A Pequena Sereia, um dos clássicos animados da Disney, ganhou sua versão com atores reais, ainda que envolto a várias polêmicas.
Título: A Pequena Sereia |
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Ano de Produção: 2022 |
Dirigido Por: Rob Marshall |
Estreia: 25 de Maio de 2023 |
Duração: 2h15m |
Classificação: Livre |
Gênero: Aventura/Drama/Fantasia |
País de Origem: Estados Unidos |
Sinopse: Uma jovem sereia faz um acordo com uma bruxa do mar para trocar sua bela voz por pernas humanas para que possa descobrir o mundo acima da água e impressionar um príncipe. |
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Mudanças Nítidas
Eis que chega, finalmente, aos cinemas o remake em live action de A Pequena Sereia da Disney, com várias mudanças nítidas. No entanto, o live action é ambientado nas águas caribenhas durante os anos 1830 tem causado polêmica entre os críticos.
Apesar de a protagonista supostamente ser latina, nascida em uma ilha fictícia próxima, a trama original se passa na Europa, e não nas Américas. Essa mudança pode ser considerada uma tentativa frouxa de inclusão étnica, mas que acaba descuidando da própria história e contexto da obra (até certo ponto).
A mudança de etnia de alguns personagens, como por exemplo, do sotaque de Sebastião, ou mesmo da própria protagonista) apenas causou estranheza nos trailers e imagens mostradas ao público. Gerando, inclusive, constrangimento — é o caso do Linguado, que deixa de ser fofo pra ser apenas estranho, mas que por sorte, não causa danos à obra.
O roteiro se mantém até que bastante fiel à obra original, em sua grande maioria. Logo, pode agradar o grande público, na qual convenhamos, é esse o objetivo.
Aliás, uma mudança positiva a ser destacada é que a personagem principal, Ariel, teve sua idade atualizada para 18 anos, o que traz ainda mais maturidade e complexidade para essa nova versão, em comparação com a animação original da Disney, em que ela tinha apenas 16 anos.
O que realmente importa
Bom, o filme agrada com o roteiro (mesmo havendo sutis mudanças em certas situações) diverte bastante e mantém boa fidelidade com o material que o inspirou.
As músicas continuam boas e impecáveis (que, aliás, é um dos pontos fortes da Disney até hoje), o visual das partes, sem CGI, ficaram excelentes e da mesma forma, as coreografias.
Entretanto, a maioria das cenas debaixo d’água, no qual detém efeitos especiais mais nítidos, acabaram deixando muito a desejar.
A personalidade de cada ser, humano ou aquático, consegue convencer bem, sendo capaz de trazer boas risadas e pitadas de drama, quando a situação fica bem intensa.
Agora, realmente, quem se destaca bem no filme são: a ave Sabidão, aqui Awkwafina finalmente faz um bom personagem nos cinemas; Úrsula, um dos poucos filmes que Melissa McCarthy consegue dar atuação digna; Tritão, com Javier Bardem; e Sebastião, que mesmo com seu sotaque modificado, ficou um ótimo alívio cômico e conselheiro.
O que realmente peca bastante é o CGI, exceto na cena clímax, próximo ao final do filme, em especial, com a personagem Úrsula.
A estranheza do filme (fora o CGI), fica por conta de fotografia, nos quesitos luz e sombra, no qual faz com que àquele que gosta dos mínimos detalhes torça o nariz, além do cabelo de Ariel, no qual fica mais para tons loiros, na maior parte do tempo, enquanto todos a chamam de “ruivinha”.
Ritmo diferente
Durante a primeira metade, o filme tem um início bem cansativo. Entretanto, depois que pega um ritmo, ele engrena e surpreende no humor e nas escolhas de mudanças. É um ótimo filme pra se ver comendo pipoca numa tarde livre.
Não emociona tanto quanto Aladdin de Will Smith, mas se esforça para ter uma qualidade mínima aceitável – e nisso ganha pontos por sair da mesmice e tentar se arriscar.
Músicas clássicas e atualizadas
Como dito anteriormente, o ponto alto do filme realmente são as músicas. A voz de Halle Bailey é melhor que sua atuação e o instrumental atualizado ajuda a empolgar.
Vale dizer que as canções originais são um dos pontos fortes das animações e filmes live action da Disney por diversas razões. Em primeiro lugar, porque ajudam a estabelecer a atmosfera da história e a criar uma conexão emocional com o público, permitindo que eles se envolvam ainda mais com os personagens e a trama. Além das músicas serem muitas vezes utilizadas como ferramentas de narrativa, ajudando a avançar a história, desenvolver os personagens e transmitir mensagens importantes de forma lúdica e memorável. O que ocorre, principalmente, em cenas com os amigos aquáticos de Ariel.
Por fim, as canções originais da animação se tornaram parte integral da cultura pop e são frequentemente lembradas e cantadas por gerações, criando um senso de nostalgia e familiaridade em torno da produção e, por isso, a maioria foi mantida com pouca ou quase nenhuma modificação.
Veredito final: A Pequena Sereia
Não dá pra negar, o filme tem muitas falhas técnicas. Contudo, no que se refere ao roteiro e trilha sonora, consegue compensar bastante, ainda que não seja 100%. É um filme divertido, mesmo causando certa estranheza em alguns pontos por conta do CGI, mas você pode assistir sem medo.
Apenas, sinto que teria sido no mínimo divertido se colocassem ao menos uma personagem parecida com a Ariel da animação, mesmo que fosse em forma de homenagem, para agradar ao público mais velho que viu na infância (pois, querendo ou não, a esmagadora maioria que vai ver são esses fãs antigos, com ou sem filhos).