visando tornar a exploração menos repetitiva e monótona. No entanto, o combate ágil e divertido compensa muito essa falha, garantindo uma experiência geral bastante satisfatória que possui duração estimada de 60 a 80 horas.