Elvis | Confira nossa crítica

Elvis chegou à plataforma de streaming da HBO Max em 2 de setembro. O filme foca no período de ascensão do astro do rock até sua morte e consegue prender a atenção do público em suas mais de duas horas.

Pôster Elvis
Ficha Técnica
Título: Elvis
Ano de Produção: 2022
Dirigido Por: Baz Luhrmann
Estreia: 14/07/2022
Duração: 2 horas e 39 minutos
Classificação: 14 anos
Gênero: Biografia, musical e drama
País de Origem: Estados Unidos, Austrália
Sinopse: Elvis conta a história da ascensão do astro da música até sua morte. A história é narrada a partir do ponto de vista de seu empresário, Tom Parker.

O Início

O filme tem narração do ponto de vista de Tom Parker, o empresário de Elvis que no filme é vivido por Tom Hanks. Primeiramente, é pincelada a vida do próprio Tom Parker e só então vemos como ele chegou a Elvis Presley, interpretado por Austin Butler.

Elvis era um jovem durante o período de segregação nos Estados Unidos. Graças a algumas circunstâncias da vida, incluindo ter o pai preso, Elvis, ainda criança, se muda com a mãe para um bairro de pessoas negras. Lá, ele tem muitas influências sonoras que nem sequer chegava na população branca. Outro fator é que o astro do rock era um nerd que adorava quadrinhos.

Mas a infância dele não é algo muito abordado no filme. Então, o enredo segue já com ele em uma apresentação. E é nessa apresentação que Tom Parker vê o imenso potencial daquele jovem que além de cantar bem, também, enlouquecia a plateia feminina com seu rebolado. Assim, Elvis se junta a Tom Parker em uma pequena turnê.

Rebolado Polêmico

Apesar da pequena turnê, isso não era o suficiente para nenhum dos dois envolvidos. Dessa forma, Tom Parker propõe que Elvis deixe sua gravadora de origem para se juntar a ele. E isso é o que é feito. Agora, o jovem rapaz fazia shows diversos e sempre lotados. Mas um dos motivos de chamar tanta atenção, para seus shows, acabaria por “acabar” com eles.

O rebolado e toda a performance de Elvis no palco chamavam muita atenção, e nem sempre era positiva. E no meio da atenção negativa que recebeu, ele foi proibido de se apresentar daquela forma, o que incluiu mudar até seus figurinos para os shows. Além de, também, gerar polêmica por frequentar partes “negras” do país.

Austin Butler como Elvis

O “novo Elvis”, como era chamado, gerou até protestos pedindo o retorno do “antigo Elvis” e como nem o próprio se sentia confortável com aquilo, ele fez questão de deixar isso bem claro. Após isso, a “solução” mais viável para que ele não perdesse todo o seu estrelato foi mandá-lo para a guerra para se mostrar um verdadeiro patriota.

Amor e Retorno

Durante seu período lutando na guerra, acontecem duas coisas que marcam o astro do rock. Primeiro, sua mãe morre, e depois ele conhece Priscilla (Olivia DeJonge), a jovem que se tornaria sua esposa e, também, mãe de sua filha.

Quando volta da guerra, Elvis decide que quer focar em sua carreira de ator, estrelando filmes. E é exatamente onde investe. Ao mesmo tempo, sua carreira ainda é, em grande parte, administrada por Tom Parker que quer fazer de tudo para ganhar dinheiro com o cantor, o que acaba por ter consequências.

Pontos Positivos

Filme biográficos tem que tomar certo cuidado para que o seu enredo não fique maçante. Afinal, o roteiro é basicamente a história de vida daquela pessoa, que muitas vezes, já é conhecida. No entanto, “Elvis” consegue inovar nisso ao trazer como narrador Tom Parker, que também dá muitas opiniões a respeito de tudo que aconteceu.

Um dos pontos mais fortes do filme com certeza é sua caracterização, juntamente, com a boa atuação do elenco. Austin Butler é o que chama mais atenção vivendo o protagonista e conseguindo representá-lo muito bem. É fácil enxergar o ator como Elvis durante todo o filme.

A montagem, os cenários e a trilha sonora são muito boas, também. É interessante que o filme não trabalha em sua trilha sonora apenas músicas do Elvis. E, da mesma forma, traz músicas atuais mescladas em seu enredo, o que deixa tudo mais interessante ainda.

Pontos Negativos

O filme tem 2 horas e 39 minutos de duração, mas apesar de fluir muito bem, acredito que alguns temas poderiam ser melhores explorados. O relacionamento de Elvis com Priscilla é algo muito raso no filme. Há, apenas, uma curta cena dos dois antes de se casarem, e, mesmo assim, não é algo muito explorado. Ainda que não fosse o foco, acredito que merecia mais atenção.

Austin Butler e Olivia DeJonge

Igualmente, é frisado sobre o amor dos fãs por Elvis e como ele gostava disso. Entendo que isso poderia ter sido um pouco mais evidenciado em reações e falas do próprio cantor. É algo que é dito e até mostrado, mas acaba não tendo foco.

Atualidade

Algo muito interessante presente no filme é que ele retrata décadas atrás, mas mesmo assim, consegue ser extremamente atual. Toda a questão da segregação que é vivida durante uma parte no filme se relaciona perfeitamente com o racismo que ainda é muito presente, atualmente. O preconceito, mesmo que mais mascarado, com músicas e toda a cultura negra ainda existe hoje em dia.

A polêmica pelo rebolado é outra coisa que mescla em nossa sociedade atual, em que cantoras de funk são criticadas por usarem roupas curtas e rebolarem no palco. Mostrando que algumas coisas parecem simplesmente não mudar, apenas se disfarçar.

Conclusão

Elvis é um excelente filme. Confesso que sempre tive certa curiosidade pelo cantor, primeiro, porque meu nome quase foi Priscilla em homenagem à esposa dele (meu pai sempre foi muito fã do Elvis). Segundo, por se tratar de um nome super conhecido, no qual tenho certeza que ele ficaria surpreso com o grande impacto e importância que tem até hoje.

Apesar de ser longo, o filme consegue prender a atenção do espectador e tem um ótimo desenvolvimento. Quem já gosta de produções baseada em fatos reais, vai gostar de Elvis. Quem não tem muito afinco vale dar uma chance, pois é realmente uma obra muito boa.

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