O Pálido Olho Azul | Confira nossa crítica

“O Pálido Olho Azul” é a adaptação do livro homônimo de  Louis Bayard (The Pale Blue Eye). O detetive aposentado, Augustus Landor (Christian Bale), é chamado pelo comandante de uma academia militar dos EUA, para desvendar a morte de um cadete, e acaba tendo a ajuda de nada mais nada menos por um dos maiores escritores de todos os tempos: Edgar Allan Poe (Harry Melling).

O pálido oho azul poster
Ficha Técnica
Título: O Pálido Olho Azul
Ano de Produção: 2022
Dirigido Por: Scott Cooper
Estreia: 06 de janeiro de 2023
Duração: 2h 10min
Classificação: 16 anos
Gênero: Suspense, policial
País de Origem: EUA
Sinopse: O Pálido Olho Azul é baseado no romance best-seller de Louis Bayard, e é um thriller gótico que gira em torno de uma série de assassinatos fictícios que ocorreram em 1830 na Academia Militar dos Estados Unidos, envolvendo um jovem cadete que o mundo viria a conhecer futuramente como Edgar Allan Poe (Harry Melling). O detetive aposentado Augustus Landor (Christian Bale) fica encarregado de investigar os assassinatos.

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Narrativa

 ‘O Pálido do Olho Azul’, é sem dúvida o o filme de maior receptividade do público brasileiro da Netflix neste início de ano, o filme trás 3 atrativos para “fisgar” o público. Um grande elenco principal, com Christian Bale, Toby Jones, Robert Duvall, Harry Melling e Gillian Anderson (Nossa eterna Agente Scully de Arquivo X), o filme é uma adaptação de um livro celebrado, e conta com a “presença” do icônico escritor Edgar Allan Poe, como eu disse na apresentação.

Na academia militar americana West Point, um cadete, chamado Fry, é descoberto não apenas morto – por enforcamento, presume-se a princípio – mas com o coração arrancado. Os extremamente assustados superintendentes da escola, temerosos de um escândalo que possa manchar o nome da instituição, alistam um policial aposentado para investigar.

Augustus Landor, interpretado por Bale, é um homem solitário, um viúvo cuja filha jovem deixou sua casa alguns anos antes. Ele gosta de beber, tem como parceira a dona de uma taberna ( Charlotte Gainsbourg ) e é propenso à melancolia, apesar de seu humor seco. Ele tem a reputação de ter obtido uma confissão de um criminoso usando nada mais do que um “olhar penetrante”.

O pálido olho azul

Bem, remover os corações dos cadáveres, é bastante sugestivo. E logo Landor e os comandantes da academia começam a suspeitar que se trata de uma espécie de seita de adoração ao diabo. È quando um cadete que está observando o detetive não acha essa suposição confiável. E sugere que o assassinato não foi motivado por questões espirituais ou ritualísticas. Ele insiste em afirmar que o assassino, era “um poeta”.

O pálido olho azul

Este cadete é um certo Edgar Allan Poe , um pária sensível entre fanfarrões militaristas e, claro, um futuro poeta. Interpretado por Harry Melling (Harry Potter), que também era assustador em “A Balada de Buster Scruggs”, Poe é colocado sob a proteção de Landor. A dupla tem um interesse particular pelo médico da academia, Daniel Marquis ( Toby Jones ), e sua família.  A Sra. Marquis (Gillian Anderson) é dada a quebrar a porcelana doméstica em menos de um momento. Filha Lea ( Lucy Boynton) toca piano lindamente e sofre de um mau chamado de “doença da queda”. Claro, Edgar se apaixona por ela – todos os outros garotos de West Point também. Lea observa que a morbidez de Edgar lhe cai bem, e ele, por sua vez, recita para ela suas meditações poéticas sobre “Lenore”. O título da história é derivado disso.

Não precisa dizer que de algum modo, esta família, digamos… peculiar, está de uma forma ou de outra envolvida com os eventos que acontecem no filme.

Sobre a adaptação

Adaptado de um romance de Louis Bayard, “O pálido Olho Azul” é um daqueles mistérios que apresenta um elenco tão limitado de personagens/suspeitos que sua narrativa principal parece uma espécie de distração, para alguns furos do roteiro, a história começa com uma dinâmica diferente do que é apresentado durante o longa, não quero dizer com isso que o filme seja chato ou arrastado. as boas interpretações, e, o mistério dos assassinatos em si, fazem você querer adentrar mais fundo na história, o problema é que logo que passando ou pouco mais da metade do filme, já se sabe ou desconfia o que vai acontecer e quem são os culpados (Isso tem acontecido muito comigo nos filmes de suspense policial atualmente, devo estar virando um ótimo detetive, ou as tramas estão sempre indo pelo caminho mais curto e mais fácil). Como não li o livro, não sei se isso acontece por lá também.

Após todo mistério “resolvido”, acontece um “Plot twist” sensacional, que nos deixa de queixo caído, e com certeza, se torna uma das melhores coisas do filme.

Fatos históricos

Edgar Allan Poe, realmente frequentou uma academia militar e ajudou a solucionar um crime?

A resposta é Sim e não!

Embora Edgar não tenha investigado nenhum crime, na vida real ele, de fato, frequentou a Academia Militar de West Point, mostrada no filme. Conforme repercutido pelo portal AS, o jovem Edgar Allan Poe acabou sendo expulso sete meses após a admissão na instituição, deixando o local em 1831.

O portal HITC explica que no ano da expulsão, o jovem cadete acabou sendo julgado por ‘negligência grosseira do dever e desobediência’ por não participar das aulas ou até mesmo a igreja. Encarando as acusações, ele se declarou inocente, contudo, acabou expulso. Os eventos mostrados no filme, todavia, são totalmente fictícios.

Em entrevista, o responsável pelo livro, Louis Bayard, destaca esse fato que marcou a vida do homem que se tornaria um dos maiores escritores do mundo.

“Há realmente apenas uma parte verdadeira disso, que é que Edgar Allan Poe passou seis meses em West Point“, disse Louis Bayard em entrevista repercutida pelo USA Today. “Isso é algo que surpreende as pessoas. É a razão pela qual eu escolhi esse cenário porque muitas pessoas não sabem que ele estava lá. E West Point certamente nunca fez questão de anunciar essa conexão também; acho que eles ficam um pouco envergonhados por ele.”

Fonte deste trecho: Portal Aventura da história
Trailer oficial:

Minhas considerações

Se você está se perguntando por que um ator como Bale assinou um papel no qual ele resolve alguns assassinatos e contribui para o desenvolvimento de uma grande figura literária americana e não muito mais, a resposta está na verdadeira resolução dos assassinatos, que é feita no “Plot twist” que mencionei, ou seja, mesmo a trama sendo boa mas previsível, e desenvolvida de modo não muito dinâmico, Bale tinha razões de sobra para aceitar o papel (Não vou revelar qual para não estragar sua experiencia, veja o filme!).

Tenho a impressão que o diretor Scott Cooper, perdeu uma grande oportunidade de fazer algo mais grandioso, aproveitando a excelente produção, ambientação, o belo elenco que tinha em mãos, além a figura mitológica de Edgar Allan Poe “no elenco”, acho que ele poderia mais.

Vale a pena assistir “O Pálido olho Azul”? Sim, vale! Mas não vá com muita sede ao pote, você pode se engasgar na lentidão e previsibilidade da trama.

Obrigado por ter chegado até aqui.


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