Perdida | Confira nossa crítica

Perdida

Romance em tempos de modernidade e transformações em tempos antigos, tudo isso está em Perdida, um filme que se torna uma grata surpresa para o cinema nacional, estrelado por Giovanna Grigio.

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Ficha Técnica
Título: Perdida
Ano de Produção: 2023
Dirigido Por: Katherine Chediak Putnam
Estreia: 13 de julho de 2023
Duração: 115 min
Classificação: Não informado. 
Gênero: Romance. Comédia.
País de Origem: Brasil. 
Sinopse: Sofia (Giovanna Grigio) vive em uma metrópole, está habituada com a modernidade e as facilidades que isto lhe proporciona. Ela é independente e tem pavor a menção da palavra casamento. Os únicos romances em sua vida são os que os livros lhe proporcionam. Mas tudo isso muda depois que ela se vê em uma complicada condição. Após comprar um novo aparelho celular, algo misterioso acontece e Sofia descobre que está perdida no século XIX, sem ter ideia de como ou se voltará. Ela é acolhida pela família Clarke, enquanto tenta desesperadamente encontrar um meio de voltar para casa. Com a ajuda de prestativo Ian (Bruno Montaleone), Sofia embarca numa procura as cegas e acaba encontrando algumas pistas que talvez possam leva-la de volta para casa. O que ela não sabia era que seu coração tinha outros planos…
Baseado no romance homônimo de Carina Rissi.

Uma grata surpresa

Uma verdadeira obra cinematográfica encantadora emerge perante nossos olhos inquietos. “Perdida”, uma criação da Star Productions, baseada em best seller da escritora brasileira Carina Rissi, transporta-nos além das fronteiras do comum e nos envolve em sua trama com elegância e maestria.

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Os efeitos especiais deslumbrantes surpreendem até os mais céticos, transcendendo qualquer expectativa. É difícil acreditar que este trabalho primoroso de efeitos especiais tenha sido produzido em solo brasileiro, tamanho é o seu nível de excelência.

As Aparências Enganam

Logo no início da película, somos apresentados a uma atmosfera envolta em leves indícios de pertencimento ao movimento cultural “Woke”. No entanto, de forma imprevista, mas sutil, o enredo se transforma, revelando-se como um contundente contraponto a esse mesmo movimento, proporcionando-nos uma crítica delicada, porém perspicaz.

Em algum lugar entre o presente, o passado e a fantasia

Nesse contexto fascinante, mergulhamos na história de uma jovem contemporânea que, sem aviso prévio ou justificativas plausíveis, se vê diante de uma figura extraordinária: sua enigmática “Safada Madrinha”. Essa misteriosa entidade confere a ela a oportunidade única de viajar no tempo, transportando-a para um passado similar às obras literárias de Jane Austen, datado do século XIX no Brasil. É nesse cenário romântico e repleto de clichês que nossa protagonista travará uma batalha interna entre suas crenças negativas sobre finais felizes na vida real e seu amor pelos romances.

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“Perdida” nos brinda com uma narrativa cativante e arrebatadora, na qual a protagonista, mesmo nutrindo suas dúvidas sobre os desfechos românticos, permite-se envolver pelo jogo das convenções literárias, brincando com os clichês em busca de um desenlace satisfatório. O filme pode agradar mais aos fãs dos livros da autora, e não ser muito bem visto por quem não curte o estilo de história, mas, tem seu charme e carisma leves que conduzem bem a história.

Detalhes importam

A direção inteligente conduz o público por uma viagem no tempo recheada de detalhes minuciosos que evocam o charme e a elegância dos escritos de Jane Austen. Os cenários pitorescos do Brasil no século XIX são retratados com esmero, transportando-nos para uma época repleta de costumes e etiquetas refinadas.

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“Perdida” é uma verdadeira pérola do cinema contemporâneo, tendo a chance de encantar alguns dos mais exigentes apreciadores da sétima arte. Sua capacidade de mesclar elementos distintos de obras clássicas como “Em Algum Lugar do Passado” de Christopher Reeve e “Noiva em Fuga” de Julia Roberts é digna de aplausos. A fusão harmoniosa dessas referências cinematográficas com o universo literário de Austen torna-se um deleite para os espectadores ávidos por uma experiência única e memorável.

Vivendo e Aprendendo

Com sutileza e maestria, “Perdida” transcende as fronteiras dos gêneros, oferecendo-nos uma narrativa imersiva que nos faz refletir sobre os caminhos que escolhemos e a importância de acreditar na magia dos finais felizes, mesmo quando a realidade parece contradizer nossas esperanças.

Em síntese, “Perdida” é uma obra-prima cinematográfica que merece ser apreciada por seu enredo envolvente, mesmo que simples e com toques leves de humor, personagens cativantes (com participações marcantes de Helio de La Peña e Lucinha Lins) e uma abordagem inteligente sobre os aspectos mais profundos do amor e das convenções sociais. Uma jornada inesquecível por entre a nostalgia literária e a tenacidade da protagonista contemporânea.

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